Qualificação profissional e da cadeia produtiva. Esse é o mantra do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para participar ativamente da transformação social e da geração de riqueza e bem-estar. Para a entidade, apostar no empreendedorismo significa mais do que incentivar a abertura de novos negócios. São as atitudes empreendedoras que podem resolver os problemas estruturais da sociedade. Por isso, cada projeto idealizado tem o objetivo claro de qualificar para empreender.
A rede de projetos alavancada pelo Sebrae torna-se ainda mais relevante no cenário econômico e político atual. Segundo dados da entidade, 226 mil lojas fecharam no País somente em 2017, quase oito mil delas no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre foram cerca de duas mil lojas encerradas. Nessa realidade, a competição fica mais acirrada, e as empresas precisam de apoio mútuo, especialmente os pequenos negócios. "Estudos demonstram que empresas participantes de redes de cooperação e franquias possuem desempenho superior às empresas individuais. As redes de cooperação proporcionam ganhos em escala, custos menores e fortalecimento da rede segmentada", destaca o gerente de Indústria, Comércio e Serviços do Sebrae-RS, Fábio Krieger. Apesar do contexto negativo, segundo Krieger, a entidade trabalha para aumentar a competitividade das empresas, explorando novas oportunidades e fugindo do ciclo de baixo consumo e desemprego, que assombra os setores produtivos da economia.
Cooperação e fomento ao empreendedorismo podem ser, sim, um caminho alternativo para a crise. Pesquisa feita pela entidade com as empresas participantes revela que sua taxa de mortalidade é duas vezes menor e que elas geram o dobro de empregos do que a média do mercado. Ainda segundo o levantamento, 64% dos envolvidos relataram aumento na qualidade de vida, e 91% se sentem mais preparados para gerir um negócio. Outro dado relevante é que 82% dos empresários integrados aos programas do Sebrae percebem que a troca de experiências entre as empresas proporcionou um aumento na competitividade de seus produtos e serviços.
Estimular o desenvolvimento das cadeias produtivas por meio da melhoria na competitividade e na conexão entre os diversos atores é o grande desafio que o Sebrae já enfrenta em 2018. "Seguiremos apoiando as micro e pequenas empresas para que criem elos. A competitividade não depende só da gestão, mas do grau de conhecimento, relações e conexões com outros setores da cadeia produtiva", ressalta Krieger.
Um dos principais focos de concentração do Sebrae nos próximos anos será atuar como catalisador e integrador de várias iniciativas e empresas, criando uma rede de atualização e apoio. Integrar os canais físicos e digitais para beneficiar especialmente os pequenos empreendedores é outro desafio robusto, que já está sendo trabalhado pela entidade. "Também dedicaremos muitos esforços para humanizar as relações entre os empreendedores e a sociedade, valorizando as pessoas e as distintas experiências de consumo", finaliza Krieger.