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Conjuntura

- Publicada em 23 de Maio de 2019 às 18:22

Setor industrial espera definição de reformas para crescer

Confiança do empresariado gaúcho está abalada no âmbito nacional e estadual

Confiança do empresariado gaúcho está abalada no âmbito nacional e estadual


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Entidades que monitoram os setores industriais, tanto em âmbito nacional quanto estadual, mostram ceticismo com o andamento das projeções de crescimento para este ano. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) vem reduzindo, a cada novo estudo publicado, a ideia de expansão no faturamento dos mais variados segmentos industriais. O reflexo disso é projeção igualmente menor do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que também fora revisada para baixo pelo Banco Central. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, também percebe-se uma desaceleração gradual do ritmo de produção nas plantas gaúchas. A incerteza sobre o tempo de tramitação da reforma da Previdência e, consequentemente, a previsão de atraso na apreciação de outras modificações acaba por minar a confiança do empresariado gaúcho. Isso ocorre também em função da demanda interna insuficiente e pela recessão econômica na Argentina, cenário que impede a expansão mais intensa do consumo e dos investimentos.
Entidades que monitoram os setores industriais, tanto em âmbito nacional quanto estadual, mostram ceticismo com o andamento das projeções de crescimento para este ano. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) vem reduzindo, a cada novo estudo publicado, a ideia de expansão no faturamento dos mais variados segmentos industriais. O reflexo disso é projeção igualmente menor do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que também fora revisada para baixo pelo Banco Central. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, também percebe-se uma desaceleração gradual do ritmo de produção nas plantas gaúchas. A incerteza sobre o tempo de tramitação da reforma da Previdência e, consequentemente, a previsão de atraso na apreciação de outras modificações acaba por minar a confiança do empresariado gaúcho. Isso ocorre também em função da demanda interna insuficiente e pela recessão econômica na Argentina, cenário que impede a expansão mais intensa do consumo e dos investimentos.
O dirigente reforça, ainda, o que vem indicando a posição do Banco Central, de que as mudanças nas regras de aposentadoria são fundamentais e contribuiria para o País poder reduzir ainda mais a taxa de juros. Por isso, entende a cautela do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa Selic em 6,5% ao ano. Porém, afirma que a retomada lenta da economia no País e a acomodação em patamares mais baixos da confiança dos empresários servem como alerta. "As projeções de crescimento para o ano têm sido rebaixadas, bem como as expectativas de inflação têm ficado permanentemente abaixo da meta. Isso denota que a recuperação da economia perde força", diz Petry, ao enfatizar que é fundamental e urgente que o governo avance com maior rapidez na agenda de reformas e se esforce na recuperação da atividade, dos investimentos e do emprego.
Apesar do Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) apontando para um crescimento de 1,7% do setor no primeiro trimestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado, os setores apresentam instabilidade. Nos polos industriais, por exemplo, não há um crescimento significativo o suficiente para que se possa afirmar que a crise econômica já esteja no passado. Quem apresenta um melhor cenário é a área automotiva, com melhora nas vendas e esvaziamento dos pátios das fábricas com o bom volume de vendas. Outros segmentos, como bebidas e metalurgia, começam a recuperar as perdas em um ritmo mais acelerado, mas ainda operando no vermelho, se comparado com períodos anteriores à instabilidade. Já a área naval e os polos metalmecânico do Rio Grande do Sul têm perspectivas pouco animadoras para 2019, com previsão de poucos investimentos e de busca por alternativas para sobreviverem.

Otimismo se mantém, mas em ritmo mais lento

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria do Rio Grande do Sul aumentou a produção em 5,5% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao mesmo período de 2018. No entanto, muitos setores da indústria ainda esperam o governo federal levar adiante modificações mais profundas. O otimismo que chegou no final do ano passado com as eleições ainda se mantém, mas em ritmo um pouco mais lento e um pouco mais tímido. Os setores de borracha, plástico, têxtil e construção pesada, por exemplo, vêm apresentando pequenas evoluções.
O que está em ritmo um pouco mais acelerado são as iniciativas para trazer mais tecnologia à indústria gaúcha. O surgimento da Aliança Porto Alegre, que uniu a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) em prol de um crescimento comum, fez surgir o Pacto Alegre, uma rede que está buscando, em caráter de urgência, fazer da Capital um lugar com muito mais inovação e empreendedorismo tecnológico. Bom para a sociedade e para o desenvolvimento da Indústria 4.0, que também vem ganhando aliados para ser mais expressiva no Estado.
Por outro lado, a totalidade da cadeia produtiva do agronegócio - que contempla a indústria e agrosserviços, a agropecuária, a agroindústria e a distribuição - representa praticamente 40% do PIB no Estado. Desta forma, o desempenho da economia do Rio Grande do Sul é diretamente ligado ao desempenho do setor. O impacto econômico da safra de grãos, calculado pela Emater, é de R$ 31,9 bilhões, considerando as cotações atuais. Conforme relatório elaborado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), a expectativa para o campo gaúcho em 2019 é de um crescimento de 3,4% na área plantada de grãos: com isso, a safra deve alcançar 34,7 milhões de toneladas.
Pujante no agronegócio, o setor de máquinas e implementos agrícolas é o que mais apresenta expectativa de crescimento neste ano. Neste primeiro trimestre, por exemplo, o setor cresceu 23,5%. Diante deste cenário, representantes do agronegócio também estão confiantes em uma agenda positiva para o País, a partir de medidas que permitam um crescimento maior do setor. Entretanto, eles também reforçam a necessidade da redução da carga tributária, que, atualmente, inviabiliza a competitividade, de melhores condições de infraestrutura, segurança, introdução de marcos regulatórios e assistência técnica.