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Dia da Indústria

- Publicada em 24 de Maio de 2019 às 03:00

Recuperação de perdas pós-crise da industria metalmecânica está longe de acontecer

Polo de Caxias do Sul chegou a demitir 23 dos 55 mil empregados

Polo de Caxias do Sul chegou a demitir 23 dos 55 mil empregados


JOSÉ PAULO LACERDA/DIVULGAÇÃO/JC
João Dienstmann
Por estar ligado a vários outros segmentos de produção, a recuperação da indústria metalmecânica no Rio Grande do Sul é uma das mais aguardadas pela economia gaúcha. Sozinha, ela representa 37% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Estado, justamente por provocar aumento e queda em áreas como peças automotivas, caminhões, metalurgia, dentre outros. Segundo um levantamento feito pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico do Estado do Rio Grande do Sul (Sinmetal), entre 2014 e 2017, períodos críticos da crise econômica brasileira, o Índice de Desempenho Industrial (IDI), que mede indicadores importantes da indústria, sofreu queda de 29,2%.
Por estar ligado a vários outros segmentos de produção, a recuperação da indústria metalmecânica no Rio Grande do Sul é uma das mais aguardadas pela economia gaúcha. Sozinha, ela representa 37% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Estado, justamente por provocar aumento e queda em áreas como peças automotivas, caminhões, metalurgia, dentre outros. Segundo um levantamento feito pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico do Estado do Rio Grande do Sul (Sinmetal), entre 2014 e 2017, períodos críticos da crise econômica brasileira, o Índice de Desempenho Industrial (IDI), que mede indicadores importantes da indústria, sofreu queda de 29,2%.
O Estado tem polos importantes em várias partes do território, a começar pela região metropolitana. Serra gaúcha, Planalto e Norte do Rio Grande do Sul são onde estão as principais empresas do ramo metal mecânico. O presidente do Sinmetal, que também dirige a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, explica que por abranger um número elevado de segmentos, é difícil mensurar resultados. "No âmbito geral, a avaliação pode ficar destorcida pois tivemos segmentos ligados ao Sinmetal que tiveram bons resultados e outros não, mas, sim, percebemos uma queda muito grande, sobretudo durante a crise", avalia.
Reconhecida pelo seu potencial na área de caminhões e ônibus, Caxias do Sul foi uma das que mais sentiu esses impactos. Petry conta que as empresas demitiram cerca de 23 mil das 55 mil pessoas empregadas durante três anos, em virtude dos fracos resultados e da necessidade de eliminar custos. "Temos um valor alto sobre a mão de obra. Antes, as empresas ainda tinham funcionários sobrando no caso de precisar aumentar a produção. Hoje, só contratam na extrema necessidade. Tudo está mais ajustado", afirma o presidente do Sinmetal.
Segundo levantamento feito pela entidade, os números de 2018 e do princípio desse ano mostram recuperação, ainda em ritmo lento. O Índice de Desempenho Industrial do RS (IDI-RS) do ano passado registrou crescimento de 10,3%, com aumento nas compras realizadas e também no faturamento das empresas. Nos primeiros três meses de 2019, outra elevação no índice, de 7,4% se comparado ao mesmo período de 2018, novamente com o faturamento sendo um dos carros chefe para a melhora na perspectiva do setor. Contudo, o estudo aponta que mesmo esses indicadores apontarem uma retomada, ainda estão longe de recuperar as perdas passadas.
O presidente do Sindicato das Indústrias Metal Mecânicas e Eletroeletrônicas de Canoas e Nova Santa Rita (Simecan), Roberto Machemer, vê com descrença o ano de 2019 a partir dos resultados obtidos nos quatro primeiros meses. Para ele, criou-se uma expectativa muito grande das empresas do setor que não foi confirmada, sobretudo em cima do governo federal. Com 160 associados, Machemer avaliou 2018 como um ano "muito ruim" para o setor na região, com fechamento de empresas e demissão de funcionários. Uma das razões é o aumento no custo operacional sem o devido repasse ao consumidor, devido ao reduzido ritmo de venda. Segundo ele, cerca de 37% de todo o faturamento da indústria metal mecânica é destinada a impostos. Sem uma mudança nesses pontos, Machemer não vê boa perspectiva para o ano. "É difícil esperar algo para 2019. O governo federal tem muitas iniciativas e pouca ação. Em nível estadual, o governador pouco pode fazer. Não vejo otimismo para o nosso setor", afirma.
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