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METALURGIA

- Publicada em 24 de Maio de 2019 às 03:00

Diversificação é a palavra para fugir da crise

Parque industrial em Carlos Barbosa deve receber modernização

Parque industrial em Carlos Barbosa deve receber modernização


DEBORA ZANDONAI/DIVULGAÇÃO/JC
Considerado um dos termômetros da indústria, o setor metalúrgico parece deixar para trás os piores momentos da crise econômica brasileira. Em levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor acumula alta na produção industrial no último índice divulgado (referente a março) de 1,6% no período de 12 meses. A alta poderia ser maior, se não fosse um início de 2019 com incertezas e que puxou percentual para baixo.
Considerado um dos termômetros da indústria, o setor metalúrgico parece deixar para trás os piores momentos da crise econômica brasileira. Em levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor acumula alta na produção industrial no último índice divulgado (referente a março) de 1,6% no período de 12 meses. A alta poderia ser maior, se não fosse um início de 2019 com incertezas e que puxou percentual para baixo.
Dona de um acervo que conta com 18 mil itens, a Tramontina corrobora com a visão de satisfação com a retomada da produção e elevação nas vendas. Para o presidente do Conselho de Administração, Clóvis Tramontina, o ano passado foi considerado como positivo para a empresa. "Atingimos as metas propostas em planejamento estratégico. Consolidamos novas linhas de produtos e seguimos no caminho da inovação. Nosso trabalho está na busca pela redução de custos, atuando principalmente pela competitividade frente à concorrência e a produtos importados", comenta. A instabilidade cambial e a elevação no preço do frete foram alguns pontos destacados por Clóvis para justificar uma possibilidade do resultado ser ainda melhor.
Em termos de investimentos, a empresa planeja para este ano a modernização do seu parque industrial em Carlos Barbosa, na serra gaúcha. Um plano voltado à inovação, tecnologia e automação está em vigor. A linha de ferramentas deve ter uma atenção maior, e haverá também o lançamento de mais de 150 itens para atrair a atenção dos consumidores e aumentar as vendas, principalmente voltados ao segmento de manutenção automotiva. Para Clóvis, um dos motivos para a Tramontina não sentir tantos os efeitos de instabilidades no cenário econômico é a transparência para com o consumidor. "Acima de tudo, a principal estratégia é entregar por meio de produtos tudo o que é prometido ao consumidor. A busca pela qualidade e a transparência está no DNA da Tramontina. É assim que a marca garante e amplia credibilidade", reitera.
Por estar à frente em várias linhas de produção de utensílios para casa, jardinagem, ferramentas, linhas para reparo automotivo, construção civil, dentre outros segmentos, a Tramontina consegue mensurar como esses setores se comportam. O presidente da empresa identifica que "em alguns setores, houve uma retração" no comparativo de 12 meses, mas percebe um clima otimista da indústria metalúrgica para esse ano. "Como de costume, a Tramontina está confiante. Investimos em novos projetos que irão gerar crescimento considerável para a empresa no curto prazo. Acreditamos que as medidas a serem tomadas pelo governo poderão auxiliar na redução da carga tributária e alavancar o crescimento da economia brasileira, no longo prazo", afirma Clóvis. A empresa não divulgou números do crescimento em 2018 e sobre sua projeção para esse ano.

Com quatro mil armas produzidas por dia, Taurus triplica resultados

A mudança na legislação que flexibiliza a posse de armas para cidadãos, promulgada através de decreto no início deste ano pelo presidente Jair Bolsonaro, deve aquecer a produção da indústria metalúrgica ligada à área armamentista e o comércio de armas de fogo no Brasil. Uma das principais empresas fabricantes, a Taurus apresentou um dos seus melhores resultados na história em 2018 em termos de faturamento. Conforme o balanço divulgado, o lucro bruto foi de R$ 307,7 milhões, três vezes mais em comparação com o ano anterior. A base acionária da empresa também aumentou em 220%, o que mostra aposta de investidores na rentabilidade da Taurus nos próximos meses.
Segundo o presidente, Salésio Nuhs, revela que o ano de 2018 foi marcado por uma retomada de compras no âmbito institucional e também de uma elevação no índice de vendas particulares, sobretudo para policiais, agentes penitenciários, magistrados, promotores, caçadores, atiradores e colecionadores. Foram 43% a mais de armas comercializadas, segundo dados da companhia. “Essa elevação permite identificar, de forma mais contundente, a retomada da credibilidade e admiração pela marca, a partir do esforço empreendido em termos de cuidado com a qualidade, a revisão dos processos produtivos e o lançamento de produtos inovadores e de qualidade”, explica Nuhs.
Com uma média de quatro mil armas produzidas diariamente, a Taurus passou por uma reestruturação na sua forma de administração, com foco em redução de custos e melhora na produtividade. Esse é, segundo Salésio, um dos motivos pelos quais a empresa apresentou resultados acima do esperado para o período. Este ano, a empresa reinicia investimentos em equipamentos mais atualizados em especial para a fabricação de componentes para revólveres, buscando uma melhor rentabilidade, baixando o custo industrial para processamento desses materiais e aumentando a capacidade produtiva. A mudança serve para aumentar a competitividade com indústrias dos Estados Unidos. Hoje, oito em cada 10 armas vendidas são para países do exterior.
Em relação ao decreto presidencial, Salésio Nuhs acredita que haverá um interesse maior das famílias em comprar armamentos “para legítima defesa, proteção da família e propriedade.” Segundo ele, a mudança ocorrerá pelo fato das pessoas desconhecerem a possibilidade de comprar armas. “Com toda essa exposição em relação ao direito à legítima defesa nas eleições e no período da assinatura do decreto, a população está entendendo que pode adquirir armas de fogo. Acreditamos nesta nova fase do Brasil e atenderemos toda a demanda nacional”, afirma o presidente. Na visão dele, o decreto atenderá o desejo da população em se defender.