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Dia da Indústria

- Publicada em 24 de Maio de 2019 às 03:00

Bohn defende reestruturação profunda para atacar questões relacionadas à competitividade

Para o dirigente, renovação trará confiança e destravará investimentos

Para o dirigente, renovação trará confiança e destravará investimentos


LUIZA PRADO/JC
Para o presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Luiz Carlos Bohn, a reforma da Previdência é fundamental "para que se fechem os ralos por onde escoa o dinheiro público" e force o sistema tributário brasileiro a ser fundamentalmente arrecadatório. Segundo ele, somente com o desenrolar da reforma a confiança na economia será retomada e os investimentos destravados.
Para o presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Luiz Carlos Bohn, a reforma da Previdência é fundamental "para que se fechem os ralos por onde escoa o dinheiro público" e force o sistema tributário brasileiro a ser fundamentalmente arrecadatório. Segundo ele, somente com o desenrolar da reforma a confiança na economia será retomada e os investimentos destravados.
Jornal do Comércio - O ano de 2018 foi marcado por instabilidade política e econômica, mas também pela contenção da inflação, pela recuperação do mercado de trabalho e por uma melhora no setor de comércio e serviços. Quais as perspectivas para 2019?
Luiz Carlos Bohn - O ano de 2019 começou com uma expectativa bastante positiva. O Relatório Focus apontava para um crescimento próximo aos 3%. A base para esse cenário se dava pelas condições da economia brasileira associada a um choque positivo de confiança dos agentes econômicos nas políticas do novo governo. De janeiro até hoje, as expectativas se deterioram. Um governo novo, com pessoas novas na política, que demoram um pouco para se organizar e, no momento, penalizam o trâmite da reforma da Previdência no Congresso, afetando a confiança, com reflexo no desempenho de todos os setores. À medida que a reforma for ganhando celeridade, é muito provável que a confiança se reconstitua e isso destrave os investimentos. 
JC - Qual a importância das reformas da Previdência e tributária para os setores?
Bohn - Ambas as reformas são muito importantes e urgentes. Reformar a Previdência é condição fundamental para que se fechem os ralos por onde escoa o dinheiro público e força o sistema tributário brasileiro a ser fundamentalmente arrecadatório. Em 2019, serão aproximadamente R$ 300 bilhões de déficit, e a tendência, se nada for feito, é que cresça mais. A reforma tributária é condição necessária para destravar amarras que são limitadoras do crescimento. Hoje, temos um sistema tributário caro, complexo, ineficiente e injusto. Não há mais espaço para remendos, precisamos de uma reestruturação profunda que ataque questões fundamentais à competitividade, o que passa, necessariamente, por redesenhar a tributação, em especial, sobre o consumo - com destaque para o ICMS.
JC - A Fecomércio acredita na retomada da economia e na geração de novos postos de trabalho em 2019?
Bohn - O Brasil vive um processo de recuperação cíclica. Mesmo com a atividade fraca, existe uma necessidade de reposição de estoques e de investimentos que evitem a obsolescência tecnológica. Entretanto, esse processo tem um limite. Para a economia deslanchar é necessário uma agenda de promoção do crescimento. Se o Executivo conseguir capitanear essa agenda de forma célere e eficiente, é possível reverter em parte a frustração que os indicadores econômicos sinalizaram no início do ano.
JC - Como está o ambiente para o empreendedorismo no Estado?
Bohn - Ainda que a situação fiscal permaneça ruim, estamos criando um ambiente de diálogo, fundamental para a construção de alternativas de promoção de crescimento. Entretanto, é fundamental que haja ações contundentes no que diz respeito ao controle das despesas e da desburocratização do Estado. É preciso tornar o Rio Grande do Sul mais amigável à atividade empreendedora, e isso está relacionado à redução da burocracia, e, nesse caso, houve um retrocesso. A recente decisão da obrigatoriedade da realização do ajuste para a apuração da complementação ou restituição do débito por responsabilidade por substituição tributária impõe um custo não só fiscal, mas de apuração relevante para as empresas. 
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