Estudo de sequenciamento genômico de amostras do coronavírus coletadas entre os meses de setembro e outubro, em 17 municípios gaúchos, apontou que a variatne Delta do SARS-COV-2 já predomina no Estado. Conduzida pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), secretarias municipais da saúde e hospitais, a análise se ateve a 94 amostras, oriundas de diferentes regiões do Rio Grande do Sul.
O aumento da
presença da variante Delta vem sendo registrado desde agosto no Estado, mas em ritmo lento. Além disso, as infecções têm causado mais sintomas leves do que hospitalizações ou agravamento do quadro de pacientes, o que pode ser atribuído ao avanço da vacinação contra a Covid-19.
A maioria das amostras analisadas pela Feevale foi de pacientes das cidades de Santa Cruz do Sul (20) e Novo Hamburgo (19), seguidas de Porto Alegre (14), Canoas (10), Garibaldi (9), Campo Bom (6), Estância Velha (5) e Alvorada (2). Também foram submetidas ao sequenciamento amostras de Bagé, Camaquã, Pelotas, Piratini, Putinga, São Sebastião do Caí, Tapes, Triunfo e Viamão (uma de cada localidade).
Caracterizadas como pertencentes majoritariamente à linhagem Delta (94,6%) e suas ramificações, algumas sequências apresentam pequenas novas variações, como explica o professor da Feevale e coordenador da Rede Corona-ômica.BR-MCTI, ernando Spilki.“Tais resultados apontam para a repetida evolução do SARS-CoV-2 e remetem à necessidade de uma constante vigilância genômica. Também é notável a presença importante da variante AY.43, que tem sido foco de atenção por sua rápida expansão no Reino Unido”, afirma o virologista.
Além da Delta, 4,2% da amostras identificaram a presença da variante Gama do coronavírus, também
conhecida como P1, anteriormente predominante no Estado. No sequenciamento anterior, com amostras coletadas entre o final de julho e o início de setembro, a frequência da Gama era ainda mais expressiva (25%), enquanto a Delta representava 75% das sequências analisadas.
“Esse acompanhamento permitiu observar que a Gama, variante predominante que gerou maior impacto no Brasil e no Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano, foi praticamente substituída pela variante Delta no Estado”, reforça Spilki.