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Coronavirus

- Publicada em 18 de Setembro de 2021 às 13:12

Para especialistas, máscara e vacina contiveram variante Delta no Brasil

Estudiosos da área de saúde entendem que outros países flexibilizaram as medidas antes da hora

Estudiosos da área de saúde entendem que outros países flexibilizaram as medidas antes da hora


PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP/JC
Desde que imagens de cremações coletivas na Índia e o descontrole da pandemia de Covid-19 causado pela Delta ganharam o mundo, pesquisadores, gestores e profissionais da linha de frente estão em alerta para os impactos no Brasil da variante Delta do coronavírus, que é mais transmissível. Quatro meses após os primeiros registros da mutação do Sars-CoV-2 no País, especialistas dizem que ainda é cedo para dizer que a ameaça foi vencida, mas avaliam que o avanço da vacinação e a manutenção das máscaras têm retardado, por enquanto, a disseminação.
Desde que imagens de cremações coletivas na Índia e o descontrole da pandemia de Covid-19 causado pela Delta ganharam o mundo, pesquisadores, gestores e profissionais da linha de frente estão em alerta para os impactos no Brasil da variante Delta do coronavírus, que é mais transmissível. Quatro meses após os primeiros registros da mutação do Sars-CoV-2 no País, especialistas dizem que ainda é cedo para dizer que a ameaça foi vencida, mas avaliam que o avanço da vacinação e a manutenção das máscaras têm retardado, por enquanto, a disseminação.
Na Europa, nos Estados Unidos e em Israel, a variante Delta provocou alta de internações e freou planos de reabertura econômica. Estudos já mostraram que uma dose das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, por exemplo, é insuficiente para proteger contra a cepa, mas duas injeções têm eficácia. Os primeiros casos da Delta no Brasil foram detectados na tripulação de um navio de Hong Kong ancorado no Maranhão em maio. Até o dia 4 de setembro, o Brasil registrou 3.290 casos, em 21 Estados.
O virologista, professor da Universidade Feevale e coordenador da Rede Corona-ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Fernando Spilki, explica que mais de um fator fez com que um novo colapso, como o causado pela variante Gama - também mais transmissível e identificada originalmente em Manaus - não ocorresse no Brasil. "Por enquanto, é uma conjunção entre a imunidade dada pela vacina, que é uma imunidade recente, algo muito relevante, porque sabemos que tem uma tendência de queda da imunidade protetora com o passar do tempo, e o surto de proporções estrondosas no primeiro semestre com Gama, que pode ter causado uma imunidade também", explica. Entre março e maio, o Brasil chegou a ser o epicentro da pandemia no mundo, com superlotação de UTIs, falta de oxigênio nos hospitais e remédios e escalada de óbitos.
Mesmo que a vacinação tenha sido iniciada com atraso em relação aos outros países, o ritmo acelerado de imunização com as doses disponíveis acaba sendo um diferencial do Brasil em relação a outros países que ainda enfrentam entraves para a vacinação da população, que incluem até a baixa adesão por hesitação vacinal. É o caso dos Estados Unidos, onde uma nova onda do vírus tem aproximado o balanço diário de vítimas de 2 mil registros.
No entanto, apesar de o Sistema Único de Saúde (SUS) ter a capacidade de vacinar em locais remotos e em grandes centros, a adesão ao esquema vacinal completo precisa ser intensificada e, com a alta transmissibilidade da Delta, é possível que os índices de vacinação para que a população esteja mais protegida contra a doença tenham de ser mais altos do que o que era imaginado. "Evoluímos mais rápido para a segunda dose. Ter 30% a 40% da população totalmente vacinada não explica completamente o que vem acontecendo com a Delta, mas tem um efeito. Mas este é um limite que exige cautela e precisa evoluir", alerta Spilki.
Para o coordenador executivo do comitê científico que assessora o governo paulista, João Gabbardo, a vacinação teve impacto importante para evitar uma explosão de casos, assim como o fato de o País ainda manter a obrigatoriedade do uso de máscaras e de distanciamento social. "O Brasil, diferentemente de outros países, não tinha dispensado o uso de máscaras e liberado aglomerações. Os outros países festejaram antes da hora, comemoraram o gol antes de terminar o jogo." O governador João Doria (PSDB) já sinalizou que pretende manter a exigência da proteção facial até o fim do ano.
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