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Coronavirus

- Publicada em 28 de Agosto de 2021 às 10:22

Síndrome pós-Covid-19 exige rapidez na adaptação de protocolos em ambulatórios gaúchos

Serviço de Fisiatria e Reabilitação do HCPA já atendeu 60 pacientes com a síndrome pós-Covid-19

Serviço de Fisiatria e Reabilitação do HCPA já atendeu 60 pacientes com a síndrome pós-Covid-19


Clovis Prates/HCPA/Reprodução/JC
Em uma busca rápida na internet, aproximadamente 500 artigos científicos sobre a síndrome pós-Covid-19 podem ser encontrados. Apesar de não ser mais uma novidade para médicos e especialistas, novas descobertas sobre a condição, que afeta todos os tipos de pacientes recuperados da Covid-19, continuam sendo feitas e, por isso, ambulatórios como o do Hospital Universitário da Universidade Federal de Rio Grande (HU-Furg) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) estão frequentemente readaptando os protocolos de atendimento a esses pacientes.
Em uma busca rápida na internet, aproximadamente 500 artigos científicos sobre a síndrome pós-Covid-19 podem ser encontrados. Apesar de não ser mais uma novidade para médicos e especialistas, novas descobertas sobre a condição, que afeta todos os tipos de pacientes recuperados da Covid-19, continuam sendo feitas e, por isso, ambulatórios como o do Hospital Universitário da Universidade Federal de Rio Grande (HU-Furg) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) estão frequentemente readaptando os protocolos de atendimento a esses pacientes.
A síndrome pós-Covid-19 é uma complicação, com sintomas que variam desde a extensão dos sintomas mais comuns do vírus, como a falta de ar e o cansaço, por exemplo, até transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão. “Os que mais chegam aqui, atualmente, são pacientes com sequelas neurológicas, com perda de força em membros, dor neuropática, formigamentos e dor de cabeça. Também recebemos muitos pacientes com sequelas musculares e psicológicas”, conta a chefe do Serviço de Fisiatria e Reabilitação (SFR) do HCPA, Simone de Azevedo Zanette.
Já no ambulatório de reabilitação pós-Covid-19 da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a enfermeira responsável, Josiane Palavro Barros, afirma que a maioria dos casos são de pacientes com falta de ar e fadiga. “Mas muitos vêm com dores musculares, com problemas relacionados à nutrição, por causa da hospitalização, e com ansiedade”, afirma.
Segundo ela, os pacientes ficam ansiosos de não serem mais como eram antes da Covid-19 e de não saberem quando vão se recuperar. “Quando pergunto para eles sobre os sintomas físicos, eles falam normalmente. Mas quando pergunto do psicológico, eles param de falar. Às vezes choram, não conseguem explicar. É bem complicado”, complementa.
“Notamos muito a descompensação das doenças de base. Observamos que, além das queixas neurológicas, cardiológicas e respiratórias com sequelas, que são comuns no ambulatório, também estamos percebendo a piora da diabetes, da hipertensão e de outros quadros prévios que o paciente já possuía antes de ter Covid-19”, conta a médica e coordenadora do Ambulatório Pós-Covid-19 do HU-Furg, Rossana Basso. Para esses casos, a recomendação é que o paciente continue tratando a doença com o médico que já o acompanhava antes da infecção.
Apesar de os sintomas serem os mesmos desde os primeiros casos da síndrome pós-Covid-19, a intensidade e a demanda dos pacientes muda constantemente. “Já estamos no quarto protocolo de atendimento pós-Covid-19. Nossos protocolos são reformulados de acordo com as atualizações científicas acerca do assunto e de acordo com as demandas dos pacientes que temos no ambulatório”, explica Rossana.
Recentemente, o Serviço de Fisiatria e Reabilitação do HCPA mudou um dos seus principais protocolos de atendimento e passou a receber pacientes provenientes de outros hospitais e unidades de saúde de Porto Alegre. “Desde julho, o paciente com sequelas moderadas ou severas da Covid-19, de Porto Alegre, é encaminhado para o SFR a partir de consulta na Unidade Básica de Saúde (UBS) da sua região. Através do sistema Gercon, esse paciente passa para a agenda de Atendimento Pós-Covid (APC)”, pontua Simone.
Depois de encaminhado, o paciente fará uma teleconsulta para verificar a necessidade de atendimento presencial. Se confirmada, a consulta é marcada e o acompanhamento com a equipe especializada é iniciado. O SRF já atendeu ao menos 60 pacientes desde setembro do ano passado.
O ambulatório da SMS, em atuação há um mês, já atende 49 pessoas. No local, são tratados pacientes com sintomas mais leves. Os casos mais graves são encaminhados para o HCPA. “Temos visto melhora nesses pacientes, mas é difícil. Alguns chegam aqui dizendo que estavam fazendo fisioterapia em clínicas particulares e não estavam sentindo melhora. Outros tiveram Covid-19 no meio do ano passado e ainda estão sentindo sintomas da síndrome. É complicado conseguir entender e tratar isso”, conta a enfermeira Josiane.
O Ambulatório Pós-Covid-19 do HU-Furg, considerado o primeiro do tipo Estado, já atendeu quase 450 pessoas desde outubro de 2020. Agora, Rossana conta que eles estão mudando a gama de pacientes. “Devido a grande procura por atendimento, inclusive de outras cidades do Rio Grande do Sul, estamos priorizando o atendimento dos pacientes que estiveram internados e dos casos que apresentam sequelas mais graves. É importante ressaltar que o serviço é voltado para o atendimento das sequelas da Covid-19 e, portanto, não trata dos problemas de saúde pré-existentes à infecção pelo coronavírus.”

Perda da qualidade de vida é a principal queixa dos pacientes 

Independentemente do quadro da doença apresentado pelos pacientes com síndrome pós-Covid-19, as especialistas afirmam que uma das maiores queixas é a perda da qualidade de vida. “Temos pacientes que antes cuidavam dos seus pais idosos e agora não conseguem mais. Outros que não puderam se afastar do trabalho porque aparentam estar bem, mas não conseguem exercer suas funções”, revela Josiane.
A síndrome impacta atividades que antes eram facilmente executadas. “Então, o objetivo maior do tratamento de reabilitação global desses pacientes é a melhora da função, o retorno às atividades e a reinserção na sociedade”, defende Simone.
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