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Coronavirus

- Publicada em 21 de Julho de 2021 às 20:17

Se RS confirmar novos casos da Delta, transmissão comunitária pode ser declarada

Análise genômica do vírus é essencial para identificação de mutações

Análise genômica do vírus é essencial para identificação de mutações


/Yorka CHEUQUEMILLA/Austral University of Chile/AFP/JC
A Fiocruz, no Rio de Janeiro, confirmou na segunda-feira (19) os dois primeiros casos da variante Delta da Covid-19 no Rio Grande do Sul, ambos em Gramado. Outros cinco estão em análise e, caso sejam confirmados, será declarada transmissão comunitária dessa variante no Estado. Com alta transmissibilidade, a circulação da nova variante, com origem da Índia e já presente em 124 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), preocupa especialistas porque pode gerar aumento rápido no número de infectados. Não há comprovação, porém, de que essa linhagem do coronavírus leve a casos mais graves da doença. No entanto, estudos da OMS com o Imperial College, de Londres, mostraram que a cepa tem transmissibilidade 97% maior do que a original, com origem na China.
A Fiocruz, no Rio de Janeiro, confirmou na segunda-feira (19) os dois primeiros casos da variante Delta da Covid-19 no Rio Grande do Sul, ambos em Gramado. Outros cinco estão em análise e, caso sejam confirmados, será declarada transmissão comunitária dessa variante no Estado. Com alta transmissibilidade, a circulação da nova variante, com origem da Índia e já presente em 124 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), preocupa especialistas porque pode gerar aumento rápido no número de infectados. Não há comprovação, porém, de que essa linhagem do coronavírus leve a casos mais graves da doença. No entanto, estudos da OMS com o Imperial College, de Londres, mostraram que a cepa tem transmissibilidade 97% maior do que a original, com origem na China.
Transmissão comunitária, segundo o especialista em saúde do Laboratório Central do Estado (Lacen) Richard Steiner Salvato, é quando não é possível definir de onde os novos casos da variante estão vindo. "Quando chega nesse ponto, ela já está sendo transmitida por indivíduos que não viajaram para onde essa variante está e nem tiveram contato com viajantes. E isso é bem preocupante", pontua. Ainda que o número de casos confirmados e suspeitos no Rio Grande do Sul seja baixo, a situação é séria porque são em cidades diferentes. Ainda está em análise um caso em Gramado, um em Canoas, um em Esteio e dois em Sapucaia do Sul.
Atualmente, a variante predominante no Estado é a P1 que, quando surgiu, era conhecida como variante de Manaus. Foi essa linhagem que causou o grande aumento no número de casos de Covid-19 no início do ano, levando ao pico de mortes em março. "Sabemos que a variante Delta tem capacidade adaptativa maior que outras variantes. Não sabemos se ela está mais ou menos adaptada que a P1 aqui no nosso meio, então não sabemos se ela vai ocupar o lugar da P1, se vai dividir o lugar com a P1 ou se a P1, que é predominante aqui, não vai deixar a Delta dominar", expõe o chefe do serviço de infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Eduardo Sprinz.
De acordo com Salvato, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS) tem uma vigilância genômica, na qual todas as amostras positivas são submetidas a um exame RT-PCR para detecção de variantes, por isso foi possível identificar esses sete casos suspeitos. "São casos que já foram identificadas mutações que podem caracterizar a Delta, mas, para ter certeza, é preciso ter a sequência completa do genoma, que é feita pela Fiocruz. Esse trabalho leva alguns dias", explica. Os pacientes estão com sintomas leves, típicos de síndrome gripal.
Segundo Sprinz, é de se esperar que os casos sejam mais leves. "Estamos vacinando as pessoas vulneráveis, que são aquelas com mais chance de progredirem para casos moderados a graves de Covid-19. Então é esperado que as pessoas não vulneráveis tenham casos mais leves." A vacinação também explica o porquê de pessoas mais jovens serem mais suscetíveis. "Os mais jovens foram os que menos se vacinaram e os que mais estão expostos", conclui.
A longo prazo, o infectologista acredita que possam existir dois cenários. Em um deles, o coronavírus terá tantas variantes que as vacinas podem não fazer mais efeito. No outro, o vírus vai fazer todas as mutações possíveis e a cobertura vacinal continuará sendo efetiva para toda a população. "Mas, se não tivermos vacinas que tenham cobertura para todas as variantes, vamos continuar sendo suscetíveis a linhagens que não são cobertas pelos imunizantes", aponta.
Se os cinco casos suspeitos da variante Delta forem confirmados, a declaração de transmissão comunitária será emitida. "Inicialmente, as medidas de segurança para evitar o contágio continuam as mesmas. Porém, com maior atenção por parte do comitê de crise do governo do Estado, para identificar aumento de casos. E então, dependendo dos números, entrar com novas medidas de restrição", explica Salvato.
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