Previsto para ser divulgado entre quinta (13) e sexta-feira (14), o
novo modelo de distanciamento compartilhado, que
substituirá por alertas o sistema de bandeiras de risco epidemiológico vigente, recebeu nos últimos dias sugestões de ajustes de representantes setoriais e especialistas. Entre as propostas, o comitê científico de apoio ao enfrentamento à pandemia no Rio Grande do Sul destacou ao Executivo a necessidade de reforçar e aprimorar ações de monitoramento, fiscalização e os protocolos de proteção à Covid-19, e sugeriu que seja enfatizado aos gaúchos que o risco de contaminação "é contínuo" e que as atividades remotas devem ser incentivadas.
"Ou seja, todas as atividades que puderem ser mantidas de forma remota devem permanecer assim, para reduzir a mobilidade global dentro do possível. Da mesma forma, mesmo em locais que têm atividades presenciais, se alguma atividade puder ser mantida de forma remota, isso é recomendável, assim como continuar evitando reuniões e aglomerações", destaca trechos do documento, elaborado por pesquisadores das universidades gaúchas e autoridades cientificas de diversas áreas do conhecimento, sob coordenação da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS.
Entregue à equipe do Gabinete de Crise do governo na terça (11), quando encerrou o prazo para apresentação de sugestões, o material do grupo também especifica ações voltadas à área da educação, como manutenção da comunicação periódica com pais, professores e sociedade sobre a evolução da Covid-19 nas escolas, implementação de um sistema de monitoramento de avaliação de casos e ausências entre estudantes e comunidade escolar, com busca ativa de casos suspeitos e confirmados e revisão dos protocolos utilizados pelas escolas.
Como destacou
reportagem do
Jornal do Comércio, devem ser priorizados a ventilação dos ambientes, o distanciamento correto e o uso de máscaras bem ajustadas e de boa qualidade na retomada do ensino pesencial.
Entre a ações práticas do novo modelo, o grupo aponta ainda necessidade de padronizar a emissão de avisos e alertas por parte do governo, com o estabelecimento de critérios definidos. Uma das formas de avançar nesse sentido seria criar uma escala numérica para graduar a situação epidemiológica, conforme a gravidade dos indicadores. "Definir níveis ou limiares entre os indicadores para que seja mais fácil compreender quando estes estiverem atingindo níveis considerados críticos", ressalta o documento.
Os especialistas enfatizam também que haja insistência na fiscalização e penalidades individuais, mesmo que brandas, às pessoas que não utilizarem máscaras quando estiverem perto de outras. E sugerem que haja incentivo à testagem da população e que as macrorregiões do Estado sejam subdivididas, permitindo "uma análise mais confiável da origem dos casos e das ações propostas".
O novo modelo a ser apresentado pelo Executivo passará a valer a partir de sábado (15) e deverá ser regrado por protocolos gerais obrigatórios, que não poderão ser flexibilizados, e específicos para atividades, com o intuito de limitar o mínimo possível a economia. Haverá protocolos mínimos a serem seguidos, outros gerais e ainda os variáveis por região, que serão propostos como padrão para cada atividade, considerando o risco e o quadro da pandemia, podendo ser ajustados à realidade das localidades, desde que com aval de no mínimo 2/3 dos municípios que integram uma região.
Segundo o governo, no entanto, a ideia é atualizar o modelo ao momento atual da pandemia, simplificando os processos e ampliando a participação das regiões e municípios na definição de protocolos.