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Coronavirus

- Publicada em 12 de Maio de 2021 às 15:19

Com estoque crítico de sangue, Hemocentro e hospitais clamam por doações urgentes

Hemocentro e bancos de sangue registram forte queda no fluxo de doadores durante a pandemia

Hemocentro e bancos de sangue registram forte queda no fluxo de doadores durante a pandemia


BRUNO TODESCHINI/ASCOM/PUCRS/DIVULGAÇÃO/JC
Depois da batalha por semanas da superlotação de UTIs com casos de Covid-19, hospitais de Porto Alegre enfrentam agora um outro grave problema: a escassez e até falta de sangue para atender pacientes que precisam de transfusão ou têm cirurgias, principalmente de urgência. (veja no final do texto o que é preciso para doar)
Depois da batalha por semanas da superlotação de UTIs com casos de Covid-19, hospitais de Porto Alegre enfrentam agora um outro grave problema: a escassez e até falta de sangue para atender pacientes que precisam de transfusão ou têm cirurgias, principalmente de urgência. (veja no final do texto o que é preciso para doar)
"O tipo O, considerado doador universal e que pode ser ministrado em pacientes com qualquer tipo sanguíneo em caso de urgência, está em falta", relata Deise Luce, enfermeira e gerente assistencial do Hospital Independência, que é referência para casos de trauma e também tem unidade Covid.
A instituição depende do fornecimento do Hemocentro Estadual, que não consegue repor os estoques por falta de doador. Para ajudar, a equipe do Independência busca contatos com quartéis e outras unidades com maior contingente que costumam auxiliar. Também funcionários da instituição devem se dirigir ao Hemocentro. 
Deise diz que a agência transfusional do hospital, onde chegam os hemoderivados para destinação aos doentes, há uma semana recebe apenas uma bolsa por dia do Hemocentro, quando normalmente seriam cinco. O Independência não tem bancopara coleta, por isso precisa recorrer ao serviço estadual.
"Se não tem no Hemocentro, não tem para nós e nem para outras instituições", alarma-se a enfermeira. Deise comenta que o serviço estadual que recebe e processa as doações não conseguiu suprir com outros hospitais que têm bancos e também socorrem a demanda, quando é possível.
A escassez tem um efeito direto no fluxo de cirurgias. Nesta quarta-feira (12), três pacientes aguardavam cirurgias de urgência, pois tiveram traumas recentes. Eles foram transferidos do Hospital de Pronto Socorro (HPS).
"Eles estão aqui aguardando. Se não tiver sangue, não podemos fazer os procedimentos. Quando é trauma, a demora pode significar sequelas", adverte a gerente assistencial do Hospital Independência.   
A dificuldade com a reposição de hemoderivados tem sido uma constante na pandemia, há mais de um ano. Os bancos de sangue registram queda no fluxo de doadores.
"Muitos por medo de sair de casa ou pelo distanciamento", observa a enfermeira.

Queda histórica de doadores no Hemocentro

A assistente social do Hemocentro Gesiane Almansa confirma que a situação de estoques é crítica. O suprimento, que depende de doações, é o mais baixo dos últimos anos. O órgão abastece 42 hospitais situados na Região Metropolitana, Vale dos Sinos, Vale do Paranhana e Litoral Norte. 
A queda de número de doadores já chegou a 80% nas últimas semanas. No primeiro trimestre do ano, a média é de redução de 40% no fluxo. "Está bem complicada (doação). Cm esse nível de gravidade, nunca tivemos", preocupa-se a assistente social. 
"Sempre tivemos dificuldades, mas nada como agora que toda a semana temos de fazer chamamento emergencial por doadores", diz Gesiane. Até mesmo integrantes das Forças Armadas, que sempre respondem bem ao chamamento, estão mais escassos, pois estariam ajudando outras unidades.   
Para dar conta da demanda dos hospitais, o Hemocentro precisa ter por dia 150 doações. Nesta terça, até as 16h, horário limite para ir ao local, foram apenas 60, queda de 60%. 
Gesiane esclarece que a estrutura segue os protocolos da pandemia. A sala de coleta tem cinco macas, uma a menos que o normal e há bastante distanciamento físico.
"Estamos com todos os cuidados. O sangue não tem substituto. Se não tem pessoa doando, não conseguimos os hemocomponentes para repassar aos hospitais", reforça a assistente social. "Todo o dia tem alguém precisando de sangue."
As doações no Hemocentro, que fica na avenida Bento Gonçalves, 3722, na Capital, podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. É possível agendar a doação pelo WhatApp, pelo 98405-4260 ou pelo (51) 3336-6755, ramal 102. Mas quem chegar na hora é atendido. Leva até 60 minutos, entre a chgegada, preenchimento de cadastro e a doação (cerca de 12 minutos). Mulheres podem doar a cada três mese e homens a cada dois meses.

Condições para doar sangue:

  • Estar em boas condições de saúde
  • Apresentar documento oficial de identidade com foto
  • Ter idade entre 16 e 69 anos, sendo que os candidatos a doadores com menos de 18 anos deverão estar acompanhados pelos pais ou por responsável legal
  • Pesar no mínimo 50 quilos, com desconto de vestimentas
  • O limite de idade para a primeira doação é de 60 anos
  • Não estar em jejum e evitar alimentação gordurosa
  • Ter dormido pelo menos 6 horas antes da doação
  • Não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação
  • Não fumar pelo menos duas horas antes da doação

Situações em que não é possível doar de forma temporária:

  • Gripe ou febre
  • Gestantes ou mães que amamentam bebes com menos de 12 meses
  • Até 90 dias após aborto ou parto normal e até 180 dias após cesariana
  • Tatuagem ou acupuntura nos últimos 12 meses
  • Exposição à situação de risco para a Aids (múltiplos parceiros sexuais, ter parceiros usuários de drogas)
  • Herpes labial
  • Outros critérios que impedem a doação serão verificados por ocasião da entrevista de triagem
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