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Coronavirus

- Publicada em 05 de Maio de 2021 às 09:00

Instituto Butantan busca doação de plasma de pessoas que tiveram Covid

Estudos sobre a eficácia da terapia com plasma convalescente estão em fase preliminar

Estudos sobre a eficácia da terapia com plasma convalescente estão em fase preliminar


Camila Surian/Arte/JC
O Instituto Butantan iniciou uma campanha em busca de pessoas que já tiveram Covid-19 para que doem plasma. O material, que é a parte líquida do sangue, está sendo utilizado em caráter experimental para o tratamento de pacientes que estejam com a doença em sua fase inicial, com até 72 horas desde o início dos sintomas.
O Instituto Butantan iniciou uma campanha em busca de pessoas que já tiveram Covid-19 para que doem plasma. O material, que é a parte líquida do sangue, está sendo utilizado em caráter experimental para o tratamento de pacientes que estejam com a doença em sua fase inicial, com até 72 horas desde o início dos sintomas.
"O sangue é formado por dois grandes componentes: a parte líquida, que é o plasma, e os elementos celulares, que são as plaquetas, hemácias e leucócitos", explica o médico hematologista Juliano Cordova Vargas, professor do Centro Universitário São Camilo.
"Quando a gente tem um processo infeccioso, é muito comum localizar no plasma os anticorpos contra aquele agente que o organismo reconheceu e combateu. Isso acontece com a Covid", acrescenta o professor. Por esse motivo, o chamado plasma convalescente -isso é, das pessoas que já tiveram o coronavírus- é usado nos doentes, para que haja estímulo à produção de anticorpos.
Em um vídeo publicado nas redes sociais do Butantan, o diretor do instituto, Dimas Covas, afirmou que o tratamento com plasma convalescente é uma "vacina instantânea".
"A intenção é transferir ao paciente, de maneira passiva, anticorpos, até que seu próprio organismo tenha tempo para montar sua resposta imune. Os dados disponíveis, até o momento, indicam que o plasma de convalescente funciona bem contra as variantes existentes no Brasil", diz o Butantan, em nota.
Segundo o instituto, esse tipo de tratamento "já foi utilizado em outras doenças infecciosas como a poliomielite, sarampo, caxumba, entre outras". O Butantan cita infecções, como gripe espanhola, SARS, MERS e ebola.
Vargas acrescenta, porém, que os estudos sobre a eficácia da terapia com plasma convalescente em casos de Covid ainda estão em fase preliminar. O próprio Butantan afirma que não tem dados consolidados de resultados obtidos a partir desse tratamento.
Mesmo assim, o especialista considera a iniciativa válida. "A Covid pegou todo mundo desprevenido e, por isso, começou-se a pensar em estratégias. Estamos trocando o pneu com o carro andando", diz.
O Butantan afirma que o projeto-piloto está sendo feito, por enquanto, em somente três cidades paulistas: Araraquara (273 km de SP), Batatais (352 km de SP) e Santos (72 km de SP). "A ideia é ampliar para todo o estado de São Paulo por meio de parcerias com às prefeituras", diz o instituto.
O procedimento para doação de plasma é semelhante ao de uma doação de sangue convencional. Para doar, a pessoa precisa ter se recuperado da Covid há pelo menos 30 dias, estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos (desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60, pois, segundo os protocolos, quem tem 61 anos ou mais e nunca doou sangue está inapto) e ter pelo menos 50 quilos. Menores de 18 anos devem apresentar autorização do responsável. A doação pode ser feita em qualquer hemocentro parceiro do Butantan no estado.
Para receber o plasma convalescente, a pessoa deve estar com sintomas da Covid-19 iniciados em até 72 horas, além de apresentar uma ou mais das seguintes indicações: ser imunossuprimido, ter 60 anos ou mais ou possuir comorbidades (diabetes, hipertensão, coronariopatia ou obesidade).
A administração do plasma convalescente no paciente infectado pelo coronavírus é parecida com uma aplicação de soro ou com uma transfusão de sangue comum. Uma bolsinha com 200 a 500 ml é colocada ao lado da pessoa e o líquido vai sendo injetado aos poucos. Segundo o Butantan, a infusão pode ser feita em um ou mais dias.
Folhapress
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