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Coronavirus

- Publicada em 23 de Abril de 2021 às 17:24

RS e governo federal articulam ajuda uruguaia para vacinar brasileiros da fronteira

Negociação por vacina representa novo passo no acordo sanitário bilateral, firmado em 2020

Negociação por vacina representa novo passo no acordo sanitário bilateral, firmado em 2020


Giulian Serafim/Prefeitura de Porto Alegre/Divulgação/JC
Fernanda Crancio
A possibilidade de utilizar excedentes de vacinas compradas pelo Uruguai para imunizar contra a Covid-19 os gaúchas que residem nas cidades fronteiriças está prestes a ser concretizada. Na próxima sexta-feira (30), uma reunião técnica com representantes da região deverá avançar nas tratativas, articuladas ao longo desta semana por autoridades e parlamentares dos dois países.
A possibilidade de utilizar excedentes de vacinas compradas pelo Uruguai para imunizar contra a Covid-19 os gaúchas que residem nas cidades fronteiriças está prestes a ser concretizada. Na próxima sexta-feira (30), uma reunião técnica com representantes da região deverá avançar nas tratativas, articuladas ao longo desta semana por autoridades e parlamentares dos dois países.
A ideia é imunizar primeiro os cidadãos de Santana do Livramento e, depois, estender o processo para os de Aceguá e Chuí, todos municípios que têm fronteira seca com o Uruguai, aproveitando o avanço da vacinação do país vizinho em relação ao Brasil e as sobras de imunizantes adquiridos por lá.
Segundo a secretária extraordinária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos, a iniciativa representa um avanço no acordo sanitário estabelecido entre os dois países no ano passado, que determinou, entre outras ações, a ampliação da testagem de gaúchos. Ela ressalta que a nova fase de negociações bilaterais mostra o poder de articulação dos governos. 
"Até o momento, a cidade uruguaia de Rivera já vacinou 40% da população, enquanto que Livramento não ultrapassa os 20%. Ou seja, temos possibilidade de receber essa ajuda uruguaia, bastando agora avaliação técnica conjunta e adequação dos programas de imunização dos dois países", explica.
Uruguai e Brasil têm políticas diferenciadas na condução e nos calendários da imunização, o que terá de ser ajustado. Para se ter uma ideia, o país vizinho já vem vacinando os moradores doble chapa, aqueles que têm dupla nacionalidade, já que muitos residentes de cidades como Livramento e Rivera trabalham na cidade vizinha. "A área conurbana somente de Livramento, que é o principal foco dessa negociação, tem cerca de 200 mil habitantes, é uma população que convive muito, trabalha ou tem famíia integrada, portanto, é preciso estabelecer políticas conjuntas de imunização", comenta Ana Amélia.
De acordo com ela, as articulações político-diplomáticas foram fundamentais para o avanço da questão, intermediadas pelo chanceler brasileiro Antônio Simões e pelo embaixador uruguaio no Brasil, Guillermo Valles. No Estado, o trabalho para agilizar a imunização dos gaúchos também se concentra na Comissão do Mercosul da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Frederico Antunes (PP), líder do governo Eduardo Leite.
O avanço da questão é considerado fundamental também para garantir a reabertura dos freeshops, fechados no Uruguai, que teme o aumento das contaminações pelo lado brasileiro, especialmente da variante P1 do coronavírus, já predominante no Rio Grande do Sul.
Antunes ressalta, no entanto, que essa situação poderia ter sido evitada se, no ano passado, quando o acordo bilateral passou a valer, os protocolos e ações conjuntas tivessem sido plenamente implementados. "Se isso tivesse ocorrido, teríamos ações casadas desde o início, sem o descontrole de atividades", comenta.
 Ele lembra que enquanto Livramento manteve o comércio fechado em razão da bandeira preta do distanciamento controlado gaúcho, o lado uruguaio da fronteira seguiu funcionando normalmente, o que pode ter colaborado para o aumento da incidência da Covid-19 entre a população fronteiriça. "Por isso precisamos, além de efetivar essa cooperação das vacinas, revisar o acordo sanitário entre Brasil e Uruguai", ressalta.
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