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Coronavirus

- Publicada em 04 de Março de 2021 às 18:45

Entidades apontam prejuízos com manutenção da bandeira preta no RS e cobram auxílio aos setores

Setores cobram medidas governamentais em apoio aos negócios durante a pandemia

Setores cobram medidas governamentais em apoio aos negócios durante a pandemia


LUIZA PRADO/JC
A iminente manutenção da bandeira preta em todo o Rio Grande do Sul por mais uma semana, o que deverá ser confirmado pelo Palácio Piratini nesta sexta-feira (5), gerou reações de entidades representativas de setores da economia. Após o governador Eduardo Leite antecipar a decisão em entrevista concedida à TV Bandeirantes, diferentes segmentos se manifestaram para cobrar auxílio aos empresários, como refinanciamento de dívidas e suspensão dos prazos para pagamento do ICMS enquanto durarem as restrições.
A iminente manutenção da bandeira preta em todo o Rio Grande do Sul por mais uma semana, o que deverá ser confirmado pelo Palácio Piratini nesta sexta-feira (5), gerou reações de entidades representativas de setores da economia. Após o governador Eduardo Leite antecipar a decisão em entrevista concedida à TV Bandeirantes, diferentes segmentos se manifestaram para cobrar auxílio aos empresários, como refinanciamento de dívidas e suspensão dos prazos para pagamento do ICMS enquanto durarem as restrições.
Em carta conjunta enviada ao governador na tarde desta quinta-feira (4), dirigentes da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) pediram mudanças nas regras da bandeira preta, que vigoram desde o sábado (27), ou suspensão dos prazos para pagamento do ICMS do comércio varejista e atacadista.
O grupo pediu o "aperfeiçoamento” das restrições ao comércio não essencial. Entre as sugestões apontam o atendimento presencial restrito e o drive-thru, seguindo os mesmos protocolos do comércio varejista e atacadista de itens essenciais, como monitoramento de temperatura e testagem dos trabalhadores, além da lotação de uma pessoa, com máscara, para cada 8m² de área útil, conforme o que já é exigido.
O documento destaca a preocupação diante do agravamento da disseminação da Covid-19, mas questiona a eficiência do fechamento integral das atividades comerciais e o alto custo socioeconômico da medida e "sua baixa contribuição para o combate da disseminação da doença". O grupo de entidades reclama ainda que as diferenças de tratamento dos segmentos no estabelecimento das restrições "tem gerado desequilíbrios concorrenciais graves que provocam divergências dentro do próprio setor, prejudicando a competitividade”.
Os presidentes que assinaram a carta - Anderson Trautman Cardoso (Federasul), Luiz Carlos Bohn (Fecomércio-RS) e Gilberto Petry (Fiergs/ Sebrae), pediram ainda que, caso o Executivo não possa considerar as demandas apontadas, "sejam suspensos os prazos de pagamento do ICMS dos estabelecimentos comerciais varejistas e atacadistas de itens considerados não essenciais, bem como de serviços não essenciais" durante a vigência da bandeira preta.
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS) pediu ainda que o governo avalie uma forma de o comércio não essencial excercer suas atividades nos próximos dias. Segundo o presidente Vitor Augusto Koch, muitas empresas estão chegando ao limite financeiro, podendo fechar definitivamente. Para Koch, não há como distinguir o que é essencial, uma vez que milhares de empresários dependem exclusivamente do pleno funcionamento de seu estabelecimento para gerar emprego, renda, e para a própria sobrevivência.
"Se não houver de parte do governo estadual algum tipo de flexibilização para a atividade comercial nos próximos dias, é praticamente certo que muitas empresas varejistas irão se somar às 9 mil lojas que deixaram de existir no RS em 2020. E muitos outros postos de trabalho, além dos 13 mil já extintos no último ano no setor, também vão desaparecer", enfatiza o dirigente, que afirma ainda que tele-entrega e tele-atendimento não amenizam os graves prejuízos que os lojistas sofrem com a pandemia.
O setor de eventos, um dos mais prejudicados diante da impossibilidade de retomar atividades na pandemia, também expressou preocupação com os resultados econômicos de mais uma semana com restrições. "Isso vai ser um desastre para a economia, e os setores pleiteiam agora uma medida curativa pra essa ferida econômica. Não vamos lutar contra a maré, pois os números estão aí e são reais, mas pedimos ajuda. Assim como o governo, com razão, se dedica ao máximo à saúde das pessoas, tem de pensar também na saúde financeira das empresas, comércio e serviços", destaca Rodrigo Machado, do Grupo Live Marketing RS, que congrega as empresas de eventos do Estado.
Na mesma linha, o pesidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, afrma que "a economia não pode ser prorrogada". "Temos pagamentos a cumprir que não são prorrogados. Entendemos que, ao passo que município, Estado e governo federal precisam agir de forma urgente para frear a contaminação, o auxílio aos setores também precisa vir nesta mesma urgência. Estamos sem suporte algum, as portas estão se fechando, e de forma permanente. A conta dessa crise vai ser muito alta e muitos já não têm mais condição de pagar. É desesperador", desabafa o dirigente, defendendo medidas voltadas ao refinanciamento de dívidas e negociação de custos fixos.
Para Maria Fernanda Tartoni, presidente da Abrasel no RS, a manutenção da bandeira preta representa "mais um golpe no ânimo dos empresários do setor de bares e restaurantes". Segundo ela, a estimativa é de que cerca de 60% dos estabelecimentos não voltem a operar se as restrições permanecerem por mais tempo. "A Abrasel entende que é um momento crítico para a saúde. No entanto, nosso segmento também está em um momento de colapso e precisamos de auxílios para superar esta crise. É fundamental termos uma vacinação mais efetiva e a conscientização da população de que as aglomerações só retardam a possibilidade de um retorno à normalidade. A situação é caótica para os bares e restaurantes. O setor não aguenta mais ficar fechado. É um cenário de desespero e pânico, está extremamente difícil continuar dessa forma", ressalta.
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