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Coronavirus

- Publicada em 30 de Outubro de 2020 às 18:57

Veja como gaúchos que residem no Canadá enfrentam a segunda onda da Covid-19

Refeitórios e espaços de uso comum estão com acessos proibidos em locais como universidades

Refeitórios e espaços de uso comum estão com acessos proibidos em locais como universidades


BRINO FILHO/ DIVULGAÇÃO/JC
Fernanda Crancio
Após estabelecer uma política de isolamento agressivo no início do ano e ter flexibilizado atividades nos últimos meses, o Canadá começa a adotar medidas mais duras para conter a propagação da Covid-19 e evitar que a segunda onda de contágio seja mais danosa à população. Esse controle tem se mostrado exitoso no país, que apresenta um total 230 mil casos e 10 mil mortes pela doença até o momento, em uma população que não ultrapassa os 37,5 milhões de habitantes (para se ter uma ideia e traçar um comparativo, o Rio Grande do Sul, com 11 milhões de pessoas, já tem 246 mil casos e 5,7 mil óbitos). Seis meses após registrar as mudanças na rotina de gaúchos residentes por lá, a reportagem do Jornal do Comércio ouviu dois dos entrevistados para saber como anda a preparação para enfrentar a nova fase da pandemia.
Após estabelecer uma política de isolamento agressivo no início do ano e ter flexibilizado atividades nos últimos meses, o Canadá começa a adotar medidas mais duras para conter a propagação da Covid-19 e evitar que a segunda onda de contágio seja mais danosa à população. Esse controle tem se mostrado exitoso no país, que apresenta um total 230 mil casos e 10 mil mortes pela doença até o momento, em uma população que não ultrapassa os 37,5 milhões de habitantes (para se ter uma ideia e traçar um comparativo, o Rio Grande do Sul, com 11 milhões de pessoas, já tem 246 mil casos e 5,7 mil óbitos). Seis meses após registrar as mudanças na rotina de gaúchos residentes por lá, a reportagem do Jornal do Comércio ouviu dois dos entrevistados para saber como anda a preparação para enfrentar a nova fase da pandemia.
Segundo dados do governo canadense, mais de 90% dos óbitos por Covid-19 no país foram notificados nas duas maiores províncias (estados), Ontário e Quebec. Entre as cidades, a cosmopolita Montreal, maior do Quebec, é a segunda em casos, com cerca de 40 mil registrados. Na localidade, onde reside há dois anos o porto-alegrense Bruno Almeida Filho, as principais mudanças notadas em relação à primeira fase da doença têm sido a maior conscientização das pessoas e a ampliação da faixa etária de contágio percebida. "Na primeira onda a maioria dos doentes era idoso, problema que se agravou em lares e clínicas. Agora, são os jovens em idade escolar os mais atingidos", conta o gaúcho, técnico de Tecnologia da Informação no Herzing College Montreal.
De acordo com ele, por notar os canadenses mais conscientes e comprometidos em relação aos cuidados e prevenção, as mudanças no comportamento em relação à nova fase da doença não parecem tão diferentes da anterior. No entanto, a postura do governo em relação às cobranças e restrições tem sido mais forte. Em recente pronunciamento, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau reconheceu o cansaço da população com a rotina imposta pela pandemia, mas expôs a necessidade de adoção de medidas mas rígidas para conter a propagação do vírus em todo o país.
Entre as principais mudanças notadas por Almeida Filho estão a adoção de um aplicativo lançado pelo governo para identificar e rastrear os contaminados, e avisar os prováveis contatos. "O app rastreia os contatos e avisa, via comunicação bluetooth, se a pessoa cruzou com alguém doente. Quem teve ou está contaminado é marcado e todos os que ou cruzaram com ele são avisados para cuidarem os sintomas", explica.
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Segundo ele, Montreal está em lockdown de 28 dias para tentar conter a nova disseminação do coronavírus, e a fronteira com os Estados Unidos permanece fechada. Supermercados seguem abertos, mas restaurantes apenas para entregas e pague e leve. A polêmica recente tem sido o fechamento de academias e locais para prática esportiva, atitude que gerou protestos dos cidadão, que consideram a atividade física essencial para a manutenção da saúde física e mental durante a pandemia. "No geral noto o pessoal mais preparado para esta segunda onda, mais consciente e respeitando o distanciamento e o isolamento social, facilitado agora pelo início do inverno", comenta.
Na universidade em que trabalha, apenas professores estão liberados para a atividade presencial em alguns dias da semana, para transmitir as aulas online, e pouquíssimos alunos circulam pelo campus. Entre as novas medidas adotadas no local estão a instalação de vidros para separar as mesas e recepções, a adoção de marcação de fluxo único nos corredores e proibição do uso de espaços comuns, como refeitórios (foto).

Desrespeito a restrições é fiscalizado e gera multas

A cerca de 200 quilômetros de Montreal, na cidade de Gatineau, onde vive a educadora física porto-alegrense Maria Helena Jacob, as mudanças e restrições em relação à segunda onda mais notadas dizem respeito ao maior controle em relação a reuniões e aglomerações. De acordo com ela, o governo tem pedido à população para que evite confraternizações e junções, principalmente aos finais de semana. "Como agora são jovens e adultos com menos de 60 anos os mais infectados, isso é um fator que tem sido ressaltado pelo governo, que tem apelado para que as pessoas não se reúnam", comenta.
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A peculiaridade da cidade, menor e sem criminalidade, permite, inclusive, que a polícia local fiscalize a conduta da população, recebendo denúncias de visitas ou aglomerações, que podem gerar multas de até mil dólares canadenses. "Uma vizinha recebeu a visita do namorado e a presença do carro dele em frente à casa foi denunciada por alguém. A polícia foi acionada e esteve na residência pedindo explicações e cobrando a visita e permanência do homem no local, o que não é permitido por não residir na mesma casa", conta.
Outra curiosidade recente é a proibição das visitas nas redondezas para a busca de doces pelo Halloween, feriado tradicional por lá, comemorado neste sábado (31). Na cidade de Otawa, príxima à fronteira com Gatineau, houve inclusive aviso do prefeito para que não haja a comemoração, para evitar a circulação de pessoas.
Maria Helena, que perdeu o emprego como pesquisadora em uma universidade em função da pandemia, e atualmente trabalha na área em uma instituição de saúde, relata que o impacto social da Covid-19 é visto principalmente em relação às demissões ou suspensões de contratos e direitos sociais, e às novas colocações com salários mais baixos. Por conta disso, ela passou também a receber auxílio governamental. "Outra questão é que em função das escolas secundárias e universidades seguirem com ensino remoto, muitos servidores administrativos estão sendo dispensados ou tendo vantagens sociais reduzidas, e isso tem gerado impacto grande na economia local", aponta.
Nessa nova fase da pandemia, o governo do Quebec passou também a adotar aviso de risco de contaminação por identificação de cores, em modelo semelhante ao adotado no distanciamento controlado aplicado no Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (30), aviso enviado via mensagem de celular à população aponta zona vermelha, risco máximo de contágio  em toda a região, com adoção de novas restrições até pelo menos o dia 2 de novembro.
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