Pessoas que mantiveram contato com infectados pelo novo coronavírus, mesmo que não tenham manifestado sintomas de Covid-19, começaram a ser testadas nesta quarta-feira (15) em Porto Alegre. É a sétima etapa desde que a estratégia de testagem foi implementada na Capital. Desde 6 de maio, os testes são estendidos a toda a população com sintomas.
A medida foi anunciada durante transmissão ao vivo com o prefeito Nelson Marchezan Júnior e titulares da pasta da Saúde de Porto Alegre. O passo permite atuar na cadeia de transmissão de pessoas que talvez tenham sintomas nos próximos dias ou que permaneçam assintomáticas, explicou o subsecretário de Saúde de Porto Alegre, Natan Katz.
Também serão ampliados os pontos de coleta dos exames - atualmente são 12 locais ativos, chegando a mais de 20 nos próximos dias. O PCR é o principal exame aplicado pela rede pública, já que o resultado mostra positivo enquanto a pessoa ainda está transmitindo o vírus.
A capacidade de processamento dos exames começou com 500 testes diários. Hoje, são 1,7 mil exames de PCR processados por dia, três vezes mais do que a capacidade instalada há 30 dias. São mais de 50 mil testes rápidos disponíveis para testagem da população. Segundo o prefeito, o objetivo da testagem maior é cortar a cadeia de transmissão entre os assintomáticos.
Os primeiros testes da nova fase estarão disponíveis para pessoas que moram junto de pacientes com caso confirmado. As pessoa que teve o contato deve procurar um posto de saúde e solicitar o exame. É preciso levar o CPF ou o cartão do SUS da pessoa que teve a doença e a data de início dos sintomas.
Uma oitava fase de testagem deve ser iniciada ainda em julho. O foco neste próximo passo serão as pessoas que tiveram contato com colegas de trabalho infectados pelo vírus.
O secretário Pablo Sürmer frisou a importância de avançar nas etapas para detectar pessoas doentes e em risco de transmitir o vírus, além de contabilizar pacientes que já tiveram a doença e não manifestaram sintomas. Stümer comparou a aplicação de testes em Porto Alegre à média de testes diários aplicados na Coreia do Sul e na América Latina. Segundo o secretário, a média de até 500 testes por dia está acima da média da Argentina e muito parecida com a do Uruguai, país que conseguiu um controle rigoroso da doença. "Porto Alegre foi pioneira em investigar todos os sintomáticos respiratórios com o PCR", afirmou Stümer.
Marchezan falou sobre a situação da pandemia na Capital, que enfrenta aumento expressivo de mortes pelo novo coronavírus desde o início de julho. Até o fim da tarde desta quarta-feira, eram 185 óbitos confirmados na Capital e 5 mil casos confirmados. A demanda por leitos de UTI na primeira semana do mês também demonstrou aceleração. São 235 pessoas internadas em unidades intensivas com coronavírus e outras 37 com suspeita de terem o vírus.
Segundo o prefeito, o número deverá atingir nos próximos dias a projeção da segunda etapa de ocupação de leitos de UTI destinados a pacientes com o novo vírus, de 255. No começo da pandemia, a projeção inicial de demanda era de 174 leitos. "O grande desafio é não deixar que os óbitos aumentem por falta de atendimento adequado. Hoje, podemos dizer que isso não aconteceu até agora", disse Marchezan.