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- Publicada em 09 de Junho de 2020 às 20:54

Motoboys de Porto Alegre relatam dificuldades durante a pandemia

Demanda por delivery aumentou cerca de 40% em Porto Alegre na pandemia

Demanda por delivery aumentou cerca de 40% em Porto Alegre na pandemia


LUIZA PRADO/JC
Desde o início da pandemia, os motoboys e motogirls de Porto Alegre e do resto do Brasil passaram a ser mais requisitados. Com as orientações para ficar em casa, o serviço de delivery ganhou mais força, deixando os motofretistas na linha de frente do problema. Ainda que tomando todos os cuidados, alguns profissionais do setor já foram infectados pelo novo coronavírus e seguem trabalhando com medo.
Desde o início da pandemia, os motoboys e motogirls de Porto Alegre e do resto do Brasil passaram a ser mais requisitados. Com as orientações para ficar em casa, o serviço de delivery ganhou mais força, deixando os motofretistas na linha de frente do problema. Ainda que tomando todos os cuidados, alguns profissionais do setor já foram infectados pelo novo coronavírus e seguem trabalhando com medo.
De acordo com um estudo feito pela Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho) e divulgado pela BBC News Brasil, embora a demanda tenha aumentado, 60,3% dos motofretistas entrevistados relataram uma queda na remuneração, comparando o período de pandemia ao momento anterior.
Segundo o responsável pelo departamento comercial da Cooperativa de Motoqueiros Autônomos Buscar Express, Cristian Seadi de Sequeira, a demanda aumentou cerca de 40% em Porto Alegre. "Alguns restaurantes fecharam as portas, mas a maioria dos clientes continuou atendendo e operando o delivery como uma forma de manter o negócio", relata. Ana Paula Provensi, uma das motogirls associadas à cooperativa, explica que o aumento de demanda é proporcional ao aumento do rendimento.
O estudo da Remir Trabalho fala especialmente de trabalhadores de aplicativo, como é o caso de Ismael Knevitz, motoboy que de dia faz entregas para uma farmácia e, à noite, atende demandas de aplicativos. "A rotina com essa carga horária adicional se torna exaustiva. Mas a remuneração ficou estagnada no tempo, deveria ter aumentado de forma justa. Não é à toa que grandes empresas e grupos de motoboys se mobilizaram na região de São Paulo para o aumento da remuneração pelas empresas e prestadoras de serviço", declara.
Além disso, o aumento na demanda faz com que eles tenham contato com um número ainda maior de pessoas desconhecidas, ficando mais propensos à contaminação. Knevitz relata que ter contato com pelo menos 20 pessoas fora do ciclo familiar diariamente. Ainda que tenha testado negativo para a Covid-19, essa não é a realidade de todos. Em 20 de março, Ana Paula recebeu diagnóstico clínico positivo para Covid-19. Um dos clientes fixos da motogirl é uma farmácia e ela conta que após o Carnaval, muitos clientes que retornaram de viagens ao exterior fizeram pedidos.
"Quero que meus colegas sejam pintados em uma obra como os soldados da linha de frente, prontos todos os dias para a batalha. Hoje somos heróis, não quero que esqueçam disso", ressalta Ana Paula.
Para o presidente do Sindimoto RS, Valter Ferreira, os motoboys correm mais risco de contaminação que muitas classes de trabalhadores e, por isso, deveriam receber alguma assistência do governo. "Os governantes pediram para todos ficarem em casa, mas não se preocuparam com quem faria o delivery."
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