Em meio à crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus, um dos principais desafios aos gestores da área da saúde, públicos ou privados, diz respeito à obtenção de insumos hospitalares para o trabalho seguro dos profissionais, sejam eles médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem ou demais trabalhadores que atuam na linha de frente do combate à Covid-19.
As compras de equipamentos de proteção individual (EPIs) são, via de regra, executadas pelos estados e municípios com vistas a suprir suas redes de atendimento locais. O coronavírus, porém, chegou para gerar o caos no mercado mundial de produção e distribuição de EPIs, na medida em que mais de 90% da produção de máscaras, luvas, aventais, sapatilhas, entre outros materiais, se dá na China, país onde surgiu a Covid-19.
Com o fechamento de fronteiras chinesas e a redução da produção industrial local dos países afetados, os produtos escassearam. Com a queda no ritmo de contágio na China, e a retomada da indústria local, a corrida por EPIs ganhou ares de guerra comercial. Países fortes economicamente, como os Estados Unidos, fizeram uso de seu poder para adquirir a maior quantidade possível de insumos, inclusive atravessando negócios cujos produtos já haviam sido adquiridos por outras nações.
Para aumentar a força competitiva brasileira nesse cenário, o Ministério da Saúde passou a centralizar a compra de materiais para o Brasil. Somente para o Rio Grande do Sul, conforme balanço da Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS), já foram enviadas mais de 2,7 milhões de unidades de produtos (confira na tabela a lista).
Conforme o ministério, a compra por parte do governo federal deverá ocorrer apenas no período crítico do quadro mundial de negócios. O governo anunciou, na terça-feira, que serão realizados cerca de 40 voos, ao longo das próximas seis a oito semanas, com o objetivo de importar 960 toneladas de materiais da China. O plano de logística do Brasil usará rotas aéreas com escalas no Oriente Médio e no norte da África para evitar confiscos em aeroportos na Europa.