A terça-feira foi um dia duro na luta contra o novo coronavírus. Conforme o Ministério da Saúde, nas 24 horas entre segunda e terça-feira, 204 mortes pela Covid-19 foram contabilizadas no País - um aumento de 15% em relação ao dia anterior. Assim, o total de mortes chega a 1.532. O Brasil possui um total de 25.262 casos confirmados da doença. De segunda para terça, houve registro de 1.832 novos casos, um aumento de 8%. Com isso, a taxa de letalidade segue em alta e atingiu 6,1%.
No Rio Grande do Sul, o número de casos chegou a 720, registrados em 87 municípios. Já são 18 vítimas fatais no Estado, com a doença tendo uma letalidade de 2,5%, a quarta menor do Brasil. Com 327 casos e oito mortes, Porto Alegre é a cidade mais afetada, seguida por Caxias do Sul, com 36 casos e nenhum óbito; e Bagé, com 28 casos e sem registro de mortes.
Entre os óbitos registrados no Estado, 83,3% (15) são pessoas acima dos 60 anos de idade, sendo que 44,4% (oito) são de gaúchos com idade superior aos 80 anos. O Rio Grande do Sul não tem registro de vítima fatal com idade inferior a 40 anos.
O ministério esclareceu, ontem, a situação de Porto Alegre, que, no dia anterior, apareceu como em situação de emergência por ter uma taxa de incidência de casos 50% maior do que a nacional. "Duas variáveis influem nessa questão: a taxa de casos e a estrutura de saúde. Porto alegre está com uma capacidade de atendimento muito boa. Estamos com hospitais que não ocuparam leitos ainda. O Hospital de Clínicas inaugurou uma nova UTI e ainda nem começou a utilizar esses leitos. Porto Alegre tem uma capacidade de resposta muito elevada comparando com os casos existentes hoje", afirmou o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis.
O Estado que possui maior número de casos no Brasil é São Paulo (9.371), seguido por Rio de Janeiro (3.419), Ceará (2.005), Amazonas (1.484) e Pernambuco (1.284).
Conforme o Ministério da Saúde, além de Goiás, que já conta com um hospital de campanha levantado pelo governo federal, os estados do Amazonas e do Amapá já solicitaram a mesma estrutura. No balanço apresentado nesta terça-feira, o ministério afirmou que já foram distribuídos 60,8 milhões de EPIs aos estados e que, nas próximas seis semanas, serão realizados 40 voos da China para o Brasil para trazer equipamentos de proteção.
O ministro Luiz Henrique Mandetta anunciou que, além dos casos confirmados e dos óbitos, também será obrigatória a notificação da ocupação dos leitos por parte dos hospitais, do Sistema Único de Saúde (SUS) e privados, que contam com pacientes internados por Covid-19. "Essa ocupação é fundamental para qualquer tipo de tomada de decisão. São duas variáveis: a transmissibilidade da doença e a capacidade para atender", disse.
Mandetta voltou a falar sobre a necessidade de se ter uma noção da imunidade da população para, assim, haver um relaxamento das ações de restrição de mobilidade com base nos dados, e não em opiniões. "Iniciamos um estudo no Rio Grande do Sul testando a presença de anticorpos nos brasileiros. Precisamos saber com que velocidade estamos ganhando anticorpo para essa doença, fazendo um inquérito epidemiológico. Tem muita gente que tem assintomático e ganha anticorpo. Muita gente com forma leve, não procura atendimento, e é corona. E temos as formas intensas, graves e críticas. É o somatório disso que nos dará imunidade." A coordenação do levantamento é do Centro de Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UfPel). O levantamento começou na quinta-feira passada e vai até 14 de maio.
Pela primeira vez, o ministério informou, ontem, o número de pacientes recuperados da doença no País. "Temos 25.262 pacientes comprovados. Só podemos falar de paciente recuperado a partir dos pacientes comprovados. Temos 14.026 pessoas recuperadas da doença. Isso representa 55% das pessoas que tiveram diagnóstico comprovado", disse Gabbardo.