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Coronavirus

- Publicada em 08 de Abril de 2020 às 21:01

América Latina é ambiente propício para disseminação

Chile implementou medidas de quarentena logo após a aparição dos primeiros casos

Chile implementou medidas de quarentena logo após a aparição dos primeiros casos


MARTIN BERNETTI/AFP/JC
A pandemia do coronavírus (Covid-19) chegou à América Latina e ganhou contornos distintos em relação à Ásia, Europa e Estados Unidos: no continente, a doença tem ambiente em geral propício para disseminar-se. 
A pandemia do coronavírus (Covid-19) chegou à América Latina e ganhou contornos distintos em relação à Ásia, Europa e Estados Unidos: no continente, a doença tem ambiente em geral propício para disseminar-se. 
Imagens de Guayaquil, no Equador, mostram cadáveres sem ser enterrados por conta da saturação do sistema municipal. A questão é que a cidade não é muito diferente de muitas metrópoles latinas: capital econômica do país, com 2,2 milhões de habitantes, grandes bolsões de pobreza, desigualdade e com taxa de informalidade econômica de mais de 60%, segundo o governo, o que significa falta de proteção aos trabalhadores. Estes elementos podem potencializar a letalidade da Covid-19 na região, que tem nações com sistemas de saúde com menos estrutura do que as europeias. No país, são 4.450 casos e 242 mortes.
Além disso, a dificuldade de implementar quarentenas passa por questões culturais - sociedades litorâneas e quentes, como as caribenhas, não estão acostumadas a estar dentro de casa - e habitacionais - em favelas de Bogotá, na Colômbia, ou Buenos Aires, na Argentina, é comum que famílias inteiras vivam em ambientes de um ou dois quartos, o que torna a medida de isolamento social um ideal distante. Na Venezuela, antes da chegada do coronavírus, os hospitais sequer tinham os insumos básicos para as emergências.
Some-se a isso a atuação dos líderes políticos. As duas principais economias e populações da região, Brasil e México, têm governantes que a princípio tomaram uma postura negacionista em relação à pandemia e só agora estão aceitando medidas adotadas em todo o mundo. O tempo perdido até que se dessem conta do tamanho do problema pode ser crucial na contagem final dos mortos.
Já no Chile (5.548 casos e 48 óbitos), na Argentina (1.715 casos e 63 óbitos) e no Peru (432 casos e 107 óbitos) os governantes foram mais ágeis. Nestes países, se implementaram medidas de quarentena logo depois da aparição dos primeiros casos, o que, ao final, tem aumentado a popularidade de seus líderes.
A maior prova disso é o renascimento do presidente chileno, Sebastián Piñera - desacreditado por conta dos protestos no país -, que devido à baixa letalidade da doença por lá (0,5%), viu sua popularidade passar de 8% para 15%, segundo o instituto Cadem. 
Em sociedades em que a pobreza é alta, como na Bolívia, já há manifestações por conta da fome. Na Argentina, vem ocorrendo saques a mercados nas periferias ao redor de Buenos Aires.
Ainda se espera o pico da pandemia na América Latina. Especialistas falam em fim de abril, começo de maio. Depois do epicentro da epidemia mudar de Wuhan, na China, para a Itália, e daí para os EUA, espera-se que ele não encontre nos países latinos o lugar mais propício para se propagar.
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