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Coronavirus

- Publicada em 08 de Abril de 2020 às 03:00

Pedidos de renegociação já superam 2 milhões

A crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus já levou dois milhões de clientes a bater na porta dos cincos maiores bancos do País para renegociarem R$ 200 bilhões de empréstimos. O levantamento divulgado ontem pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) não informa, porém, o valor total que já foi negociado até agora por Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander.
A crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus já levou dois milhões de clientes a bater na porta dos cincos maiores bancos do País para renegociarem R$ 200 bilhões de empréstimos. O levantamento divulgado ontem pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) não informa, porém, o valor total que já foi negociado até agora por Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander.
O Itaú Unibanco informou ter renegociado 302 mil contratos, com a prorrogação de parcelas equivalentes a R$ 679 milhões (no total, esses contratos somam R$ 12,1 bilhões). De acordo com o banco, todos os pedidos de renegociação estão sendo atendidos, desde que cumpridas as condições da oferta. A principal condição é estar em dia com o financiamento.
Pressionada por críticas de empresas e pessoas físicas sobre dificuldades para negociar um adiamento nas prestações em dois ou três meses, a Febraban afirmou que entende a "ansiedade" de diversos setores, mas é "preciso compreender que esse é um processo gradual e complexo, que demanda diversas providências e, em muitos casos, envolvem mudanças regulatórias".
A associação cita como exemplo de mudanças de normas que precisaram ser feitas a liberação de depósitos compulsórios por parte do Banco Central. O compulsório é formado por uma parte do dinheiro depositado nos bancos pelos correntistas. Esses recursos são mantidos no BC e os bancos não podem utilizá-los para fazer empréstimos, por exemplo.
Até o momento, o BC anunciou a injeção de R$ 1,2 trilhão no sistema financeiro (R$ 124 bilhões em compulsórios). Parte dos recursos ainda depende de regulamentação para começar, de fato, a chegar às instituições financeiras, mas o BC tem afirmado que o mercado já "está líquido". "Ao contrário do que aconteceu na crise de 2008, desta vez, não estamos observando um empoçamento, mas, sim, um aumento substancial nas necessidades por recursos líquidos, o que torna esta crise bem diferente da anterior", afirmou a Febraban na nota.
No sábado, durante conferência com representantes do varejo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o "empoçamento" de recursos nos bancos estaria retardando a chegada de ajuda para quem precisa na crise. Por isso, a aposta do governo é permitir que o BC negocie diretamente carteiras de crédito e títulos de empresas. A medida está prevista na PEC do "orçamento de guerra", que já foi aprovada pela Câmara e precisa do aval do Senado.
A assessoria da Febraban diz que não há uma contestação ao ministro Guedes, mas "apenas um esclarecimento do setor". Além disso, a entidade diz que os bancos internacionais cortaram as linhas para os bancos brasileiros, o que diminuiu a oferta de recursos no mercado.
Para o diretor da consultoria Teros, Juan Ferres, não se trata de falta de liquidez, neste momento, já que as captações feitas pelos bancos aumentaram nos últimos dias. "Trata-se de um problema operacional de avaliação de risco para destravar o processo", avalia o economista.
 
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