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Negócios

- Publicada em 07 de Abril de 2020 às 03:00

Transporte marítimo de carga resiste ao impacto da Covid-19

Em março, utilização de embarcações nas exportações foi de 85% do total que saiu do País

Em março, utilização de embarcações nas exportações foi de 85% do total que saiu do País


NAVEGA/DIVULGAÇÃO/JC
Dentro de toda a malha logística do País, só o transporte marítimo ainda resiste aos impactos em cascata causados pela covid-19, crise que resultou em interrupções críticas no setor aéreo e que já atrapalha o fluxo terrestre. As águas, responsáveis por mais de 95% das cargas exportadas e importadas pelo Brasil, têm conseguindo, ao menos por enquanto, enfrentar o drama das paralisações no setor produtivo.
Dentro de toda a malha logística do País, só o transporte marítimo ainda resiste aos impactos em cascata causados pela covid-19, crise que resultou em interrupções críticas no setor aéreo e que já atrapalha o fluxo terrestre. As águas, responsáveis por mais de 95% das cargas exportadas e importadas pelo Brasil, têm conseguindo, ao menos por enquanto, enfrentar o drama das paralisações no setor produtivo.
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre o assunto mostra que as linhas mais comuns de navegação, aquelas que têm itinerários pré-definidos para o transporte de contêineres, têm registrado níveis estáveis de utilização das embarcações e da quantidade de navios nos portos.
Em março, a utilização de embarcações nas exportações foi de 85% do total que saiu do País, ante 82% do mesmo período de 2019. Nas importações, os mares responderam por 67% do volume, contra 68% de março do ano passado. A capacidade de movimentação disponível nas rotas internacionais foi 4% superior à verificada em março do ano anterior, apesar da queda na quantidade de navios em operação: 134 em março deste contra 161 no mesmo mês de 2019. Na comparação trimestral, foram 443 embarcações nos portos brasileiros operando em 2020, contra 440 nos três primeiros meses do ano passado.
Como ocorre no mar, porém, o cenário pode mudar de um dia para o outro. Analistas da CNI afirmam que é preciso acompanhar o assunto de perto, sob risco de travar a principal porta de entrada e saída de mercadorias do País. O setor produtivo nacional tem sentido dificuldades em outras etapas da cadeia de transporte. Uma pesquisa desta semana mostra que 38% das empresas industriais já enfrentam muitas dificuldades para a obtenção de insumos e matérias-primas. Outras 45% dizem enfrentar pouca dificuldade; e 17% afirmam não ter problemas.
"Com exceção do porto de Gênova, na Itália, que se encontra no epicentro da crise no continente europeu, o setor portuário mundial vem conseguindo manter as operações e atender às demandas de embarque e desembarque", afirma a CNI.
A preocupação é evitar que aconteça, nos portos do Brasil, o que se viu na China. O nível de interrupção dos serviços nos portos chineses, que, no primeiro bimestre do ano não contava com caminhoneiros, estivadores e diversos outros trabalhadores essenciais ao funcionamento dessas instalações, levou à queda abrupta na movimentação de contêineres.
Em meados de fevereiro, segundo o levantamento, o país asiático registrou nível de 18% nos cancelamentos de escalas programadas de navios. A partir de março, as atividades começaram a ser normalizadas, mas os efeitos da paralisia foram suficientes para reduzir em 2% os fluxos de bens intermediários chineses, país que responde por 20% da produção global desses produtos. "Apenas para o Brasil, tal ruptura representou perda de US$ 84 milhões", afirma a CNI.
O ano de 2020 teve início com uma pressão nos custos do transporte marítimo. As empresas de navegação previam aumentos nos valores de frete, por causa de exigências da Organização Marítima Internacional (IMO) para a redução nas emissões de enxofre. A perspectiva de disparada no preço do petróleo também prometia aumentar o valor do frete. A pandemia do coronavírus, porém, alterou esse cenário.
Na comparação entre março e janeiro de 2020, o valor médio dos fretes para a exportação de contêineres caiu de US$ 1.400 para US$ 1.264. Apenas a rota para a África não apresentou redução de valor no período, enquanto aquelas que levam à Ásia, Mediterrâneo e Oriente Médio apresentaram as maiores quedas.

Rio de Janeiro vê potencial logístico para cargas entre Porto do Açu e Porto do Rio

A partir de junho, empresas do Norte Fluminense poderão transportar contêineres e cargas do Porto do Açu, em São João da Barra, norte do estado fluminense, para o Porto do Rio. Segundo a Secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, a nova rota vai impulsionar a produção da região.
Um primeiro acordo foi fechado entre o Porto do Açu e a Norsul, empresa especializada no transporte de granéis e neo-granéis de cabotagem e de longo curso, que vai permitir o transporte de placas de granito até o Porto do Rio a partir de junho.
O acordo foi intermediado pelo secretário Lucas Tristão e pelo Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ). O potencial do negócio é de US$ 45 milhões por ano, com o transporte de 55 mil toneladas de chapas de granito.
"Isso consolida o Estado do Rio como um importante hub portuário, oferecendo uma alternativa para o setor logístico brasileiro, responsável pela movimentação de bens e insumos fundamentais", avalia o secretário.
Um dos setores beneficiados pela integração será o de rochas ornamentais, mas outros produtos também poderão utilizar a via.
"A integração entre os dois portos vai facilitar a exportação de rochas ornamentais do Rio, atendendo a uma demanda antiga do segmento", explica Giovanni Frigeri, presidente do DRM-RJ, acrescentando que o Estado tem potencial para tornar-se um dos maiores exportadores de rochas ornamentais do País.
 

Países da América Latina e Caribe se unem para evitar desabastecimento de alimentos

Ministros da agricultura, alimentação, desenvolvimento rural, pecuária e pesca de 25 países da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, assinaram uma nota conjunta se comprometendo a adotar medidas conjuntas pra garantir o abastecimento de alimentos para cerca de 620 milhões de pessoas que vivem na região.
Na sexta-feira passada, os signatários garantiam que, até aquele momento, não havia falta de gêneros alimentícios em seu países, e que, diferentemente de outras crises, a oferta de alimentos segue estável na região e no resto do mundo.
"Os estoques globais dos principais tipo de alimentos estão em bons níveis e as colheitas nos principais países produtores foram boas", afirmam os ministros, assegurando que trabalhadores do campo e indústrias alimentícias seguem trabalhando.
"Não existe, portanto, razões que justifiquem aumentos significativos nos preços internacionais dos alimentos, razão pela qual fazemos um chamado a todos os que atuam no sistema a fim de impedir a especulação neste momento de emergência", acrescentam os representantes nacionais.
Os ministros, no entanto, admitem a importância de que o funcionamento de toda a cadeia de suprimento siga funcionando em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Na nota, eles apontam que, se a ameaça de disseminação da doença persistir por um longo tempo, os serviços serão submetidos à pressões que podem sim gerar problemas. Razão pela qual prescrevem que os países da região ajam em conjunto para evitar o desabastecimento.
"Neste sentido, se todos os países nos esforçarmos para manter funcionando as cadeias locais, nacionais, regionais e globais de abastecimento, poderemos assegurar os alimentos de forma sustentável para toda a população."
Os ministros se comprometem a atuar conjuntamente, trocando informações e adotando medidas "apropriadas, conforme a realidade de cada país", entre elas fornecer assistência técnica e financeira aos pequenos e médios produtores agrícolas, pescadores, aquicultores, pecuaristas e pequenas e médias agroindústrias a fim de que possam manter e, em alguns casos, aumentar sua produção.
O grupo também defende a implementação de programas emergenciais para prevenir a perda e o desperdício de alimentos, incluindo os que estimulem e facilitem o funcionamento de bancos de alimentos; o monitoramento constante das cadeias logísticas, especialmente as que envolvam mais de um país, a fim de resolver rapidamente qualquer gargalo, e o fomento do uso de plataformas de comércio eletrônico, buscando envolver o menor número possível de produtores e estabelecimentos de pequeno e médio porte.