Porto Alegre está entre as sete capitais brasileiras com maior risco de desenvolver surtos de infecção pelo novo coronavírus no país, caso medidas de restrição não sejam, de fato, implementadas. É o que diz um estudo elaborado por pesquisadores da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Fundação Getulio Vargas (FGV). A capital gaúcha concentra o maior número de casos e vítimas de Covid-19 no Rio Grande do Sul.
Junto no ranking estão Florianópolis, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Recife. Os especialistas tomaram como base o tráfego aéreo nacional e os deslocamentos no interior dos estados, a partir dos dois focos iniciais da doença no País, São Paulo e Rio de Janeiro, para projetar a disseminação do vírus. Também foi levado em conta a mobilidade pendular das cidades, que é o trânsito diário de pessoas entre o município em que estudam ou trabalham e aquele em que residem.
As capitais e regiões listadas concentram, ainda, a maior proporção de pessoas com mais de 60 anos. Os idosos são considerados mais vulneráveis e, portanto, são grupo de risco.
De acordo com o estudo, a maior propensão à disseminação do vírus esbarra na capacidade e infraestrutura de atendimento à saúde nessas localidades. Os pesquisadores alertam que a disponibilidade de leitos hospitalares comuns e complementares estão distribuídos de forma heterogênea e que a maior parte das capitais sob risco de surto tem uma capacidade intermediária de atendimento.