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Coronavirus

- Publicada em 21 de Março de 2020 às 13:39

Recuperação lenta em países que frearam vírus amplia incertezas

Atividade das empresas começa a voltar ao normal na China

Atividade das empresas começa a voltar ao normal na China


STR/AFP/JC
A lenta recuperação da atividade econômica na China e em outros países asiáticos que parecem ter conseguido frear o avanço do coronavírus está aumentando a incerteza sobre o impacto da pandemia na economia global, à medida que a doença se espalha por outras regiões.
A lenta recuperação da atividade econômica na China e em outros países asiáticos que parecem ter conseguido frear o avanço do coronavírus está aumentando a incerteza sobre o impacto da pandemia na economia global, à medida que a doença se espalha por outras regiões.
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"O mundo nunca viveu uma crise como esta", diz Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial e pesquisador do Brookings Institution, um centro de estudos americano. "A incerteza sobre a evolução da doença e a integração da economia global tornam muito difícil qualquer previsão."
Bancos que reviram projeções na última semana trabalham com a hipótese de que a fase mais aguda da crise será superada em poucos meses, mas apontam para um cenário recessivo. O Goldman Sachs prevê que a economia mundial crescerá 1,25% neste ano.
Empresas que fecharam as portas em fevereiro na China começaram a retomar o trabalho no início deste mês, mas muitas continuam paralisadas ou operando em ritmo mais lento, por falta de mão de obra e devido a rupturas em cadeias de fornecedores de peças e suprimentos.
De uma amostra de 109 empresas fechadas no auge da crise na província de Hubei, epicentro da doença, só 24 já retomaram plenamente suas atividades, de acordo com relatório do banco americano JPMorgan, baseado num levantamento de um serviço local de notícias financeiras.
Muitos trabalhadores viajaram após o fechamento das fábricas da província e acabaram retidos por semanas com suas famílias ao voltar de outras regiões, por causa da necessidade de isolamento.
Na terça (17), a China anunciou que pela primeira vez não registrou nenhum caso novo de infecção em Hubei. Mas epidemiologistas expressam preocupação com o risco de uma nova onda de contágio com a retomada de viagens e maior circulação de pessoas.
"Em muitas cidades chinesas as operações já voltaram praticamente ao ritmo normal, mas Hubei ainda estava registrando novos casos outro dia, e por isso a cautela das autoridades é compreensível", afirma o economista Fei Xue, analista da consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit).
"Prevemos que os efeitos econômicos da ruptura causada pela doença serão prolongados, por causa do risco de novos surtos durante o período em que as pessoas estarão voltando para o trabalho e por causa da fraca demanda externa", diz o analista.
Estatísticas publicadas no início da semana mostraram que a produção industrial da China caiu 13,5% no primeiro bimestre deste ano, ou seja, até fevereiro. A produção de automóveis levou um tombo de 45,8%. As vendas do varejo e os investimentos também sofreram fortes perdas.
O JPMorgan prevê forte contração da economia neste trimestre, com uma perda de 10% do PIB em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda que a atividade se recupere nos próximos meses, o desempenho do ano deve ser modesto, com crescimento de 2%.
Parte do problema é que o avanço da doença em outros locais do mundo ainda está na fase inicial. "Mesmo sem outro surto na China, a pandemia cria riscos econômicos", diz nota publicada nesta sexta (20) por funcionários do FMI que monitoram a economia chinesa.
Eles observam que a propagação do vírus tende a reduzir a demanda por produtos chineses justamente no momento em que suas fábricas começam a reabrir, à medida que o avanço da doença em outros países e a turbulência no mercado financeiro fazem investidores e consumidores se comportar com mais cautela.
Na Coreia do Sul, onde o número de casos de coronavírus passou a crescer em ritmo menos acelerado nas últimas duas semanas, os efeitos econômicos ainda se farão sentir por causa da queda na demanda pelos produtos locais e do menor fluxo de turistas, em especial dos visitantes chineses, diz Fei Xue.
Em fevereiro, as vendas caíram 19% nas concessionárias de automóveis e 31% nas lojas de departamento da Coreia do Sul. Segundo os economistas do JPMorgan, nas províncias mais atingidas pela doença até agora, algumas grandes cadeias de varejo registraram queda de até 41% em fevereiro.
Eles notam que houve um aumento nas transações com cartão de crédito desde o início do ano, sinal de que as pessoas passaram a fazer parte de suas compras pela internet ao se afastar das ruas, mas o movimento parece insuficiente para compensar a perda de faturamento das lojas físicas.
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