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Coronavirus

- Publicada em 20 de Março de 2020 às 20:36

Coronavírus: avanço da pandemia provoca queda de apoio a Bolsonaro no Twitter

Ação coordenada e automatizada no Twitter sustentou apoio a Bolsonaro em hashtags no Twitter

Ação coordenada e automatizada no Twitter sustentou apoio a Bolsonaro em hashtags no Twitter


SERGIO LIMA/AFP/JC
Desde o início de março, a base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem perdendo espaço no debate geral do país sobre o coronavírus, conforme vem aumentando, igualmente, o volume de menções ao assunto no país e os componentes políticos, econômicos e sociais da pandemia, constata um estudo da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Desde o início de março, a base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem perdendo espaço no debate geral do país sobre o coronavírus, conforme vem aumentando, igualmente, o volume de menções ao assunto no país e os componentes políticos, econômicos e sociais da pandemia, constata um estudo da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Desde o início de março os grupos antibolsonaristas têm se mantido com maior volume de engajamento que as bases pró-Bolsonaro, mas sem se estender para além de 21% da discussão em nenhum período.
Isso se deve, sobretudo, à grande aglutinação de perfis sem claro ou contínuo alinhamento político-partidário, que foram um grande grupo intermediário amplamente dominante no debate e de oposição a Bolsonaro. Até 13 de março, esse grupo intrapolos agregava 54% das interações, chegou a 71,4% destas em 17 de março, quando esquerda e direita perderam participação, e nesta quarta-feira de panelaço agregou 59,1% das interações no Twitter.
Entre 2 e 12 de março, a base pró-governo federal, sob o eixo de impacto do perfil do Ministério da Saúde, reunia 12% das interações sobre o assunto no Twitter. No entanto, entre 13 de março e o fim da manhã 17 de março, com a rápida escalada da discussão no país (e o aumento da percepção crítica às ações de Bolsonaro), caiu a 6,5% a participação da base bolsonarista na rede, e novamente houve leve queda na análise do debate das 24h de 17 de março, às vésperas dos protestos agendados por grupos a favor e contra e o governo e após novos posicionamentos (criticados) do presidente: foi a 6,2% a atuação do grupo bolsonarista.
Já na quarta-feira (18), houve novo aumento leve de presença da base pró-Bolsonaro, mas longe de alcançar os níveis anteriores ao início efetivo do impacto direto da pandemia no país e no debate público na rede. Foi a 8,5%, em função do investimento de influenciadores e atores políticos a favor do governo em engajar hashtags e mensagens de apoio a Bolsonaro.
Também nesta quarta-feira a base alinhada a perfis e partidos de esquerda e de oposição regular a Bolsonaro aumentou participação no debate, chegando a 18,2% das interações, também por conta do "panelaço" contra o presidente.
Ação coordenada sustenta posição da direita durante panelaço
Durante o dia 18 de março, 398 contas do Twitter amplificaram conteúdo de defesa ao presidente Jair Bolsonaro de forma aparentemente coordenada. Estas contas publicaram as hashtags #PanelacoContraAEsquerda, #PanelacoProBolsonaro, #Respeitem57MilhoesDeEleitores e #RespeiteOPresidente e geraram 20.844 retuítes, representando 13.3% do volume de interações registrados no grupo de defesa do Presidente no dia de ontem.
A suspeita de ação coordenada se dá pela concentração de publicações contendo as hashtags mencionadas em um curto período de tempo. O grupo apresentou média de 52,4 publicações por dia. As contas mais ativas do grupo chegaram a apresentar mais de 300 publicações cada no período de 24 horas. Além disso, todas as publicações destas contas foram retuítes, nenhuma publicação original foi criada por este grupo e todo conteúdo conteve ao menos uma das hashtags mencionadas.
Além da ação possivelmente coordenada, contas com claros sinais de automatização geraram 1.904 retuítes no grupo de apoio ao governo (1.21%) das interações do grupo.
Na oposição, composta por 70.630 perfis, 1.219 apresentaram claros sinais de automatização e foram responsáveis por 0.62% das 190 mil interações registradas no grupo.
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