O Brasil já registrou sete mortes pelo novo coronavírus, no Rio e em São Paulo, e a transmissão sustentada da doença em pelo menos seis Estados. Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o crescimento da covid-19 tem ocorrido de forma nacional, o que dificulta o trabalho de monitoramento.
O governo do Rio
confirmou a segunda morte pelo novo coronavírus no Estado. Trata-se de um idoso de 69 anos que morava em Niterói, na região metropolitana. Além de idoso, ele era diabético e hipertenso. O homem teve contato com uma pessoa que voltou de viagem ao exterior. Pouco antes dessa confirmação, o gabinete de crise do governo estadual havia confirmado a primeira morte no Estado: uma idosa de 63 anos que morava em Miguel Pereira, sul do Rio. Ela trabalhava como empregada doméstica na capital e teve contato com a patroa, que havia se infectado após voltar de viagem da Itália.
Diabética e hipertensa, ela não aparecia entre os casos confirmados no Estado. O idoso de Niterói também não aparecia entre os casos confirmados.
Em São Paulo, a Secretaria Estadual da Saúde confirmou a quinta morte pela doença. Todos os óbitos do Estado ocorreram na capital. Em comum, as vítimas eram homens com idades acima de 60 anos e tinham doenças pré-existentes. Com isso, são sete vítimas da covid-19 no País. Mas o Ministério da Saúde contabilizava ontem apenas seis. O País tem 621 casos confirmados da doença.
Segundo a pasta, há transmissão sustentada do novo coronavírus em ao menos seis Estados brasileiros, o que preocupa as autoridades. Mandetta disse ontem que o crescimento da covid-19 tem ocorrido de forma nacional, em bloco, o que pode dificultar ainda mais o controle da doença. Ele destacou que medidas mais duras de prevenção podem ser adotadas na próxima semana caso a população não siga medidas indicadas pela pasta, como o isolamento.
Os Estados que já registraram a transmissão comunitária, também conhecida como sustentada, são Rio, Minas, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo. Este tipo de propagação é caracterizado no momento em que não é mais possível identificar a origem da contaminação de uma pessoa naquela cidade.
"À exceção da região amazônica, da Região Norte, todas as outras regiões estão fazendo aumentos sistemáticos em bloco. O que poderia ser em uma região, me parece aumentando em bloco em todos os Estados. Parece uma coisa vindo em relação a um cenário muito mais de característica nacional do que regional", avaliou Mandetta.
Caso o aumento em bloco se repita da mesma forma na próxima semana, Mandetta avaliou que "vai ser muito mais complexo" fazer o acompanhamento e que será necessário ampliar o sistema de contenção.