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Prejuízos

- Publicada em 24 de Março de 2020 às 03:00

Transporte urbano pode perder 50% de passageiros

Até a semana passada, redução do número de usuários em diversas cidades atingia 30% da demanda

Até a semana passada, redução do número de usuários em diversas cidades atingia 30% da demanda


/PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
As medidas de redução de circulação de pessoas adotadas em todo o País para conter a transmissão do coronavírus (Covid-19) representa uma redução de, aproximadamente, 30% da demanda de passageiros de transporte público coletivo urbano por ônibus em algumas cidades brasileiras. Estima-se que metade desse total (15%) se deve à suspensão das atividades educacionais e ao fechamento de escolas. Os demais cumprem as orientações de distanciamento social e de flexibilização das atividades laborais, tais como o trabalho a distância (home office). O agravamento da situação poderá gerar impacto de mais de 50% na queda de passageiros, segundo levantamento preliminar da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos).
As medidas de redução de circulação de pessoas adotadas em todo o País para conter a transmissão do coronavírus (Covid-19) representa uma redução de, aproximadamente, 30% da demanda de passageiros de transporte público coletivo urbano por ônibus em algumas cidades brasileiras. Estima-se que metade desse total (15%) se deve à suspensão das atividades educacionais e ao fechamento de escolas. Os demais cumprem as orientações de distanciamento social e de flexibilização das atividades laborais, tais como o trabalho a distância (home office). O agravamento da situação poderá gerar impacto de mais de 50% na queda de passageiros, segundo levantamento preliminar da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos).
Para fazer frente a esse quadro, a entidade defende a flexibilização temporária da oferta, com readequação da frequência e do número de ônibus, em decisão conjunta com o poder público local. "Não faz sentido ter ônibus rodando vazios só para cumprir um planejamento feito antes da pandemia, e que não se aplica mais neste momento", pondera o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha. Ele lembra que essa medida foi adotada pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas, no decreto emergencial assinado ontem, e já tinha sido aprovada, no último dia 13 de março, pela Diretoria de Transportes Rodoviários do Rio Grande do Sul em relação ao transporte intermunicipal daquele estado.
Em uma situação extrema, de limitação de todo e qualquer deslocamento não essencial, como já vem ocorrendo em várias cidades da Europa, a NTU estima que grande parte do serviço de transporte público ficaria ociosa devido à redução de praticamente toda a demanda. "É importante frisar que, pela natureza essencial desse serviço público, seria necessário manter uma oferta mínima para atender os passageiros que não têm outra alternativa de deslocamento", esclarece o presidente executivo da NTU, Otávio Cunha.
Diante desse cenário, e com a expectativa de forte redução do número de passageiros, tendo em vista o crescimento previsto do número de casos da Covid-19, a NTU reivindica que sejam adotadas, desde já, medidas especiais e emergenciais para assegurar a continuidade do transporte público urbano em todo o País, nas condições estipuladas pelas autoridades públicas, de forma que, mesmo em situação de queda drástica da receita, as empresas operadoras possam sobreviver frente às obrigações financeiras para manter os serviços em funcionamento.
O pleito a ser encaminhado ao governo federal consiste na instituição de um fundo nacional de emergência que possa complementar o déficit previsto entre custos e receitas das empresas operadoras de transporte público coletivo urbano e de caráter urbano.
Otávio Cunha reconhece a grande responsabilidade social do setor de transporte público coletivo, que tem que ofertar um serviço que atenda aos atributos de universalidade, continuidade e preços módicos, mas vê grandes dificuldades pela frente. "Estamos falando de um setor responsável por 86% das viagens realizadas em modos de transportes coletivos urbanos em todo o País. O setor deve seguir todas as recomendações das autoridades públicas sobre a oferta dos serviços, mas, para isso, precisa ter garantido o equilíbrio financeiro das operações, visto que, de forma geral, as empresas estão debilitadas, já que enfrentam há tempos uma crise decorrente da queda sistemática de demanda, e não vão aguentar mais esse baque."

Cuidados necessários a serem adotados nos coletivos

A NTU já orientou as empresas associadas e as entidades filiadas a adotarem uma série de procedimentos preventivos, que vão da divulgação de informações sobre o coronavírus para passageiros ao reforço da limpeza dentro dos coletivos. As recomendações, enviadas oficialmente por meio de carta às empresas associadas, seguem as orientações do Ministério da Saúde, da OMS e da Associação Internacional de Transporte Público, e incluem cuidados direcionados tanto aos passageiros quanto aos operadores do serviço:
Passageiros
Manter as janelas dos ônibus abertas para uma melhor circulação do ar, sempre que possível;
Evitar os horários de pico nos transportes públicos;
Escolher rotas que envolvam apenas um meio de transporte, evitando trocas de linhas ou modais que aumentam o risco de exposição, sempre que for viável;
Lavar sempre as mãos com sabão até a metade do antebraço, esfregando também as partes internas das unhas, antes e depois de usar o transporte público; alternativamente, limpar as mãos com álcool em gel 70° INPM;
Evitar cumprimentar com beijos, apertos de mãos e abraços;
Limpar com álcool em gel 70° INPM objetos tocados frequentemente;
Evitar tocar nas áreas do rosto (principalmente nariz, olhos e boca) antes de higienizar as mãos;
Quando tossir ou espirar, proteger a boca na parte interna do antebraço ou com um lenço descartável;
Procurar manter uma distância de pelo menos um metro de quem estiver tossindo ou espirrando;
Utilizar lenços descartáveis quando estiver com o nariz escorrendo, descartando o lenço usado imediatamente no lixo;
Evitar sair de casa caso apresente sintomas de gripe ou similar;
Seguir as orientações oficiais do Ministério da Saúde e de autoridades sanitárias, evitando mensagens falsas que circulam pela internet e pelo WhatsApp (fake news).
Operadores
Utilizar o sistema de ar-condicionado dos ônibus no modo de ventilação aberto;
Manter as janelas dos ônibus abertas para uma melhor circulação do ar, sempre que possível;
Reforçar a limpeza diária interna dos veículos, a desinfecção e limpeza de balaústres e pega-mãos, fazendo a higienização dos veículos com mais frequência no decorrer do dia, sempre que possível;
Disponibilizar espaços para cartazes e outros materiais informativos sobre a prevenção do coronavírus na frota e demais canais de comunicação da empresa (sites, redes sociais, TV de bordo);
Orientar os funcionários sobre métodos de prevenção contra o coronavírus;
Colocar à disposição dos funcionários, nas áreas administrativas e nas garagens, álcool em gel 70° INPM.
 

Empresas aéreas aguardam detalhamento de crédito e consideram medidas positivas

As medidas anunciadas na semana passada, pelo governo federal, para minimizar o impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na aviação comercial brasileira, são positivas, na avaliação do presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz.
"As medidas são positivas e estão na direção correta neste momento em que enfrentamos a maior crise da história da aviação comercial. Entendemos que foi anunciado o que é possível fazer neste cenário atual, no qual as empresas aéreas precisam de alívio de caixa. Entramos em uma nova fase, de avaliação permanente a partir da efetivação dessas iniciativas para podermos mensurar resultados e construir os próximos passos."
Cerca de 85% dos voos nacionais e 50% dos voos domésticos já foram cancelados. Além disso, as empresas aéreas flexibilizaram regras de cancelamento e de remarcação de bilhetes, abrindo mão da cobrança de multas e de taxas. As empresas aguardam, agora, o detalhamento da linha de crédito. "É absolutamente vital e relevante no sentido de geração de caixa e fôlego que estamos construindo", acrescenta Sanovicz.
De acordo com ele, o esforço, o entendimento, o alto nível de mobilização e as parcerias foram fundamentais para o primeiro passo. São três as iniciativas do governo editadas por meio de medida provisória e decreto que afetam companhias, aeroportos e passageiros: postergação do recolhimento das tarifas de navegação aérea, adiamento do pagamento das outorgas aeroportuárias sem cobrança de multas e prorrogação das obrigações de reembolso das empresas aéreas.