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Coronavirus

- Publicada em 20 de Março de 2020 às 03:00

Coronavírus: Setor cultural busca soluções frente à crise

Salas fechadas são reflexo de medidas para conter avanço do vírus

Salas fechadas são reflexo de medidas para conter avanço do vírus


/MARCO QUINTANA/JC
Carlos Villela
O fechamento de espaços culturais como cinemas e teatros por conta da pandemia do coronavírus está forçando profissionais das artes audiovisuais do Estado a encarar o cenário com bastante preocupação e com poucas respostas. "É uma crise sem precedentes", afirma Ricardo Difini Leite, presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec) e diretor de operações da rede GNC Cinemas. Ele afirma que, de imediato, os funcionários estão sendo dispensados do trabalho e vão receber normalmente. Além disso, cada empresa vai definir a melhor maneira de lidar com a situação - férias coletivas ou suspensão temporária do trabalho. "Obviamente nós temos que, onde ainda não tem a lei, cumprir nosso papel social. Entendo que seria uma medida totalmente incoerente manter um cinema aberto."
O fechamento de espaços culturais como cinemas e teatros por conta da pandemia do coronavírus está forçando profissionais das artes audiovisuais do Estado a encarar o cenário com bastante preocupação e com poucas respostas. "É uma crise sem precedentes", afirma Ricardo Difini Leite, presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec) e diretor de operações da rede GNC Cinemas. Ele afirma que, de imediato, os funcionários estão sendo dispensados do trabalho e vão receber normalmente. Além disso, cada empresa vai definir a melhor maneira de lidar com a situação - férias coletivas ou suspensão temporária do trabalho. "Obviamente nós temos que, onde ainda não tem a lei, cumprir nosso papel social. Entendo que seria uma medida totalmente incoerente manter um cinema aberto."
A presidente da Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul (APTC/RS), Daniela Strack, diz que o setor encara os impactos da pandemia com muita apreensão. Ela explica que a área já passa por um período de crise profunda pelas próprias políticas do governo federal desde os contingenciamentos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), a principal instância de fomento do cinema brasileiro. "Os projetos não estão andando, e agora essa situação se agrava ainda mais", lamenta.
Strack aponta que, para os profissionais do setor, há outro agravante. "A maior parte de nós é ou microempreendedor individual ou microempresa, então, teoricamente, estamos classificados como empresários, mas somos freelancers", explica. "A gente fica numa situação de vulnerabilidade, porque nas situações de auxílio para trabalhadores autônomos os nossos profissionais não se enquadram, e ficamos numa insegurança jurídica', constata. Agora, a APTC/RS deve produzir uma nota reivindicando conversas com as autoridades para pensar o que fazer, e entrar em contato com advogados da área trabalhista para auxiliar na questão jurídica.
Muitos filmes que estreariam em março ou abril foram adiados, e outros tiveram que lidar com o cancelamento quase imediato. Esse é o caso do filme Disforia, do diretor gaúcho Lucas Cassales em longas-metragens, que abriu nos cinemas no dia 12 de março, período no qual os cinemas começaram a fechar as portas por tempo indeterminado.
"Cogitamos cancelar e relançar depois, só que não temos muitas garantias de que o momento lá na frente também será bom", lamenta Cassales. "E, mesmo com os lugares abrindo, vai demorar um tempo para normalizar o público. Não tem muito como recuperar o que foi perdido", diz. Agora, uma das opções cogitadas é a venda do filme para serviços de streaming ou video on demand (VOD). Nesse período, Cassales fala que é importante acompanhar o filme em redes sociais para ajudar a deixar o filme com um apelo maior para quem for se interessar em comprar.
De acordo com Fabio Cunha, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio Grande do Sul (SATED/RS), há um pânico entre toda a cadeia produtiva da arte, de artistas a técnicos, por conta do cancelamento quase generalizado de atividades, especialmente em um setor no qual grande parte dos trabalhadores recebem por diária ou por resultados de bilheteria. Por isso, está se buscando, dentre outras alternativas, a criação de um fundo de amparo ao trabalhador das artes.
Ele explica que algumas medidas já estão sendo feitas para tentar adiantar verba de quem já teve editais aprovados, mas que não adianta muito porque o dinheiro vai chegar para uma produção que deve ser segurada, pois os projetos só poderão ser realizados no futuro. Em setembro do ano passado, a Sedac lançou um edital cultural de R$ 3 milhões para diferentes áreas culturais. De acordo com Cunha, esse valor poderia ser utilizado para um fundo do tipo. Por isso, a entidade vai buscar reuniões com o governo do Estado para explicar as ideias e modelos de fundos e sistemas que possibilitem um acesso individual à verba. "Na grande maioria o quadro de trabalhadores se dá quando se executa a obra. A nossa ideia é que comece pela base, um fundo de amparo em torno de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil para pagar aluguel, água e luz", explica.
A entidade também pede ao governo do Estado a suspensão das cobranças de impostos estaduais que afetam a cadeia produtiva da cultura, e ao Governo Federal liberação imediata de R$ 300 milhões retidos em recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e do Fundo Nacional de Cultura (FNC), além da a suspensão de cobranças e taxas sobre MEIs e MEs da área.
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