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Coronavirus

- Publicada em 17 de Março de 2020 às 03:00

CMN autoriza medidas de R$ 4 trilhões

Tentativa é de reduzir os efeitos econômicos da pandemia

Tentativa é de reduzir os efeitos econômicos da pandemia


/J. DURAN MACHFEE/FUTURA PRESS/JC
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, na manhã desta segunda-feira - em reunião extraordinária -, duas medidas para facilitar a renegociação de até R$ 3,4 trilhões em empréstimos por famílias e empresas e ainda ampliar a capacidade de crédito do sistema financeiro em até R$ 637 bilhões. Segundo o Banco Central (BC), as medidas têm o objetivo de apoiar a economia brasileira durante o enfrentamento da pandemia do coronavírus (Covid-19).
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, na manhã desta segunda-feira - em reunião extraordinária -, duas medidas para facilitar a renegociação de até R$ 3,4 trilhões em empréstimos por famílias e empresas e ainda ampliar a capacidade de crédito do sistema financeiro em até R$ 637 bilhões. Segundo o Banco Central (BC), as medidas têm o objetivo de apoiar a economia brasileira durante o enfrentamento da pandemia do coronavírus (Covid-19).
"O BC tem um amplo arsenal de instrumentos e vai adotar todas as medidas necessárias para apoiar as empresas e as famílias contra os efeitos adversos do Covid-19 na economia", afirmou a autoridade monetária, em nota.
A primeira medida aprovada pelo CMN facilita a renegociação de crédito por famílias em empresas que têm boa capacidade financeira e mantém regularidade e adimplência em operações com os bancos. Segundo o BC, isso deverá ajudar o fluxo de caixa desses tomadores durante os efeitos temporários da pandemia.
Na prática, a medida dispensa os bancos de provisionamento no caso de repactuação de operações de crédito pelos próximos seis meses. "Estima-se que aproximadamente R$ 3,2 trilhões de créditos sejam qualificáveis a se beneficiar dessa medida, cuja renegociação dependerá, naturalmente, do interesse e da conveniência das partes envolvidas", completa a autoridade monetária.
Já a segunda novidade aumenta a capacidade de os bancos utilizarem seu capital para ampliarem a concessão de empréstimos e renegociarem créditos. O CMN ampliou a diferença entre o capital efetivo e o capital mínimo requerido, dando mais espaço para que as instituições possam aumentar o ritmo de concessões de crédito nos próximos meses.
A medida em si reduz o Adicional de Conservação de Capital Principal (ACPConservação) de 2,5% para 1,25% pelo prazo de um ano. Seu efeito imediato é de aumentar a folga de capital do sistema financeiro em R$ 56 bilhões, o que permitiria aumentar a capacidade de concessão de crédito do bancos em torno de
R$ 637 bilhões. Após um ano, o ACPConservação será gradualmente restabelecido até 31 de março de 2022 ao patamar de 2,5%.
O economista Fabio Galdino, chefe de renda variável da Vero Investimentos, analisa que iniciativa pode ser boa se for acompanhada de medidas do Poder Executivo. Galdino cita ações como a flexibilização de algumas regras ou incentivos.
"Para que esse esforço do Banco Central faça sentido, tem que vir acompanhado de outras coisas. Se outras coisas não estão sendo possíveis de ser colocadas neste momento, vai ficar uma coisa isolada, restrita", afirmou.
Galdino ressalta que a atuação do Banco Central é limitada nesta situação, pois os instrumentos são voltados para a política monetária, como juros e inflação. Segundo o economista, as medidas do BC podem servir para acalmar a percepção de risco quanto ao sistema financeiro.
"A nossa crise ainda não é produto de alguma estabilidade econômica, mas sim de algo que pode impactar a economia. Política monetária e política fiscal podem não surtir os efeitos que a gente imagina que eles vão surtir", confirmou.
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