Higiene correta das mãos e contato restrito podem barrar coronavírus nas empresas

Para barrar o avanço do coronavírus a prevenção é o melhor caminho e no meio corporativo deve ser adotada por meio de medidas bastante simples, porém eficazes no combate a propagação do vírus. Transmitir informação correta aos colaboradores e adotar condutas responsáveis nesse sentido são os primeiros passos a serem seguidos no ambiente empresarial, além da orientação para reforçar a higienização correta das mãos e evitar o contato físico.

De acordo com o médico infectologista do hospital Moinhos de Vento, Paulo Ernesto Gewehr Filho, também especialista em medicina do viajante, a higienização correta das mãos (palma, dorso, meio e ponta dos dedos e unhas), é a principal medida a ser adotada em todos os ambientes. No corporativo, também evitar abrir maçanetas e janelas sem segurar um lenço descartável e utilizar o álcool gel antes e após reuniões, não compartilhar copos, xícaras, talheres nem servir os colegas.

Aumentar a frequência da limpeza de mesas, telefones, teclados e objetos de uso comum, evitando o máximo possível tocar em objetos desnecessários. "O álcool gel deve ser utilizado como complemento da lavagem das mãos com água e sabão- que é a melhor medida a ser adotada-, quando não se tem acesso a uma pia para higienização das mãos. Ele pode ser usado ao se tocar em um objeto de uso público, ao sair de um meio de transporte, etc", diz.

Além disso, o especialista reforça o cuidado com o contato físico e diminuição do fluxo de pessoas nas empresas e indústrias. "De uma maneira geral temos de evitar o contato, aperto de mãos, abraços, beijos, ainda mais no ambiente de trabalho, e abusar das videoconferências no ambiente empresarial". Gewehr Filho também reforça a orientação para que sejam cancelados simpósios, congressos e treinamentos que normalmente reúnem grupos grandes nas empresas, além das viagens para fora do Estado e países com registro de alta transmissão da doença, evitando o risco de conexões em aeroportos e o eventual contágio de colegas na volta desses compromissos.

O infectologista orienta os trabalhadores que tiverem sintomas a procurarem o mais rápido possível o serviço médico e a realizarem o teste para coronavírus, permanecendo reclusos em casa, mesmo sem diagnóstico positivo para o coronavírus. "Isso porque grande parte dos sintomas de quem está infectado são leves e moderados, o que só amplia a possibilidade de contágio. E quem tem sintomas, mesmo ainda sem confirmação, pode vir a adotar o trabalho em home office", diz.

O médico Guilherme Peterson, diretor do Simers, alerta ainda para que as pessoas evitem ao máximo as aglomerações e não demorem a buscar orientação médica em caso de contato com algum paciente já confirmado com a doença ou com pessoa que tenha viajado para um dos países mais afetados, pois os sintomas podem demorar a aparecer. Ele lembra ainda que os trabalhadores idosos são mais sujeitos a doenças respiratórias e, por isso, devem ter atenção redobrada. Assim como indivíduos com histórico de doenças cardíacas e pulmonares. "Temos todos de seguir as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde e ir fazendo as adequações a medida em que os sintomas e confirmações da doença ocorrerem. Por isso, a preocupação é necessária e a precaução é um acerto nessa hora", aponta.

Os médicos destacam que como os sintomas são muito semelhantes ao de uma gripe, salvo os casos mais graves que apresentam dificuldade respiratória, há necessidade de se fazer o exame laboratorial para ajudar a proteger a todos", ressalta Peterson.