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SETORES

- Publicada em 05 de Julho de 2018 às 23:00

Movimento cooperativista prospera

O cooperativismo cresce no Brasil e mundo afora. A Aliança Cooperativa Internacional representa 1,2 bilhão de cooperados e, em declaração recente, afirmou que "não há outro movimento econômico, social e político no mundo que, em menos de 200 anos, tenha crescido tanto quanto nós".
O cooperativismo cresce no Brasil e mundo afora. A Aliança Cooperativa Internacional representa 1,2 bilhão de cooperados e, em declaração recente, afirmou que "não há outro movimento econômico, social e político no mundo que, em menos de 200 anos, tenha crescido tanto quanto nós".
Para Vergílio Perius, presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, o cooperativismo ascendeu em ritmo acelerado a partir de 2009, quando se estabeleceu a crise econômica mundial que desestabilizou praticamente todos os mercados. "E as cooperativas que, essencialmente, nascem das crises, tornaram-se possibilidade, uma vez que permitem ser dono do negócio junto de outras pessoas", avalia. Os investimentos em períodos de crise são feitos com cuidado. "No Rio Grande do Sul, as cooperativas não investiram menos do que em anos anteriores, porém com mais atenção", observa.
No Brasil, há cooperativas em 13 ramos da economia: agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo e lazer. No Rio Grande do Sul, as cooperativas concentram-se nos ramos agropecuário, crédito, saúde e transporte. Todas elas, independentemente da área de atuação, carregam os princípios do cooperativismo (veja mais no box abaixo). A economia cooperativa, como mostram os cases das próximas páginas, prova que ainda que exista a competição com negócios do mesmo segmento no mercado, a gestão está baseada na cooperação. E isso traz resultados.
Perius afirma que, ao comparar cooperativas com empresas que seguem modelos de negócio mais tradicionais, existem diferenças fundamentais: a democratização do poder político, que significa que "o capital não interfere nas decisões e isso nivela todas as pessoas", explica; a socialização dos resultados ao invés do prejuízo, uma vez que tudo depende do esforço de cada profissional. "Por exemplo: numa cooperativa de saúde, o médico que trabalha 20 horas recebe por 20 horas, o que trabalhou 10 horas receberá por 10 horas", exemplifica; e o DNA da cooperativa que é uma sociedade de pessoas "que se unem especialmente para enfrentar dificuldades juntas", reconhece.
A união parece ser a chave do sucesso das cooperativas. O Sescoop/RS - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul - tem se dedicado à promoção da cultura cooperativista, contribuindo para a manutenção de tal valor. Em todas as suas frentes de atuação, ligadas à formação profissional, à promoção social e ao monitoramento e à orientação das boas práticas de gestão e governança, propõe dar força ao movimento. "Investimos em recursos humanos. Realizamos treinamentos, desenvolvemos cursos de MBAs. Queremos atingir o jovem e a mulher. Buscamos promover a troca entre as cooperativas. Tudo isso faz o cooperativismo crescer."

Conheça os princípios

  • ADESÃO VOLUNTÁRIA E LIVRE: Cooperativas são organizações voluntárias abertas para todas as pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a aceitar suas responsabilidades de sócio sem discriminação de gênero, social, racial, política ou religiosa.
  • GESTÃO DEMOCRÁTICA PELOS ASSOCIADOS: As cooperativas são organizações democráticas controladas por seus sócios, os quais participam ativamente no estabelecimento de suas políticas e nas tomadas de decisões. Homens e mulheres, eleitos pelos sócios, são responsáveis para com os sócios. Nas cooperativas singulares, os sócios têm igualdade na votação; as cooperativas de outros graus são também organizadas de maneira democrática.
  • PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA DOS ASSOCIADOS: Eles contribuem equitativamente e controlam democraticamente o capital de sua cooperativa. Parte desse capital é usualmente propriedade comum da cooperativa para seu desenvolvimento. Usualmente os sócios recebem juros limitados sobre o capital, como condição de sociedade. Os sócios destinam as sobras para os seguintes propósitos: desenvolvimento das cooperativas, apoio a outras atividades aprovadas pelos sócios, redistribuição das sobras, na proporção das operações.
  • AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA: As cooperativas são organizações autônomas de ajuda mútua. Entrando, em acordo operacional com outras entidades, inclusive governamentais, ou recebendo capital de origem externa, elas devem fazer em termos que preservem o seu controle democrático pelos sócios e mantenham sua autonomia.
  • EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO: As cooperativas oferecem educação e treinamento para seus sócios, representantes eleitos, administradores e funcionários para que eles possam contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento. Também informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes formadores de opinião sobre a natureza e os benefícios da cooperação.
  • INTERCOOPERAÇÃO: As cooperativas atendem seus sócios mais efetivamente e fortalecem o movimento cooperativo trabalhando juntas, e de forma sistêmica, através de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais, através de federações, centrais, confederações etc.
  • COMPROMISSO COM A COMUNIDADE: As cooperativas trabalham pelo desenvolvimento sustentável de suas comunidades, através de políticas aprovadas pelos seus membros, assumindo um papel de responsabilidade social junto a suas comunidades onde estão inseridas.