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CONSTRUÇÃO

- Publicada em 22 de Outubro de 2019 às 03:00

Projetos em infraestrutura atraem as construtoras

Expansão do aeroporto Salgado Filho, orçada em R$ 1,8 bilhão, é uma das mais importantes do RS

Expansão do aeroporto Salgado Filho, orçada em R$ 1,8 bilhão, é uma das mais importantes do RS


FRAPORT/DIVULGAÇÃO/JC
A estagnação do parque industrial do País atingiu também os investimentos em novas obras nesse segmento. Fruto das dificuldades enfrentadas nos últimos cinco anos, não há expansão. E, no Rio Grande do Sul, o impacto da atual conjuntura recai de forma ainda mais contundente na construção pesada.
A estagnação do parque industrial do País atingiu também os investimentos em novas obras nesse segmento. Fruto das dificuldades enfrentadas nos últimos cinco anos, não há expansão. E, no Rio Grande do Sul, o impacto da atual conjuntura recai de forma ainda mais contundente na construção pesada.
Um dos componentes que agravam a situação do Estado é a precariedade das áreas de infraestrutura e logística. Malha viária castigada, hidrovias subaproveitadas e custo tributário elevado emperram o desenvolvimento e afastam o interesse das empresas em investir nos pagos, analisa o diretor-presidente da Construtora Tedesco, Pedro Alberto Tedesco Silber.
A empresa é uma das responsáveis pela execução das obras de expansão do Aeroporto Salgado Filho, agora denominado Porto Alegre Airport, controlado pela Fraport. Desde junho do ano passado, o consórcio, composto ainda pela mineira Barbosa Mello e a HTB, atua na maior e mais importante obra de infraestrutura do Rio Grande do Sul, orçada em R$ 1,8 bilhão.
E, após a entrega da ampliação do terminal de embarque doméstico, da nova área de embarque internacional e da sala de embarque internacional, além do novo edifício-garagem, o foco agora é justamente no ponto mais importante para alavancar as perspectivas de investimentos no Estado: o prolongamento da pista de pousos e decolagens. "Alguns produtos têm de seguir por via rodoviária até São Paulo, porque não têm como embarcar aqui, assim como a entrada de equipamentos de grande porte. Esse é um fator indutor para o desenvolvimento", diz Silber. A conclusão da obra está prevista para 2021.
A empresa, do grupo alemão HTB, acompanha o comportamento da economia no Brasil com olhar estrangeiro e muita atenção. Embora acredite na retomada dos investimentos, vê que ela será mais lenta do que o imaginado, mas segue treinando pessoal e promovendo "ajustes necessários ao mercado", uma vez que o patamar de operação é mais apertado e as empresas estão mais enxutas.
Por outro lado, com as finanças estaduais combalidas, há necessidade de buscar soluções para dar sequência a obras importantes em outros modais de transporte. Entre elas estão a duplicação e recuperação de rodovias e pavimentação de acessos municipais, além do fortalecimento dos aeroportos regionais. Com esse olhar, o governo do Estado retomou neste ano a duplicação da ERS-118, num trajeto de 21,5 quilômetros, do entroncamento com a BR-116, em Sapucaia do Sul, e do acesso à Freeway, em Gravataí. A obra teve início em 2006 e, devido às dificuldades financeiras do Estado, enfrentou atrasos para a sua conclusão.
Segundo a Secretaria de Logística e Transportes do Rio Grande do Sul, nesses 13 anos foram investidos mais de R$ 223 milhões na duplicação da rodovia. Até o momento, a obra está aproximadamente 75% concluída. Para a retomada dos trabalhos, o Estado obteve financiamento de R$ 131 milhões junto ao BNDES. Hoje, todas as obras pendentes para a entrega da duplicação da ERS-118 estão em execução e a previsão de conclusão é para dezembro de 2020.

Estado faz esforço por recursos para investir em rodovias e aeroportos

Mesmo confrontado pela estagnação e pela falta de recursos financeiros, o governo gaúcho anunciou a liberação de R$ 301 milhões no Plano de Obras 2019. Desse total, R$ 170 milhões foram destinados para rodovias das 17 regionais do Daer no interior. "Em pleno século XXI, é inadmissível que ainda tenhamos 52 municípios sem qualquer ligação asfáltica. Para zerarmos essa conta, precisamos de mais de R$ 1 bilhão. Já temos oito acessos em execução e estamos buscando recursos para retomar os demais", explica o secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella.
Segundo ele, já foram executadas obras em importantes corredores, como a ERS-122, entre São Vendelino e Caxias do Sul, a ERS-342, entre Independência e Catuípe, a RSC-377, entre Capão do Cipó e Santa Tecla, no interior de Tupanciretã, e a ERS-168, entre Santiago e Bossoroca. Também foi iniciada a recuperação dos 18 quilômetros da ERS-142, entre Não-Me-Toque e Carazinho, um importante caminho para o escoamento da produção agrícola e, também, para a Expodireto, referência mundial em agronegócio.
Em outra frente, o governo gaúcho vem desenvolvendo um trabalho de exploração do potencial das hidrovias gaúchas e para melhorar o aproveitamento dos aeroportos do Interior. Em uma das medidas, alterou o decreto que institui o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR-RS) para atrair empresas interessadas em oferecer novas linhas aéreas nos aeroportos gaúchos. Isso permitiu passar de seis para 12 o número de rotas de voos regionais para Rio Grande, Bagé, Santana do Livramento, São Borja, Santa Rosa e Passo Fundo.
Com garantia da União de liberação de R$ 44 milhões para o Aeroporto Lauro Körtz, em Passo Fundo, e de igual valor para o Aeroporto Sepé Tiaraju, em Santo Ângelo, com contrapartida do Estado, a modernização dessas duas estruturas está assegurada. No Noroeste do Rio Grande do Sul, os trabalhos devem começar no próximo ano. Já no Planalto Médio, serão construídos um novo terminal de passageiros e um novo pátio para estacionamento das aeronaves, além da recuperação da atual pista de pousos e decolagens.