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Construção Civil

- Publicada em 22 de Outubro de 2019 às 03:00

Receoso, setor da construção absorve pouco da oferta tecnológica

Loreto vê parte do temor como algo cultural das empresas

Loreto vê parte do temor como algo cultural das empresas


Manoela Veiga/DIVULGAÇÃO/JC
João Dienstmann
Inovação e startups viraram praticamente sinônimos. As jovens empresas criadas, a maioria delas por empreendedores ávidos por solucionar problemas do cotidiano, estão presentes em praticamente todos os setores. No âmbito da construção civil, contudo, encontraram um mercado que é apontado por especialistas como receoso aos novos modelos apresentados. O fato de lidar com projetos distintos a cada novo produto lançado, com especificações diferentes e, sobretudo, altos custos, deixou as empresas em um dilema: apostar no novo e ver o resultado ou manter o tradicional e inserir, aos poucos, as novidades?
Inovação e startups viraram praticamente sinônimos. As jovens empresas criadas, a maioria delas por empreendedores ávidos por solucionar problemas do cotidiano, estão presentes em praticamente todos os setores. No âmbito da construção civil, contudo, encontraram um mercado que é apontado por especialistas como receoso aos novos modelos apresentados. O fato de lidar com projetos distintos a cada novo produto lançado, com especificações diferentes e, sobretudo, altos custos, deixou as empresas em um dilema: apostar no novo e ver o resultado ou manter o tradicional e inserir, aos poucos, as novidades?
Os principais avanços ocorreram, principalmente, na parte de projetos. Nesse sentido, pode-se afirmar que a construção civil está alinhada com o que há de mais novo, afinal, uma concepção feita de forma correta reduz os erros em fases seguintes e propicia enxergar melhor o resultado final. Já em outros processos, a inserção de novas ideias ainda é embrionária.
O fundador da Terracotta Ventures, empresa de investimentos em construtechs - startups voltadas à construção -, Bruno Loreto, explica que uma parte desse receio é cultural, sobretudo em empresas de maior porte, embora perceba um movimento para mudança desse conceito a partir do conhecimento das novas tecnologias, principalmente a partir dos seus benefícios em eficiência, gerência e redução de custos.
Durante três anos, Loreto mergulhou no mundo da inovação para o setor a fim de descobrir quais seriam as melhores práticas desenvolvidas ao redor do mundo. Conheceu projetos nos Estados Unidos e na Europa, e, ao retornar o Brasil, resolveu abrir a empresa para impulsionar novas soluções em todas as áreas, do projeto ao canteiro de obras. "O que vi lá fora não é muito diferente daqui. Há, também, certo receio, mas percebemos uma oferta de produtos e soluções maior", explica.
O setor da construção é o segundo pior na adoção de tecnologias digitais, de acordo com pesquisa publicada na Harvard Business Review. Há inúmeras oportunidades para melhorar esses índices de produtividade, reduzir custos, aumentar as vendas e otimizar o modelo de negócio que trouxe poucas inovações.
O empresário exemplifica a mudança em imobiliárias, preocupada em estar no meio digital e, sobretudo, em reduzir a burocracia e reforçar a transparência. Ele cita, também, a presença da inovação no processo construtivo. As incorporadoras estão interessadas em deixar suas obras mais enxutas, com construções modulares - que se tornam mais limpas -, reduzindo tempo e custo.
A Terracotta, que surgiu neste ano, foca investimentos em startups de construção civil. No Brasil, estudos apontam para a existência de mais de 562 empresas com esse perfil. O objetivo é achar soluções viáveis e, dentro do possível, agir como investidor-anjo para impulsionar essas ideias até consolidá-las no mercado. Para Loreto, a alta mortalidade das startups, aliada à vagarosidade do setor em absorver tudo o que é lhe oferecido em termos de inovação, é um dos desafios.
"A construção civil é que dá o tom da velocidade dessas mudanças. Geralmente, são projetos longos, de três ou quatro anos, e não há como inserir a tecnologia no meio dele, só para o próximo. A crise também impactou a entrada dessas ideias. De cada 100 startups, apenas uma prospera. É um desafio consolidar essas ideias", observa.
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