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Memória

- Publicada em 22 de Outubro de 2019 às 03:00

Projeto Construção Cultural resgata a história e valoriza a comunidade

Monumento ao Expedicionário recebeu melhorias

Monumento ao Expedicionário recebeu melhorias


/GILBERTO PERIN/DIVULGAÇÃO/JC
Uma ideia nascida em 2014, junto com o aniversário de 65 anos do Sinduscon-RS, ganhou corpo e solidez. Comprometido com a recuperação e o incentivo à preservação do patrimônio cultural do Estado, o Projeto Construção Cultural já fez muito pela memória de Porto Alegre. E pretende fazer ainda mais pelos monumentos e pela música.
Uma ideia nascida em 2014, junto com o aniversário de 65 anos do Sinduscon-RS, ganhou corpo e solidez. Comprometido com a recuperação e o incentivo à preservação do patrimônio cultural do Estado, o Projeto Construção Cultural já fez muito pela memória de Porto Alegre. E pretende fazer ainda mais pelos monumentos e pela música.
Aliás, o braço musical dessa iniciativa poderá ser conferido durante o evento comemorativo aos 70 anos da entidade, no dia 28 de outubro, na Associação Leopoldina Juvenil, em Porto Alegre. Na ocasião, engenheiros e músicos que integram o Grupo Sindusom irão tocar para o público da festa. Por isso, excepcionalmente em outubro, não haverá o espetáculo programado para toda a última quinta-feira de cada mês, quando o grupo recebe músicos gaúchos no Teatro Sinduscon para apresentações com entrada franca e estacionamento gratuito. "Nesses cinco anos, já foram quase 60 espetáculos. Samba, choro e MPB estão no cardápio da ação", diz Mathias Pinto, curador do Teatro Sinduscon-RS.
Em atenção ao patrimônio, por outro lado, o Construção Cultural já recuperou e restaurou dezenas de monumentos na Capital, em ações financiadas pelo Sinduscon-RS, em parcerias com o Ministério Público e os governos estadual e municipal, além do auxílio de patrocinadores e apoiadores. A estimativa é de que já tenham sido investidos cerca de R$ 3 milhões nas ações, metade desse valor por meio da Lei de Incentivo à Cultura. "Nossa bandeira inicial foi o parque Farroupilha. Ali, fizemos 32 intervenções, com destaque para o Monumento ao Expedicionário e o Gaúcho Oriental. Neste ano, entregaremos o Chafariz Imperial, localizado no Recanto Europeu", diz o consultor do Sinduscon-RS Paulo Ratinecas, um dos responsáveis pelo projeto.
Mas, para chegar aos resultados verificados, não foi tão simples. Não é de hoje que o descaso com o patrimônio público virou parte da cena das cidades. E Porto Alegre não foge disso. Ao pensar o projeto, o Sinduscon-RS queria estimular a adoção de medidas que saíssem da simples crítica para ações concretas sobre isso.
A prioridade seria desenvolver esforços, canalizar energias e restaurar o que estava comprometido. A sinergia entre os atores culturais, público e privado, ajudaria a mapear dados, necessidades e oportunidades para recuperar monumentos da Capital.
Resgatar esse patrimônio mostrava-se fundamental para a identidade da cidade e a preservação da sua memória. O Sinduscon-RS visualizou que isso poderia ser uma relevante contribuição cultural para a cidade e uma forma de colocar na pauta das discussões as melhores opções e políticas de preservação da arte pública.
Em 2016, o projeto foi considerado o mais importante de responsabilidade social da indústria da construção civil do País. "Nossa intenção é que essa iniciativa se perpetue, pois sempre haverá novas ações a serem implementadas", completa Ratinecas.

Estátua do Laçador deverá ser revitalizada no ano que vem

Projeto de restauro, estimado em R$ 900 mil, está em fase de captação de recurso

Projeto de restauro, estimado em R$ 900 mil, está em fase de captação de recurso


CLAITON DORNELLES /JC
Uma das etapas mais valiosas do Projeto Construção Cultural é o restauro e a revitalização da estátua do Laçador. Com 4m45cm de altura e pesando 3,8 toneladas, a obra, esculpida em bronze pelo pelotense Antônio Caringi na década de 1950, foi definida símbolo oficial de Porto Alegre em 1992, por meio de lei municipal.
Em 2001, foi tombada como patrimônio histórico da capital gaúcha e, seis anos mais tarde, transferida de seu local original, o largo do Bombeiro, para o sítio O Laçador, junto ao aeroporto Salgado Filho, em razão da construção do viaduto Leonel Brizola.
O processo ainda está em andamento. Entre o segundo semestre de 2016 e o primeiro semestre do ano seguinte, o restaurador francês Antoine Amarger e a engenheira metalúrgica Virginia Costa, PhD em ciência dos materiais, fizeram uma inspeção da estrutura de sustentação do monumento, visando sua conservação. Durante a verificação, foram identificadas várias fissuras e rachaduras, corrosão pontual, intervenções indevidas e ausência de estrutura interna necessária a distribuição das cargas para estabilidade do objeto.
O projeto de restauro, estimado em R$ 900 mil, está em fase de captação de recursos. A ideia é que, nos primeiros meses de 2020, o Laçador seja removido para um espaço no aeroporto e, depois de revigorado, devolvido ao seu lugar. O projeto prevê, ainda, outras ações, como seminário e a publicação de um livro sobre a história e o significado do monumento.