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construção civil

- Publicada em 22 de Outubro de 2019 às 03:00

Números do primeiro semestre embalam otimismo na construção civil

Setor acredita que 2020 será de arrancada no crescimento e aos negócios no ramo

Setor acredita que 2020 será de arrancada no crescimento e aos negócios no ramo


ISHARA S. KODIKARA/AFP/JC
Em estados como São Paulo e Mato Grosso, a instabilidade econômica já ficou no passado para o setor da construção civil, especialmente na área imobiliária. Nessas regiões, assim como em Santa Catarina, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, o segmento vem trabalhando em ritmo mais forte, descolado do cenário de dificuldades e de retração verificado, por exemplo, no Rio Grande do Sul e na Região Norte.
Em estados como São Paulo e Mato Grosso, a instabilidade econômica já ficou no passado para o setor da construção civil, especialmente na área imobiliária. Nessas regiões, assim como em Santa Catarina, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, o segmento vem trabalhando em ritmo mais forte, descolado do cenário de dificuldades e de retração verificado, por exemplo, no Rio Grande do Sul e na Região Norte.
Mas, apostando alto no acerto das medidas que vêm sendo implementadas pelo governo federal, as empresas que atuam nesse mercado acreditam que 2020 será o ano da arrancada para um crescimento sólido e continuado do País e, consequentemente, dos negócios no ramo. E estimam que, a partir de 2021, o setor estará trabalhando com grande intensidade. "Por longo período, deveremos desfrutar dessa estabilidade", diz o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Júnior.
Um dos sinais dessa retomada aparece nos números. No primeiro semestre deste ano, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os lançamentos de imóveis cresceram 15,4% em relação ao mesmo período de 2018. E as vendas aumentaram 12,1%, o que demonstra que parte da demanda reprimida pela crise já começa a ser atendida. Entretanto, o Rio Grande do Sul corresponde a apenas 20% das unidades lançadas nos primeiros três meses de 2019, tendo comercializado 14% do total.
Outro fator que fortalece a confiança do dirigente vem da firme convicção de que não haverá aumentos importantes na inflação. "A taxa Selic deverá ficar abaixo dos 5% neste ano. O Brasil está trabalhando para buscar essa estabilidade econômica", conta Dal Molin.
Conforme o dirigente, mesmo com a demora acima do esperado para a aprovação do pacote formulado pela equipe econômica do Palácio do Planalto, as mudanças trarão benefícios ao País. "A reforma previdenciária não será o que se esperava, mas será aprovada ainda neste ano. Haverá redução da economia projetada, mas trará melhor equilíbrio fiscal. Foi essa demora que travou a retomada econômica", analisa.
É nesse cenário que o dirigente acredita para que o setor possa voltar a pisar no acelerador. Dal Molin projeta que o Brasil receberá investimentos de capital estrangeiro, dinamizando e oxigenando a economia. "O que vai tirar o Brasil da crise, além da recuperação da indústria, será a entrada de capital externo. Isso promoverá aumento no consumo, sentimento de estabilidade e segurança nas pessoas em sua capacidade de adquirir um imóvel."
Aliada a isso, a mudança na forma de financiamento que a Caixa Econômica Federal vem implementando permite, dependendo do tempo de contrato, reduzir entre 30% e 40% o valor do empréstimo.
A medida atrai uma grande quantidade de pessoas que antes não conseguia ter sua análise de crédito aprovada. "A crise não tirou das pessoas a necessidade de morar. O que houve foi falta de condições de compra, que começam a voltar. Há demanda reprimida. Quando a população sentir que dá, vai voltar ao mercado", afirma Dal Molin.
Por isso, o dirigente alerta: quem planeja comprar e tem condições deve aproveitar. "Quando as pessoas recuperarem a condição de compra, os estoques começarão a baixar e, assim, aumentarão os preços, por conta da alta demanda. Quanto mais se esperar, pode-se acabar pagando mais, pois os preços estão bastante reprimidos."
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CBIC vê cenário de confiança, porém ainda com cautela

Termômetro da economia, o desempenho da construção civil entre 2014 e 2018 mostra o tamanho da crise que atingiu o País. Nesse período, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor despencou mais de 27%. "Somos a indústria que potencializa o PIB quando o País cresce e que derruba mais que proporcionalmente o número quando este se retrai. Entre 2014 e 2018, fechamos mais de 1 milhão de empregos com carteira assinada. Por outro lado, bastou a área imobiliária melhorar em algumas regiões para puxarmos o PIB do segundo trimestre de 2019", diz o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins.
Embora animado com a reação dos mercados em alguns estados, ele mostra uma certa reserva quanto à disponibilidade de recursos no futuro para o financiamento da construção civil, devido ao novo anúncio da liberação de valores até R$ 500,00 do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) por contribuinte para "falsamente melhorar o consumo no País". "Nossa atividade é duramente afetada por esses saques. Não é liberando R$ 500,00 para comprar produtos na China que vamos fazer o Brasil crescer. O comércio pode até ativar no primeiro instante, mas, depois, o resultado é criação de emprego em outros países", explicou Martins em audiência pública da Comissão Mista da Medida Provisória nº 889, de 2019, que institui a modalidade de saque-aniversário do FGTS, no final de setembro, no Senado. Na oportunidade, o presidente da CBIC salientou que cada R$ 1 milhão de investimento em construção civil resulta em 7,64 empregos diretos e R$ 772 mil em renda direta e indireta.
Para Martins, a hora é de acreditar nas reformas estruturantes do governo e em seus resultados futuros, mas sem ufanismo, com muita cautela. Ele argumenta que, assim como a crise afeta os mercados diferentemente, a reação desses mercados também acontece em momentos distintos. O fator determinante é, principalmente, a retomada das economias regionais e o grau de dependência da economia privada em relação aos governos municipais, estaduais e federal, que é muito maior nas regiões Norte e Nordeste, justamente as mais atrasadas.