Entre os tantos impactos que a pandemia trouxe à rotina da população esteve a necessidade de passar mais tempo dentro de casa em razão das medidas de isolamento social. Com a adoção do home office por diversas empresas e a priorização do ensino à distância desde o ensino básico até o superior, os lares passaram a acumular novas funções, o que impulsionou um boom de reformas residenciais.
Levantamento realizado pela plataforma de contratação de serviços GetNinjas registrou, de março até a primeira quinzena de agosto, um crescimento de 55% na demanda por trabalhadores para reformas e reparos na comparação com o mesmo período de 2019.
No Estado, o aumento para a mesma comparação foi de 64%, segundo a GetNinjas. Em Porto Alegre, por sua vez, houve uma alta de 33%. Segundo a plataforma, os cinco serviços mais procurados no Rio Grande do Sul em agosto foram mudanças e carretos, pedreiro, montador de móveis, eletricista e encanador.
A alta demanda por reparos e reformas contribuiu para o resultado positivo das vendas de materiais de construção. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), houve uma alta de 11% no acumulado de 2020 na comercialização desses produtos, batendo recorde da série histórica iniciada em 2012.
Conforme a coordenadora de projetos da construção do FGV IBRE, o crescente número de reformas lideradas pelas famílias contribuiu para o alto volume de vendas no período. "As famílias se depararam com a necessidade de realizar adequações nos seus ambientes para realizar o home office. Outra questão foi o auxílio emergencial, que representou um adicional de renda para uma parcela importante dos brasileiros. Por fim, com o fechamento de muitas atividades, houve um deslocamento nos gastos das famílias para a realização dessas reformas", comenta.
A Killing S.A. Tintas e Adesivos pôde observar de perto esta mudança de comportamento do consumidor. "Entre maio e junho de 2020, observamos o crescimento significativo da demanda por tintas imobiliárias. Sem dúvidas, o fato das pessoas estarem em casa despertou o olhar de cuidado com o próprio lar. Além disso, elas tiveram mais tempo livre, o que antes era raro, e sentiram-se confortáveis e inspiradas a realizar pequenas reformas, como a repintura de espaços, que transformam os ambientes", relata Guilherme Medaglia, gerente de marketing da Killing.
O presidente da Acomac de Porto Alegre, Jaime Silvano, observa que, com a alta de preços dos produtos, houve uma certa diminuição nesse movimento de reformas. No entanto, nutre expectativas de que a economia seja reaquecida rapidamente, com ações como a do Governo Federal que, recentemente, concedeu novas linhas de crédito ao setor.
O diretor da Meber Metais, por sua vez, acredita que esse desejo despertado durante a pandemia de morar em um local com mais qualidade, deve se manter no pós-pandemia. "Acreditamos, sim, que o desejo de melhorar o lar permanecerá na pauta dos consumidores", afirma Carlos Bertuol.
Fundada em 1961, em Bento Gonçalves, a Meber produz monocomandos, misturadores, duchas, acessórios, básicos e complementos, reunidos em um portfólio que é comercializado em mais de 4 mil pontos de vendas no Brasil. No Rio Grande do Sul, é a marca líder em vendas e presença no segmento da construção civil.