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Editorial

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- Publicada em 16 de Maio de 2022 às 20:12

A queda da renda e a alta nos pedidos de empréstimos

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua/IBGE) aponta que o País contabiliza mais de 12 milhões de brasileiros sem trabalho e renda formal.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua/IBGE) aponta que o País contabiliza mais de 12 milhões de brasileiros sem trabalho e renda formal.
Diante de uma inflação persistente, juros altos, desemprego e perspectiva de baixo crescimento da economia, a tendência, segundo analisa o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Júnior, é que o mercado de trabalho continue se desestruturando.
É neste cenário que a direção da Caixa Econômica Federal lançou mais uma linha de empréstimo para pessoa física, incluindo os chamados "negativados": cidadãos com "nome sujo" em serviços de proteção ao crédito. O empréstimo, a juro de 1,95% a 3,65% ao mês, pode chegar a R$ 1 mil, o que corresponde a 40% da renda média do brasileiro com alguma ocupação.
Segundo a Pnad, o rendimento real habitual do trabalhador caiu 8,8% no trimestre encerrado no último mês de fevereiro, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Isso significa, segundo a Pesquisa, que a renda média caiu para R$ 2.511, era de R$ 2.752, em fevereiro de 2021.
Uma pessoa ou família que comprometa quase metade do rendimento mensal com empréstimo terá condições de honrar a dívida e ainda sobreviver neste contexto econômico? questiona o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto. O que se pode dizer, então, sobre quem está negativado e, possivelmente, desempregado, acrescenta.
Com certeza, estamos falando de rendas baixas e que podem ficar bem menores com a contratação de dívidas, ainda segundo o técnico. Desta maneira, estaríamos construindo um modelo que, passadas as eleições, vai retirar ainda mais recursos de quem já tem muito pouco, ainda segundo o Dieese.
Enfim, são brasileiros que ou buscam empréstimo para sobreviver ou recorrem ao crédito na tentativa de empreender por necessidade, e não por oportunidade.
Abrem seus pequenos negócios por estarem desempregados, por não enxergarem outra saída para a sobrevivência. No desespero, caem na armadilha do empréstimo e, possivelmente, na lista de inadimplentes.
Técnicos das finanças bancárias alertam que o problema não é a concessão de crédito à população, mas aquilo que classificam como combinação de extremo risco tanto para quem contrai o empréstimo quanto para o próprio banco público.
 
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