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Editorial

- Publicada em 24 de Maio de 2021 às 03:00

Muita credibilidade para a retomada econômica

Com a liberação de atividades não essenciais em muitos estados, a expectativa dos analistas é pela volta das atividades econômicas no período pós-pandemia, com as mudanças que estão sendo, ou já foram assimiladas pelos governos, empresas e a população em geral. Acontece que, por anos, analistas de mercado e investidores estrangeiros insistiram em uma tese sobre a economia brasileira: a de que a aprovação de reformas estruturais seria vital para que o País entrasse em uma trajetória de crescimento semelhante à de outros emergentes, como Índia e China.
Com a liberação de atividades não essenciais em muitos estados, a expectativa dos analistas é pela volta das atividades econômicas no período pós-pandemia, com as mudanças que estão sendo, ou já foram assimiladas pelos governos, empresas e a população em geral. Acontece que, por anos, analistas de mercado e investidores estrangeiros insistiram em uma tese sobre a economia brasileira: a de que a aprovação de reformas estruturais seria vital para que o País entrasse em uma trajetória de crescimento semelhante à de outros emergentes, como Índia e China.
Porém, o Brasil tem hoje uma relação dívida/PIB próxima de 90%, patamar alto para países emergentes. A forma de reduzir o tamanho do endividamento é produzindo superávits fiscais. No entanto, o Brasil vem produzindo déficits fiscais, e a pandemia agravou ainda mais a situação, já que o governo se viu obrigado a gastar para compensar a redução brusca na atividade econômica.
Se o endividamento do governo sair de controle, investidores estrangeiros passarão a duvidar da capacidade do Brasil de controlar a inflação. É que, sem recursos suficientes de arrecadação, seria necessário emitir mais moeda ou refinanciar os empréstimos, e uma recuperação econômica - com a volta de empregos e crescimento - estaria ameaçada.
As duas reformas com maior expectativa de serem votadas neste ano, a tributária e a administrativa, são vistas como importantes por investidores estrangeiros para melhorar as perspectivas de longo prazo do Brasil. Mas, a maior preocupação não é com a aprovação de reformas, mas com a credibilidade e a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo e com o andamento da pandemia de coronavírus.
Sabe-se que a equipe econômica vem correndo contra o tempo para aprovar ainda em 2021 essas reformas. Não se deve esquecer que nos últimos anos o Brasil foi um dos países que mais fizeram reformas na economia. Foram as reformas previdenciária, trabalhista, fim do imposto sindical, lei das licitações, saneamento, autonomia do Banco Central, lei do gás, nova lei de governança das estatais, entre outras.
Com a pandemia e seus problemas, o governo já passou em parte do teto dos gatos, pois gastou mais com auxílios emergenciais. Isso outros governos no mundo também tiveram de fazer, alguns em escala muito maior. No entanto, esses gastos são vistos como excepcionais e não-recorrentes.
A preocupação maior no curto prazo é sobre o que vai acontecer com o Brasil se a pandemia piorar.
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