Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Editorial

- Publicada em 11 de Novembro de 2020 às 03:00

O embate político e as vacinas contra o coronavírus

Estudos clínicos no Brasil envolvendo a vacina da empresa chinesa Sinovac foram suspensos depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou evento adverso grave com um dos milhares de participantes do teste feito em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.
Estudos clínicos no Brasil envolvendo a vacina da empresa chinesa Sinovac foram suspensos depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou evento adverso grave com um dos milhares de participantes do teste feito em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.
Porém, não há qualquer confirmação de que esse evento adverso grave, não detalhado pelo órgão, tenha sido causado pela vacina. Depois, a Polícia divulgou que a morte de um profissional de saúde voluntário dos testes da vacina para a Covid-19, CoronaVac, em São Paulo, foi suicídio.
Paralisação semelhante já ocorreu no Brasil com a vacina da parceria europeia AstraZeneca/Oxford, mas depois se percebeu que não havia relação do evento com o imunizante. Por isso, nenhum novo voluntário poderá ser imunizado no País com a vacina CoronaVac, até que essa análise seja concluída.
O imunizante da Sinovac, na fase final de testes e distribuído para milhares de pessoas na China, está no centro de uma disputa política entre o governo federal e o governo de São Paulo.
O comunicado do órgão regulador foi divulgado horas depois de o governante paulista, João Doria (PSDB), anunciar a chegada ao Brasil de 160 mil doses da vacina, mas que depende da autorização da Anvisa para serem aplicadas.
O evento adverso grave ocorreu no dia 29 de outubro, sem detalhes da Anvisa. Para interromper a testagem, os motivos citados são incapacidade ou invalidez persistente ou significativa, suspeita de transmissão de agente infeccioso por meio de um dispositivo médico e óbito.
Parar ensaio clínico com vacinas não é incomum. Em setembro, o Reino Unido interrompeu testes de outra vacina contra a Covid-19 depois que um participante teve uma suspeita de reação adversa. Os testes da vacina que está sendo desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford foram retomados alguns dias depois, após os reguladores terem dito que era seguro continuar.
O Instituto Butantan lamentou ter sido informado pela imprensa e não pela Anvisa, como normalmente ocorre em procedimentos clínicos desta natureza, sobre a interrupção dos testes da vacina CoronaVac.
De fato, a briga ideológica entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador Doria é tudo o que o Brasil não precisa quando a primeira onda da pandemia continua matando aqui. Os brasileiros querem uma vacina confiável, não interessa de onde venha. É a solução esperada por todos.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO