Houve o primeiro debate público entre os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos. Tanto o republicano Donald Trump quanto o democrata Joe Biden foram mal, um espetáculo grotesco jamais visto em pleitos dos EUA.
Pesquisa mostrou que quem mais teve problemas, além dos 69% dos telespectadores irritados e desiludidos com o espetáculo que assistiram, foi o mediador, jornalista Chris Wallace, de 72 anos, o mais jovem dos três.
Em uma hora e meia, Donald Trump e Joe Biden optaram por ataques pessoais e a familiares. O presidente Trump falava não apenas no seu tempo, mas no do rival e em cima das falas do moderador.
Joe Biden foi lento nas respostas e partiu para ofensas pessoais ao chamar o republicano de palhaço, mentiroso, racista e fantoche de Putin. Felizmente, algo jamais visto em campanhas eleitorais brasileiras, ou haveria críticas aos "subdesenvolvidos latinos", além da referência por Biden à Amazônia, com ameaças econômicas.
Outra pesquisa mostrou que 48% creditaram vitória a Biden, contra 41% que disseram que Trump venceu. O jornal The Washington Post abriu seu voto em editorial para Joe Biden, por considerá-lo um líder de decência, honra e competência, em contraste com Donald Trump, que descreveu como o pior presidente dos tempos modernos.
Nos EUA, o presidente e o vice-presidente são eleitos em um sistema de colégio eleitoral, que pode gerar surpresas. Aconteceu em 2016, quando Trump venceu a eleição, apesar de Hillary Clinton ter recebido quase 3 milhões de votos a mais entre a população.
É que a decisão fica com os chamados grandes eleitores. Cada estado tem o mesmo número de grandes eleitores que legisladores na Câmara de Representantes, número que depende de sua população, e no Senado, com dois para cada estado. Um candidato precisa 270 dos 538 votos do Colégio Eleitoral para chegar à Casa Branca.
Os EUA são um importante parceiro comercial do Brasil, e para nós importa saber que os países recém assinaram acordo facilitando o comércio bilateral. A proclamada parceria entre Jair Bolsonaro e Trump, criticada por alguns, será ou não mantida caso Joe Biden vença é a pergunta que ficará no ar.
É difícil que um presidente na Casa Branca não considere o Brasil um forte aliado em diversas frentes. Mas isso só saberemos claramente em 2021, caso Joe Biden, como apontam as pesquisas, mantenha sua dianteira sobre Trump.