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Com a Palavra João Francisco Wolf

- Publicada em 14 de Maio de 2022 às 14:00

Nova presidente da Febrac, João Francisco Wolf quer fomentar a sucessão rural

Wolf acredita que a Expointer deste ano virá com força no modo presencial, com auxílio também do digital

Wolf acredita que a Expointer deste ano virá com força no modo presencial, com auxílio também do digital


ANDRESSA PUFAL/JC
Diego Nuñez
Novo presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) desde o início de 2022, João Francisco Wolf pretende dar continuidade à gestão de Leonardo Lamachia, hoje presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de quem foi vice-presidente. Mas Wolf quer ir além. Se Lamachia estruturou a Febrac externamente, o novo presidente quer aplicar mudanças internas, em um mandato voltado ao associado. Wolf pretende que a Febrac tenha papel da manutenção do jovem no meio rural, para que suceda suas famílias no comando das fazendas - e a inovação deve ter papel fundamental neste objetivo. Wolf conta, nesta entrevista exclusiva ao Jornal do Comércio, como pretende levar a federação para a rua, estando presente em cada vez mais feiras rurais e desempenhando um papel fundamental no combate à criminalidade no campo.
Novo presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) desde o início de 2022, João Francisco Wolf pretende dar continuidade à gestão de Leonardo Lamachia, hoje presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de quem foi vice-presidente. Mas Wolf quer ir além. Se Lamachia estruturou a Febrac externamente, o novo presidente quer aplicar mudanças internas, em um mandato voltado ao associado. Wolf pretende que a Febrac tenha papel da manutenção do jovem no meio rural, para que suceda suas famílias no comando das fazendas - e a inovação deve ter papel fundamental neste objetivo. Wolf conta, nesta entrevista exclusiva ao Jornal do Comércio, como pretende levar a federação para a rua, estando presente em cada vez mais feiras rurais e desempenhando um papel fundamental no combate à criminalidade no campo.
JC - Quais serão os principais objetivos desta nova gestão na Febrac?
João Francisco Wolf - Realizamos diversas ações entre 2018 e 2021. Hoje, queremos trazer as associações mais para dentro. Eles precisam da federação. Vamos manter o trabalho que o presidente Lamachia fez em termos estruturais externos, e agora temos que fazer a estrutura básica da associação para o associado. Vamos ter uma comissão jovem, para que jovens de 15 a 25 anos estejam integrados no meio. Eles são o futuro, temos que trabalhar o futuro do agro, das raças, que está na juventude. Nossa gestão está trabalhando com tecnologia, com a Febratec Agro. Durante o South Summit, tínhamos o nosso vice-presidente, Eduardo Assis, com uma empresa lá captando clientes para estar conosco na Expointer e na Febratac para que a gente tenha várias empresas de inovação ligadas ao agronegócio. Principalmente começando pelos pequenos. Os grandes já têm essa coisa de como fazer isso. (Na Expointer) tem passarinho, tem galinha, tem coelho. É importante para eles estarem na mídia. A gente pretende cada vez mais, não só nos bovinos, equinos e ovinos, mas conseguir fazer também o julgamento das aves, chinchilas, coelhos, caprinos. Abranger a todas as raças que são associadas à federação. Para a nossa gestão, todos têm o mesmo tamanho, não importa se é pequeno, médio ou grande, a Febrac tem o mesmo carinho e recepção por todos.
JC - Observa-se êxodo do meio rural para a cidade entre os jovens. A inovação e tecnologia no agronegócio pode ser um meio de manter jovem no campo?
Wolf - Acredito que sim. Como produtor rural, acredito que é isso é o atual e o futuro do agronegócio. Até então, vínhamos muito bem como estamos. Hoje, a inovação no agro, a juventude já vem fazendo chover. Já se pode operar uma máquina de um notebook, de um tablet. Nos Estados Unidos, existem tratores sem comando que tu pode operar de fora, de uma cidade, de um escritório. Então um agrônomo, um responsável a campo tu marca e ele faz a operação. É muito importante que as pessoas sigam, que tenha uma sucessão, e uma sucessão moderna.
JC - Como a inovação moderniza o setor de animais de raça?
Wolf - Hoje a evolução é tão rápida, a evolução, principalmente quando começamos com a inseminação artificial. Hoje, não é em grande volume, mas a IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) já vem tomando conta de uma grande partea inseminação artificial teve filhos. E a lavoura vem tomando conta de muito espaço da pecuária. Então, temos que, com espaço reduzido, verticalizar essa pecuária e integrar ela com a lavoura. Fazer a integração lavoura-pecuária. Todo esse manejo requer, como dizia antigamente, botar na ponta do lápis, mas é na tela do computador. Tem programas belíssimos surgindo, com avaliação de quanto pode fazer por hectare. São coisas extremamente importantes que a gente pode usar em termos de pastagem, de lavoura, o quanto pode largar de gado em termos daquela lavoura, até quando para não prejudicar a lavoura. É uma sintonia muito fina. Não adianta só ser feito na pata do cavalo a campo. Isso tem que ser muito bem trabalhado e essas inovações são muito importantes.
JC - Como a Febrac enxerga o atual momento da pecuária do Estado?
Wolf - Temos que nos adequar ao momento que estamos vivendo. Por isso a adequação do trabalho de integração lavoura-pecuária. A gente tem que fazer um trabalho para essa integração não deixar cair demais a nossa pecuária. Antigamente se tinha um problema de comida no inverno. Hoje, com o advento da soja, no inverno se tem bastante comida. Então, se tem que deixar parte de comida para se fazer no verão e verticalizar essa produção. Se verticaliza em quantidades de comidas tropicais, ou alguns pastos que possa se trazer de forma diferente, que no verão se tenha pastos que gerem quantidade de comida que possa botar mais animais por hectare. Mais quilos de carne por hectare.
JC - Esse ano esperamos uma Expointer plena, após a vacinação contra a Covid-19. Qual a expectativa para a feira, visto que Expodireto e Agrishow, por exemplo, quebraram recordes de faturamento?
Wolf - A Afubra também (teve recorde). Estamos com uma expectativa muito boa. Tivemos uma (Expointer) completamente digital (2020), uma híbrida (2021) e essa, acreditamos, digital e presencial total. Se tudo se mantiver como está, é 100% presencial com o auxílio do digital. Pode ser híbrida para auxiliar o presencial. Acho que isso é uma coisa que veio para ficar. Aquela pessoa que está fora, que está no Pará e não conseguiu vir, que está nos Estado Unidos em um compromisso de trabalho estará nos assistindo online, em qualquer parte da Expointer.
JC -O que a Febrac prepara para a Expointer?
Wolf - Nessa nova gestão, temos um evento sobre carne, fora a Febratec, para prestigiar a qualidade da nossa carne no parque. Um festival de carne, concurso de assadores de todas as raças de carne. Estamos em uma busca de novos associados com a possibilidade de empresas ligadas ao setor, para criar um network entre elas e as associações. E vamos estar ativos em outras exposições. Vamos participar do Universo Pecuário, em Lavras do Sul, junto com o pessoal do Sindicato de Lavras. Vai ser uma exposição imensa. Vamos estar presentes em mais eventos de mais formas. Não só Expointer e Fenasul. Queremos estar em vários locais.
JC - A Febrac acompanha o aumento de crimes no meio rural?
Wolf - Estamos trabalhando de forma muito forte contra os crimes rurais, juntamente com a polícia, a Brigada (Militar). Estamos fazendo um trabalho combativo. Está muito séria essa questão. Antigamente, tratamos de abigeato. Hoje, tratamos de crimes rurais. Pessoas, além de roubar o gado, entram com caminhões, roubam máquinas, defensivos, prendem pessoas em casas, tem coronhadas. Antigamente, chegava-se numa cidade do interior, assaltava-se um banco, trocava-se tiros e morria alguém. Hoje, o ladrão sentiu que no rural não tem efetivo policial, ali não vai morrer ninguém. Estamos em um trabalho forte com a política para que se venha a fazer um combate junto com o governo. Hoje tem o Abigeapp (um aplicativo), que é muito interessante. Se pode desenhar a marca (da fazendo no gado), desenha no aplicativo e se todas prefeituras estiverem cadastradas, tem como identificar a marca para devolver o gado e prender o abigeatário.
JC - A realidade no campo é diferente dos números gerais no Estado, que haviam caído?
Wolf - Tinha baixado, agora voltou a subir. Agora temos que tratar esse tema para voltar a baixar. O perfil do crime mudou. Não tem como, por exemplo, armazenar fertilizantes. Uma lata de glifosato antigamente pagava de R$ 8,00 a R$ 12,00 o litro, isso te saía R$ 160,00, R$ 170,00 o tambor de 20L. Hoje, custa de R$ 60,00 a R$ 80,00 o litro, então te custar de R$ 1.200,00 a R$ 1.600,00 o tambor. Deixou quatro tambores lá os caras já vêm.
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