Agricultores e camponeses gaúchos ocuparam as dependências da Secretaria da Fazenda na manhã desta quarta-feira (4) para reivindicar auxílio aos trabalhadores do campo que foram afetados pela seca no Rio Grande do Sul. Segundo os organizadores, cerca de 700 manifestantes vieram a Porto Alegre para exigir ações concretas do poder público em relação à estiagem.
Participam do ato militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS).
Segundo o MST, o governo já havia anunciado o auxílio e crédito emergencial, mas, de acordo com a Secretaria da Agricultura, ambos estão sob avaliação. O crédito emergencial se resume em um financiamento de até R$ 20 mil com juro subsidiado pelo governo para a agricultura familiar. No entanto, os manifestantes afirmam que não foram apresentadas informações concretas sobre isso - como número de famílias beneficiadas, e data de liberação desse crédito.
Em relação ao auxílio emergencial, o MST afirma que o retorno é o mesmo. Inicialmente, a proposta era beneficiar aproximadamente 100 mil famílias com o valor de até um salário mínimo. Mas segundo a Secretária de Agricultura os dados específicos desse auxílio estão sendo avaliados.
“Essa situação, certamente vai ficar na história do Estado, pois o até então governador Eduardo Leite não fez nada de concreto para ajudar os camponeses e as camponesas. Por isso, mais uma vez estamos aqui na capital do Rio Grande do Sul para denunciar e anunciar o descaso que o governo teve com esse povo que é tão importante para o desenvolvimento do nosso estado” pontua Ildo Pereira, da Direção do MST pelo RS.
A Secretaria da Fazenda (Sefaz-RS) afirma que acompanha a manifestação dos agricultores e orienta que a maior parte dos servidores mantenha as atividades de forma remota. Não há prejuízo aos serviços. A Sefaz diz ainda que os pleitos dos agricultores estão sendo tramitados junto às diversas secretarias do governo do Estado. Em relação ao auxílio, a Casa Civil informa que a expectativa é de que o encaminhamento seja dado até o final deste mês.