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Conjuntura

- Publicada em 28 de Fevereiro de 2022 às 03:00

Para reanimar a indústria, governo reduz IPI em 25%

Medida anunciada na sexta-feira vale para todos os segmentos, menos de cigarros

Medida anunciada na sexta-feira vale para todos os segmentos, menos de cigarros


Eduardo Torres/PS Zamprogna/Divulgação/JC
Na sexta-feira, o governo federal reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A alíquota diminuiu 25% para todos os produtos - incluindo bebidas e armas. A única exceção são os cigarros, que pagam tributo de 300%.
Na sexta-feira, o governo federal reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A alíquota diminuiu 25% para todos os produtos - incluindo bebidas e armas. A única exceção são os cigarros, que pagam tributo de 300%.
A redução foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) no início da noite de sexta-feira, 25, horas depois de o presidente Jair Bolsonaro, em evento pela manhã, dizer que haveria "excelente notícia para a industrialização brasileira" no mesmo dia.
No início de fevereiro, o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, antecipou que o governo estudava diminuir a alíquota entre 15% e 30%. A redução é uma tentativa de impulsionar a indústria e a venda de produtos como linha branca e automóveis. Com a medida, o governo deixará de arrecadar R$ 19,5 bilhões neste ano, R$ 20,9 bilhões em 2023 e R$ 22,5 bilhões em 2024. Metade desse montante desfalcará o caixa da União e, a outra metade, de Estados e municípios.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que 300 mil empresas serão beneficiadas. "A redução de 25% no IPI é o marco do início da reindustrialização brasileira após quatro décadas de desindustrialização", disse. "Não pode haver recuo nisso, daqui para frente é redução de impostos."
Guedes garantiu que não haverá novas reduções de IPI neste e no próximo ano, para não prejudicar a Zona Franca de Manaus, que perde sua vantagem competitiva. "Não fosse a Zona Franca, a redução de IPI seria maior, certamente de 50%. Como respeitamos a Amazônia, foi só 25%. Isso tem de ser feito com muito cuidado, com uma transição lenta e com mecanismos compensatórios para garantir vantagem da Amazônia", acrescentou.
Ele disse ainda que a redução deve ter um impacto de curto prazo na inflação, mas que esse não é o objetivo da medida. Conforme Guedes, a redução do IPI abre espaço para uma nova rodada de cortes no Imposto sobre Importação de bens no futuro. No fim do ano passado, o governo anunciou um corte de 10% nas alíquotas do tributo sobre importados de fora do Mercosul.
Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República ressaltou que a arrecadação de tributos federais bateu recordes em janeiro de 2022: "Há, portanto, espaço fiscal suficiente para viabilizar a redução ora efetuada, que busca incentivar a indústria nacional e o comércio, reaquecer a economia e gerar empregos".
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, afirmou que a medida, além de reduzir a carga tributária para o setor, diminui os preços dos produtos industriais, com benefícios para os consumidores e no controle da inflação. Nos cálculos do Ministério da Economia, a medida injetará R$ 467 bilhões no PIB em 15 anos e R$ 314 bilhões em investimentos em 15 anos.
Entre economistas de fora do governo, a redução do IPI foi recebida com cautela. A desoneração é vista por analistas como um risco aos cofres públicos sem eficácia para a reindustrialização.
Isoladamente, a medida não auxilia no processo de retomada industrial, que é complexo e precisa ser feito no médio ou longo prazo, avaliou o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados. "A redução só vai facilitar a vida das empresas, que vão aumentar suas margens", afirma.
"Não há uma análise séria, feita por gente qualificada, para essa redução, pois antes é necessário ter alguma substituição (da desoneração) para não ter uma crise fiscal mais adiante", disse Fabio Silveira, sócio da consultoria MacroSector, para quem o ministro "está jogando para a torcida".
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