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Indústria

- Publicada em 19 de Janeiro de 2022 às 15:55

Produção têxtil deve crescer apenas 1,2% em 2022, prevê Abit

Empresas não devem se recuperar do tombo de 17% e 22,5% na produção e nas vendas, respectivamente, em 2020

Empresas não devem se recuperar do tombo de 17% e 22,5% na produção e nas vendas, respectivamente, em 2020


MAURO STOFFEL/DIVULGAÇÃO/JC
A Abit, entidade que representa a indústria têxtil nacional, apresentou nesta quarta-feira (19) previsões de forte desaceleração tanto de produção quanto de vendas do setor, que deve continuar operando abaixo dos níveis de antes da pandemia. Pelos prognósticos da Abit, o crescimento da produção deve desacelerar para 1,2% em 2022, depois dos 11,7% estimados no ano passado, enquanto o avanço das vendas internas deve recuar de 14,5% para 1%.
A Abit, entidade que representa a indústria têxtil nacional, apresentou nesta quarta-feira (19) previsões de forte desaceleração tanto de produção quanto de vendas do setor, que deve continuar operando abaixo dos níveis de antes da pandemia. Pelos prognósticos da Abit, o crescimento da produção deve desacelerar para 1,2% em 2022, depois dos 11,7% estimados no ano passado, enquanto o avanço das vendas internas deve recuar de 14,5% para 1%.
Assim, mesmo somando os dois anos, o setor não deve conseguir se recuperar do tombo de 17% e 22,5% registrado na produção e nas vendas, respectivamente, em 2020, quando a economia sofreu o choque da chegada da pandemia.
As projeções da Abit têm como premissa um quadro de baixo crescimento econômico, dadas as condições financeiras mais restritivas, com consumo prejudicado pela inflação persistente e geração de empregos mais lenta. Somados os fatores, a associação está pessimista quanto à recuperação da renda.
"Vamos continuar convivendo com o poder de consumo comprometido, o que aumenta o desafio de conquistar corações, mentes e o bolso do consumidor", comentou o presidente da Abit, Fernando Pimentel, na apresentação das previsões deste ano à imprensa.
Diante de incertezas, principalmente associadas à nova onda da pandemia e às eleições de outubro, cujos desdobramentos têm potencial de agravar ainda mais a percepção sobre os riscos fiscais no País, Pimentel disse que a entidade optou por ser cautelosa em suas projeções iniciais em um ano que promete ser, na avaliação dele, "difícil, ruidoso e polêmico".
Ele adiantou que qualquer mudança de ambiente, como o risco de retrocesso na reabertura do comércio e dos serviços, pode rapidamente conduzir as previsões do azul ao vermelho.
Pimentel comentou que os registros de afastamento de trabalhadores por infecção da nova variante da covid-19, a Ômicron, estão aumentando na indústria, o que pode comprometer a produção, apesar da perspectiva da Abit de melhora, ao longo do ano, no abastecimento de insumos.

Setor não consegue absorver aumento no preço do algodão

Empresas estão combinando o algodão com outros insumos que subiram menos

Empresas estão combinando o algodão com outros insumos que subiram menos


WALTER EUGÊNIO/EMBRAPA/FOTOS PÚBLICAS/JC
A Abit, entidade que representa as fábricas de vestuário e produtos têxteis em geral, relatou nesta quarta-feira que, diante da escalada nos preços de insumos e frete, a pressão de custos segue muito forte na cadeia de produção. Ao apresentar o cenário traçado pela associação para o ano, o presidente da Abit, Fernando Pimentel, adiantou que o setor não tem capacidade de absorver o aumento dos preços do algodão sem repasses ao consumidor.
 
A saída das empresas para atenuar o impacto nos preços finais, contou Pimentel, tem sido trabalhar o mix de fibras dos tecidos, combinando o algodão com outros insumos que subiram menos. "Não há expectativa de arrefecimento desse aumento de custo no curto prazo", disse o presidente da Abit.
 
Ele ponderou que, apesar de a oferta de materiais apresentar neste momento sinais de aperto por conta da nova onda da pandemia no mundo, a tendência é de normalização gradual no abastecimento de insumos ao longo do ano. "A pandemia pode seguir gerando rupturas nas cadeias, mas o horizonte à frente é mais favorável."
 
Os preços, no entanto, seguem elevados, não apenas porque as commodities voltaram a subir a máximas históricas, mas também pelo transporte mais caro dos materiais, o que afeta, em especial, a indústria de tecidos sintéticos, mais dependente das importações.
 
De acordo com Pimentel, o preço do frete, que antes da pandemia girava ao redor de US$ 1,5 mil a US$ 2 mil, chegou a bater em US$ 15 mil no ano passado. Ao mesmo tempo, as empresas tiveram dificuldade para encontrar navios e contêineres na logística das cargas.