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Coronavírus

- Publicada em 10 de Janeiro de 2022 às 18:23

Covid afasta trabalhadores e já afeta operação do comércio em Porto Alegre

No Rio Grande do Sul, o cenário foi melhor na comparação com o restante do Brasil

No Rio Grande do Sul, o cenário foi melhor na comparação com o restante do Brasil


FREEPIK/Reprodução/JC
Adriana Lampert
Seguindo o ritmo de contágio na Capital e demais municípios do Rio Grande do Sul, a variante Ômicron do novo coronavírus está se espalhando rapidamente no mercado. Ainda que cause apenas a forma leve da doença, a nova cepa, no entanto, está afastando do trabalho quatro a cada dez colaboradores do comércio e um a cada cinco do setor de bares e restaurantes de Porto Alegre. Outros setores ainda não têm dados sobre o número de profissionais contaminados.
Seguindo o ritmo de contágio na Capital e demais municípios do Rio Grande do Sul, a variante Ômicron do novo coronavírus está se espalhando rapidamente no mercado. Ainda que cause apenas a forma leve da doença, a nova cepa, no entanto, está afastando do trabalho quatro a cada dez colaboradores do comércio e um a cada cinco do setor de bares e restaurantes de Porto Alegre. Outros setores ainda não têm dados sobre o número de profissionais contaminados.
"Estamos bastante preocupados, pois muitas lojas da cidade estão com gente que se contaminou no final de ano - uma delas inclusive precisou fechar as portas, outras estão precisando remanejar pessoal", comenta o presidente do Sindilojas - Porto Alegre, Paulo Kruse. Segundo ele, a orientação é de que, as empresas afastem quem estiver com suspeita da doença mesmo antes da testagem.
Kruse lamenta que, "por conta da aglomeração nas festas de final de ano", a nova variante da Covid-19 esteja se alastrando facilmente. Manter cuidados, como uso de máscara e álcool em gel, tanto para funcionários e clientes, além de distanciamento entre as pessoas é regra que foi redobrada, garante o dirigente do Sindilojas-Porto Alegre.
"Esperamos que nos próximos dias deva diminuir a contaminação", comenta. Alguns dias antes do carnaval, a entidade deve realizar campanha de conscientização, para que a população respeite os protocolos. "Um pessoa contaminada pode infectar a família toda", reforça. "Para evitar o pior, provavelmente iremos voltar a medição de temperatura dos clientes que entrarem nas lojas", adianta.
Com todos os cuidados, o dirigente do Sindilojas-Porto Alegre acredita que seja possível manter o comércio aberto. "Até porque é a política do prefeito de Porto Alegre", comenta. De acordo com o dirigente, as vendas ainda não foram afetadas. O mesmo afirma o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch. "Não recebemos registros de fechamento de lojas, mas sabemos que o número de casos de funcionários contaminados está aumentando", admite.
Segundo Koch, a orientação no Estado também é de que colaboradores com sintomas de Covid-19 - ou que tiveram contato com pessoas sintomáticas - sejam orientados a fazer testes.  "No mais, os lojistas, que sempre seguiram os protocolos a risca, estão ampliando os cuidados." O dirigente confirma que não há registro de queda de vendas. "Só o normal de janeiro, quando naturalmente são mais reduzidas mesmo."
Já a presidente da regional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/RS), Maria Fernanda Tartoni, confirma o afastamento de funcionários do setor "por influenza ou Covid-19". Ela detalha que estes números são referentes a dezembro e início de 2022 (período de 40 dias). "Como o ciclo da influenza dura cerca de três a quatro dias e o da Covid é de cinco a sete dias, esses afastamentos causaram um transtorno operacional, mas que está sendo contornado com a contratação de trabalhadores intermitentes no período", explica a dirigente. Segundo ela, até agora somente dois estabelecimentos que fecharam temporariamente nesse período.
O setor - que está com praticamente 20% dos funcionários afastados - já vinha trabalhando com equipes mais enxutas por conta da pandemia, além de um faturamento "não tão bom", afirma Maria Fernanda. "Essa variante tem a diferença que contagia mais rápido, embora se confunda com um resfriado. Infelizmente está pegando funcionários, e em alguns casos os próprios proprietários estão indo para a linha de frente", revela.
Para Maria Fernanda, o maio desafio dos bares e restaurantes gaúchos neste momento "é não fechar". "Ainda que seja um único dia, está complicado deixar de vender", garante, emendando que as empresas estão agindo conforme os protocolos das autoridades de Saúde. "Higienizam as mesas, disponibiliza, álcool em gel, e a máscara é exigida para todos na circulação. Dentre os funcionários, se alguém apresentar sintomas, faz o teste, e se afasta se o resultado for positivo, com atestado de dez dias", detalha.

Sindicato de trabalhadores afirma que há casos de negligência

O Sindicato de Trabalhadores do Comércio (Sindec) tem recebido nos últimos dias uma série de denúncias de funcionários sendo obrigados a trabalhar doentes, porque falta de recursos humanos para atuar nas empresas. Segundo a técnica de Segurança do Trabalho da entidade, Bruna Pâmela, a maioria dos casos tem ocorrido em farmácias, supermercados e lojas de shoppings. "Uma rede que tem 38 funcionários está com 15 afastados. Há surto no local, mas ainda assim eles estão mantendo gestantes no trabalho presencial", afirma Bruna. Ela garante que a entidade já checou estas informações.
"Há muitos casos de funcionários com sintomas trabalhando e eles sequer estão sendo liberados para fazerem teste", alerta a técnica de Segurança do Trabalho. "Inclusive há denúncias sobre as gestantes no Ministério Público (do RS). Como estamos em estado de calamidade pública estas funcionárias deveriam estar trabalhando em home office, independente deste surto recente", destaca Bruna. Segundo ela, o Sindec está orientando os lojistas que testem os funcionários para mais adiante não ter que fechar as portas.
"A Covid está se espalhando mais do que no início da pandemia. Somente na sexta-feira (7), Porto Alegre contava com 162 funcionários do varejo, 88 de farmácias, 1.650 de supermercados, bares, restaurantes e padarias afastados do trabalho por conta da doença", informa a representante sindical. Segundo ela, o sindicato está fazendo denúncias para o Ministério do Trabalho e Prefeitura. "Dependendo do surto, a empresa tem que ser fechada para higienizar o ambiente, além de afastar trabalhadores, e reabrir depois de 24h somente caso ninguém mais teste positivo." A linha direta de denúncias anônimas para o Sindec é 51- 3254.5500 ou 51-93286047 (whatsapp).

Indústria e hotelaria afirmam que situação está sob controle

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), através de sua assessoria de imprensa, garante que não há relatos de prejuízo ou paralisação de produção ou mesmo afastamento de funcionários por conta da Covid-19. Também o presidente do Sindicato Intermunicipal de Hotelaria do RS (Sindihotel), Manuel Suarez, afirma que a situação está sob controle no setor. "Na hotelaria ainda não há casos", diz o dirigente. "Mas para preservar a operação e os funcionários, estamos reforçando os protocolos de distanciamento, além do uso de álcool em gel, higienização especial em banheiros e quartos, e uso de máscara."
Suarez acredita que a hotelaria gaúcha que trabalha com turismo corporativo "está preservada" por causa do pouco contato de funcionários com hóspedes. "Em geral é um público que sai de manhã para trabalhar e volta à noite, com pouca chance de contágio. Já os hotéis com área de lazer devem se preocupar mais", pondera. De acordo com o dirigente, hotéis dos 468 municípios onde a entidade atua estão trabalhando com o mínimo de funcionários necessários. "Não há margem para dispensar funcionários, alguma empresas operam com equipes muito pequenas. Mas, ainda assim, pedimos que se surgirem sintomas, imediatamente façam o teste e se der positivo providenciem o afastamento imediato do funcionário, para diminuir riscos", destaca.
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