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Conjuntura

- Publicada em 20 de Dezembro de 2021 às 22:14

Novos setores devem aquecer crédito no Rio Grande do Sul

Bancos estão otimistas com um maior volume de contratações, especialmente em segmentos com grande potencial de expansão

Bancos estão otimistas com um maior volume de contratações, especialmente em segmentos com grande potencial de expansão


FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
Agronegócio, inovação, energia solar e crédito imobiliário são as grandes apostas das instituições bancárias para fomentar o crédito tanto para pessoas físicas como empresas no Rio Grande do Sul em 2022. Apesar do encarecimento do crédito puxado pela alta de Selic - e perspectiva de novos aumentos ao longo do próximo ano - os bancos estão otimistas com um maior volume de contratações, especialmente em segmentos com grande potencial de expansão - como o da energia solar, inovação e imobiliário.
Agronegócio, inovação, energia solar e crédito imobiliário são as grandes apostas das instituições bancárias para fomentar o crédito tanto para pessoas físicas como empresas no Rio Grande do Sul em 2022. Apesar do encarecimento do crédito puxado pela alta de Selic - e perspectiva de novos aumentos ao longo do próximo ano - os bancos estão otimistas com um maior volume de contratações, especialmente em segmentos com grande potencial de expansão - como o da energia solar, inovação e imobiliário.
Ao longo de toda a pandemia, o Banrisul manteve um olhar expressivo sobre os números de diversos segmentos produtivos para, então, focar sua estratégia em atender a demanda de setores conforme o desempenho apresentado durante a crise. "Com essas informações, realinhamos nosso movimento de crédito conforme o impacto sentido em cada um dos setores", afirma Osvaldo Lobo Pires, diretor de Crédito do Banrisul. Segundo ele, o agronegócio, junto com o setor metalmecânico, foram os que tiveram melhor performance em meio à crise em 2020 e 2021. Somente a carteira de crédito do agro deve encerrar o ano com um crescimento de até 40%, percentual que deve se manter em 2022, a contar pelo crescimento da participação do banco gaúcho nas operações do Plano Safra, atualmente com um share de 11% no Estado, com um volume de R$ 5,2 bilhões contratados.
Em todas as operações de crédito, o Banrisul acumula um crescimento de 50% ao longo do ano até setembro e, segundo Pires, há espaço para mais crescimento. Uma das apostas para 2022 é o crédito imobiliário e o banco se mostra preparado para ampliar sua carteira a partir de um atendimento diferenciado que reúne condições comerciais especiais e uma rede com grande força de vendas.
"Vemos um grande potencial de expansão dessa carteira em 2022 e buscamos no mínimo a terceira posição em concessões neste segmento para pessoas físicas e empresas", destacou o diretor de crédito do banco. Atualmente, o Banrisul é a quarta instituição em volume de contratações de crédito imobiliário no Rio Grande do Sul.
Outras duas prioridades do banco gaúcho que serão mantidas em 2022 são o foco em inovação e o compromisso em investir em práticas socioambientais. No quesito inovação, o banco mantém um 'guarda-chuva de iniciativas de grande repercussão no Estado, caso do BanriTech - ciclo de aceleração de startups já em sua segunda fase -, investimentos em famílias de fundos para atender empresas inovadoras (com aporte de R$ 30 a R$ 40 milhões por fundo para pequenas empresas inovadoras e gaúchas), patrocínio master do NAVI, hub de Inteligência Artificial do Tecnopuc e o projeto Caldeira, onde o Banrisul, através de seu presidente, é um dos sócios-fundadores.
O Sicredi, presente com agências em 94% dos municípios gaúchos, manteve um crescimento de 30% em sua carteira de crédito ao longo dos últimos 12 meses, um período bastante "intenso", define o vice-presidente de Crédito da Central Sicredi Sul/Sudeste, Márcio Port. O setor rural foi o que puxou o crescimento, especialmente pelo encarecimento dos insumos, fato que demandou maior volume de recursos para financiar a produção. Fora o agro, a busca por recursos por empresas também se manteve aquecida ao longo de 2021 - também na casa dos 30%. Como uma das instituições que operam o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), o banco alcançou a soma de R$ 1,3 bilhão contratados somente no Rio Grande do Sul.
De acordo com Port, o que vem chamando a atenção nos últimos anos, e que se manteve em 2021 e deve crescer ainda mais em 2022 é a carteira de crédito voltada a projetos de energia solar, tanto para residências como para empresas. "Nos últimos três anos mantemos uma participação de 40% em toda a energia solar instalada no Estado, um protagonismo que vem se mantendo e a perspectiva é de expansão, mesmo com as novas normativas que foram anunciadas", anuncia Port. A carteira de energia solar apresenta crescimento de 70% sobre o ano anterior. Foram quase 20 mil operações com um valor médio de contratação da ordem de R$ 47 mil em 2021. "O custo da energia tradicional e a escassez hídrica mostram que o futuro não é positivo para a energia", destacou.

Bancos de fomento apostam em crescimento moderado no próximo ano

BRDE deve fechar ano com mais de R$ 3,8 bi contratatos, diz Leany

BRDE deve fechar ano com mais de R$ 3,8 bi contratatos, diz Leany


/BRDE / Divulgação JC
Os bancos de fomento, que operam diversas linhas em prol do setor produtivo gaúcho, também estão otimistas com o cenário para 2022, mesmo diante do encarecimento do crédito e das possíveis turbulências do ano eleitoral. A palavra-chave é crescimento moderado. "Estamos voltando à normalidade, mas isso não nos dá uma perspectiva de grandes crescimentos. Acredito que em 2022 teremos uma expansão moderada, em parte apoiada pela sustentação de investimentos já passados e de outra parte pelos investimentos de média e longa maturação que começarão a dar resultados", avalia a diretora-presidente do Badesul, Jeanette Halmenschlager Lontra.
Neste ano, até novembro, a instituição mantém um saldo de operações ativas de R$ 1,98 bilhão e 302 novas operações que somam R$ 379 milhões contratados. "Esses números são maiores em relação ao primeiro ano da pandemia e o crescimento deve se manter em 2022", afirma a executiva. O agronegócio representa a maior parte dos desembolsos, cerca de 30%, seguido pelas prefeituras municipais.
A inovação também faz parte dos desembolsos do Badesul, com crescente participação em fundos de investimentos especialmente para startups. Nos últimos 10 anos, o banco trouxe cinco fundos para o Estado e o quinto deve ser anunciado em breve. "Até agora foram R$ 31 milhões aplicados em 14 startups do Estado dos mais diversos segmentos", afirma Jeanette. Uma das prioridades para 2022 é seguir apoiando o setor de turismo por meio de parceria com o Ministério do Turismo que já permitiu trazer ao Estado R$ 100 milhões para alavancar o segmento altamente prejudicado pelas restrições da pandemia. "Conseguimos reter outros R$ 100 milhões via Progetur, pois trata-se de um setor que precisa de ajuda para se recompor e por ser um importante motor da economia gaúcha", destaca.
O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) está encerrando o ano com alta importante no nível de fomento. Está próximo dos R$ 3,7 bilhões em operações autorizadas nos três estados da Região Sul - a meta era de R$ 3,25 bilhões no início do ano. "Isso mostra que estamos tendo um desempenho maior e isso se dá porque o banco está buscando um diálogo com os parceiros e a diversificação dos recursos", aponta a diretora Operacional do banco, Leany Lemos
O banco deve ultrapassar os R$ 3,8 bilhões em operações contratadas em 2021, com mais de 8 mil contratos. Deste total, mais de R$ 1,3 bilhão é de crédito para investimentos apenas no Rio Grande do Sul. "Os números são melhores, sem dúvida, comparados ao ano passado. Em termos de resultado operacional, em outubro já conseguimos superar a marca de todo o ano anterior. É muito provável que tenhamos um segundo melhor resultado nominal na história do banco", sustenta Leany.
Para 2022, o maior desafio é o aumento da taxa Selic, o que acaba desestimulando os investimentos. "Trata-se de um efeito sistêmico e o crédito acaba ficando muito caro. É um desafio agora no fechamento de 2021 e terá efeito no próximo ano. Mas podemos avaliar de forma muito positiva o desempenho do banco, num período de retomada e de otimismo, em especial pelo desempenho do agronegócio e que é muito forte na economia do Estado", afirma.
Com o crescimento da carteira, o BRDE fez mudanças em seus programas de desenvolvimento, com ajustes na matriz de programas e linhas de crédito. "Criamos programas de Sustentabilidade Ambiental, de Sustentabilidade Social, de Energias Renováveis. Vamos arrancar 2022 já com os novos programas consolidados", destacou a executiva.