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Economia

- Publicada em 19 de Novembro de 2021 às 15:05

Juro alto com crescimento econômico baixo gera 'trajetória fiscal explosiva', diz Campos Neto

O presidente do BC explicou porque números fiscais melhores não se traduziram em expectativas melhores vindas do mercado

O presidente do BC explicou porque números fiscais melhores não se traduziram em expectativas melhores vindas do mercado


JOSÉ DIAS/PR/JC
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que um cenário de taxa básica de juros (Selic) alta e crescimento econômico baixo gera "claramente uma trajetória explosiva" nas contas públicas.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que um cenário de taxa básica de juros (Selic) alta e crescimento econômico baixo gera "claramente uma trajetória explosiva" nas contas públicas.
Durante o evento Meeting News, realizado pelo Grupo Parlatório nesta sexta-feira (19), Campos Neto explicou porque números fiscais melhores não se traduziram em expectativas melhores vindas do mercado.
Segundo ele, o país teve uma melhora fiscal relevante em termos de expectativas para a dívida pública e para o resultado primário, mas ressaltou que os agentes econômicos olham para frente, o que explica a piora nas projeções.
"Há preocupação com a trajetória fiscal, se temos juros de 12% ou 13% com crescimento de 1%, temos claramente uma trajetória [fiscal] explosiva", afirmou.
O cenário citado pelo presidente do BC é o que está se desenhando para o próximo ano. Nas últimas semanas, analistas e instituições financeiras revisaram para baixo as expectativas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2022. O boletim Focus desta semana, em que o Banco Central divulga projeções do mercado, veio pela primeira vez com previsão abaixo de 1%.
Os economistas consultados pelo BC esperam crescimento de 0,93%. Há uma semana, a projeção era 1%, e há quatro semanas, 1,50%. Algumas casas de análise já trabalham com PIB negativo para 2022.
Os economistas esperam que a Selic termine 2022 a 11% ao ano.
Ele reiterou que o país precisa insistir em reformas econômicas estruturais e na transparência com relação ao arcabouço fiscal para que o crescimento seja sustentável.
Sobre a reação do mercado, ele disse que "se pagou um preço muito caro por um desvio [fiscal] que não foi tão grande assim".
Campos Neto adiantou ainda que o BC também deve revisar para baixo a projeção para o PIB de 2022, hoje em 2,1%. A nova estimativa deve ser publicada no próximo relatório trimestral de inflação, em 16 de dezembro.
Além disso, ele afirmou que o PL (Projeto de Lei) cambial, que promove mudanças importantes no mercado de câmbio, deve ser votado ainda em novembro, conforme conversas que teve com parlamentares.
O presidente do BC destacou que pela primeira vez o Brasil passa por forte alta de preços "importando" inflação global. Ou seja, com efeitos também dos preços de outros países.
Ele avaliou ainda que, internamente, as surpresas inflacionárias vieram em duas ondas, a primeira em alimentos e a segunda em energia e combustíveis.
Folhapress
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