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Energia

01/11/2021 - 18h22min. Alterada em 07/11 �s 20h51min

Projeto e�lico em Ros�rio do Sul prev� investimento de R$ 1,35 bilh�o

Complexo dever� ter 50 aerogeradores e produzir 300 MW

Complexo dever� ter 50 aerogeradores e produzir 300 MW


JO�O MATTOS/ARQUIVO/JC
Jefferson Klein
A empresa Integra Energia e a cooperativa Creral (que tem sede em Erechim) pretendem implantar um parque eólico em Rosário do Sul com um investimento estimado em cerca de R$ 1,35 bilhão. No entanto, para o projeto avançar, será necessário resolver o obstáculo imposto pela lei estadual 12.355, de 2005, que definiu a Serra do Caverá como patrimônio cultural, histórico, geográfico, natural, paisagístico e ambiental do Rio Grande do Sul.
O parque eólico está previsto para ser erguido justamente nessa serra, que abrange, além de Rosário do Sul, parte dos municípios de Santana do Livramento, Alegrete e Cacequi. O diretor da Integra Energia, João Ramis, informa que o projeto foi apresentado na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para tentar obter o licenciamento ambiental, mas devido à lei 12.355 não foi possível prosseguir com o processo.
Ramis comenta que são em torno de 50 proprietários da região ligados ao setor da pecuária que também estão envolvidos com o desenvolvimento da usina eólica. Ele argumenta que o complexo saindo do papel permitirá que esses produtores tenham uma complementariedade de renda, facilitando a manutenção das suas atividades atuais e impedindo a expansão de culturas como a da soja e do arroz. O representante da Integra Energia enfatiza que a prática da agricultura na localidade seria mais nociva ao bioma Pampa do que a produção eólica.
O parque deve ocupar um espaço de cerca de 6 mil hectares, com 50 aerogeradores, de 120 metro de altura cada, e capacidade instalada de 300 MW (cerca de 8% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). Ramis acrescenta que a área, conforme o zoneamento eólico do Estado, é considerada de baixo risco ambiental.
Quanto à comercialização da energia, o diretor da Integra informa que a tendência é que a geração seja disponibilizada no mercado livre (formado por grandes consumidores, como as indústrias, que podem escolher de quem vão comprar a energia). “Mas, não descartamos a participação em leilão (para encaminhar a produção à rede elétrica interligada do País)”, destaca.
Na implementação do parque eólico, que levaria cerca de um ano para ser concluído a partir do início das obras, Ramis calcula a criação de aproximadamente 1,2 mil postos de trabalho. Futuramente, a perspectiva é que novos investidores sejam convidados a aportar recursos na usina. O dirigente acrescenta que, paralelamente ao complexo, a ideia é desenvolver com a prefeitura rosariense um programa de turismo na região que conta, entre outros atrativos, com o registro de pegadas de dinossauros.
A questão do empreendimento eólico foi mencionada durante audiência pública, da Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, para tratar da situação de uma série de obras de transmissão que estão sendo realizadas no Estado. Particularmente, para o projeto em Rosário do Sul interessa uma linha que está sendo feita pela empresa Taesa, entre Santana do Livramento e Santa Maria, e que passará por aquele município.
Essa estrutura permitirá que a usina escoe sua energia. Ao final da audiência pública, o secretário estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana, levantou a possibilidade de um grupo de trabalho discutir a situação do projeto eólico dentro da pasta e na Fepam, para tentar encontrar uma solução que, eventualmente, também poderá passar pela Assembleia Legislativa. “Mas, é importante dar o pontapé inicial para que se debata o assunto e estamos à disposição para isso”, afirma Viana.
Já o líder do governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes (PP), reitera que o principal empecilho para a iniciativa é o fato de que em locais definidos como patrimônio histórico e cultural não se pode instalar obras de infraestrutura, como os aerogeradores. O parlamentar comenta que a intenção é, através da constituição de um grupo de trabalho, elaborar o desenho de uma poligonal (limites) que permita que o lugar em que será instalado o complexo eólico fique fora da área inviabilizada para a construção de empreendimentos.
Este é o segundo anúncio bilionário de investimentos em energia eólica no Estado em poucos meses. Em Tapes, na Costa Doce, um outro complexo deverá receber R$ 1,09 bilhão para sua construção. O projeto é da Brain Energy e prevê 69 aerogeradores com 114 metros de altura cada estrutura.
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