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Economia

- Publicada em 20 de Outubro de 2021 às 11:56

Distribuidoras terão de importar combustíveis

Sem a ajuda estatal, as empresas terão de, por conta própria, comprar produtos em outros países

Sem a ajuda estatal, as empresas terão de, por conta própria, comprar produtos em outros países


VANDERLEI ALMEIDA/AFP/JC
Agência Estado
Com o barril do petróleo a mais de US$ 80 (cerca de R$ 447), a Petrobras deixou para as distribuidoras a incumbência de complementar com importação o volume adicional à produção nacional necessário para suprir a demanda interna de combustíveis. Sem a ajuda estatal, as empresas terão de, por conta própria, comprar produtos em outros países, afirmaram executivos do segmento de distribuição em condição de anonimato.
Com o barril do petróleo a mais de US$ 80 (cerca de R$ 447), a Petrobras deixou para as distribuidoras a incumbência de complementar com importação o volume adicional à produção nacional necessário para suprir a demanda interna de combustíveis. Sem a ajuda estatal, as empresas terão de, por conta própria, comprar produtos em outros países, afirmaram executivos do segmento de distribuição em condição de anonimato.
O custo excedente com importação será repassado para o consumidor que, no fim das contas, deve pagar mais caro pelos combustíveis nas bombas, ainda que a Petrobras não reajuste seus preços nas refinarias. A alta foi estimada em 17% pela Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom).
A defasagem entre a disponibilidade interna e a demanda diz respeito aos contratos com entrega prevista para o mês que vem. No mundo todo, o mercado de petróleo e derivados está aquecido. Num só momento, o consumo subiu por conta do avanço da vacinação e recuperação das economias. Ao mesmo tempo, a oferta caiu. A consequência foi a disparada das cotações das commodities de energia, com reflexos no Brasil, que adota preços alinhados aos internacionais.
A Petrobras, em comunicado, afirmou que as distribuidoras encomendaram mais combustíveis para o mês que vem do que de costume e que não teve tempo de se preparar para esse boom. Segundo a Petrobras, comparado com novembro de 2019, a demanda por diesel aumentou 20% e a de gasolina, 10%. Esses excedentes superam sua capacidade interna de produção. No mercado, no entanto, executivos de distribuição negam essa versão.
Os executivos das distribuidoras dizem que não haveria risco de desabastecimento. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) referenda a informação. O complemento à Petrobras será garantido por outros países. O Brasil sempre contou com produtos importados para complementar a diferença entre o volume total refinado pela Petrobras e a demanda. A diferença, agora, é que, em vez de a Petrobras liderar essa importação, como fazia até então, as distribuidoras vão tomar à frente do processo e arcar elas próprias com os custos.
Parte do mercado avalia que a Petrobras não tem motivo para assumir o ônus, a não ser que reajuste seus preços. Como o momento econômico e político não é propício para isso, a empresa preferiu repassar a responsabilidade. Mas a notícia não foi bem recebida pelas distribuidoras, que levaram o caso à ANP. Elas reclamam de cortes unilaterais de até 70% nos pedidos de fornecimento.
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