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Conjuntura

- Publicada em 19 de Outubro de 2021 às 21:57

Alta da inflação deve desacelerar retomada

Patrícia Palermo ressaltou que famílias pobres são mais prejudicadas

Patrícia Palermo ressaltou que famílias pobres são mais prejudicadas


/MARCO QUINTANA/DIVULGAÇÃO/JC
Com o arrefecimento da pandemia de Covid-19 e a retomada gradual de atividades em diversos setores, a economia brasileira já mostra sinais de retomada. Porém, o ritmo contínuo de aumento da inflação, que provoca a alta generalizada nos preços, pode desacelerar o cenário. É o que afirmou a economista Patrícia Palermo durante palestra na XVIII Convenção de Contabilidade do RS, que iniciou nesta terça-feira, em Porto Alegre. A especialista em conjuntura integrou a programação do evento, que ocorre em paralelo com a XXXIV Conferência Interamericana de Contabilidade até quinta-feira (21) na Pucrs.
Com o arrefecimento da pandemia de Covid-19 e a retomada gradual de atividades em diversos setores, a economia brasileira já mostra sinais de retomada. Porém, o ritmo contínuo de aumento da inflação, que provoca a alta generalizada nos preços, pode desacelerar o cenário. É o que afirmou a economista Patrícia Palermo durante palestra na XVIII Convenção de Contabilidade do RS, que iniciou nesta terça-feira, em Porto Alegre. A especialista em conjuntura integrou a programação do evento, que ocorre em paralelo com a XXXIV Conferência Interamericana de Contabilidade até quinta-feira (21) na Pucrs.
Estes são alguns dos primeiros eventos corporativos presenciais a ocorrerem na Capital após novas flexibilizações. Na entrada, havia aferição de temperatura, álcool em gel disponível para limpeza das mãos e distanciamento entre os assentos nos auditórios, com poltronas marcadas. Cerca de 750 pessoas acompanharam a Conferência e a Convenção presencialmente, além da transmissão online. 
Segundo Patrícia, com a inflação na casa dos dois dígitos como a atual, que chega a 10,25%, inicia-se um processo de escolhas nos orçamentos das famílias, que passam a não conseguir arcar com custos de produtos básicos. Nessa lógica, segundo a economista, as famílias mais pobres saem mais prejudicadas que as mais ricas. "Desde setembro de 2020, 60% dos itens avaliados aumentam todos os meses. E isso tem reflexos na nossa confiança, de empresários, de consumidores que estavam se recuperando, do emprego que estava retomando", afirmou.
A pergunta da vez, então, é quando a inflação diminuirá no Brasil. De acordo com a especialista, a expectativa do mercado é de que se tenha chegado no topo da inflação acumulada. Porém, a partir de agora, os preços não diminuirão mas, sim, "subirão menos". A perspectiva, segundo Patrícia, é que a inflação fique em torno de 5% apenas no terceiro trimestre de 2022. "E chegará na meta de inflação só em 2023 se o Banco Central continuar comprometido em controlar a inflação", disse.
Além da inflação, outros dois pontos importantes destacados por Patrícia durante a palestra foi o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a dinâmica de câmbio. "O aumento do IOF é uma manobra fiscal para tentar arranjar recursos e financiar um novo programa de renda básica do governo federal, o Auxílio Brasil", observou. Além disso, para a economista, o equilíbrio das contas externas e o aumento da taxa de juros têm sido relativizados quanto à capacidade de apreciar a moeda, o que prejudica o câmbio brasileiro. "Dependendo de quem encabeçar o processo eleitoral, o câmbio pode subir ou descer. E se o país não se protege diante da incerteza, paga o custo", destacou.

Tecnologia é propulsora de compliance tributário

Edgar Madruga diz que automação pode destruir muitos empregos

Edgar Madruga diz que automação pode destruir muitos empregos


/MARCO QUINTANA/DIVULGAÇÃO/JC
Com o avanço da tecnologia e a sistematização de prestação de informações, o Fisco brasileiro passou a ter olhos sobre todos os passos das empresas. Essa "marcação cerrada" pode parecer uma ameaça, mas para o especialista em empreendedorismo tributário e inovação fiscal Edgar Madruga, é uma oportunidade para os profissionais da contabilidade que se dedicam ao compliance tributário. Integrante da programação da XVIII Convenção de Contabilidade do RS, Madruga palestrou na tarde desta terça-feira (19).
Segundo dados do Fórum Econômico Mundial apresentados pelo especialista, a automação deve destruir 85 milhões de empregos. Em contrapartida, devem ser gerados cerca de 96 milhões de empregos. Porém, alertou Madruga, não serão vagas nos moldes que são conhecidos atualmente. "É preciso sair do aquário. Para ficar obsoleto, basta ficar parado", disse.
Para investir dentro do universo tributário e se tornar o que o especialista chamou de "tributarista de elite", os profissionais podem seguir o caminho dos serviços consultivos ou do conhecimento. No primeiro, para Madruga, o foco é melhorar a vida de um empresário enquanto prestador de serviço dele e agregar valor ao negócio. No segundo, o profissional suprirá uma carência de profissionais qualificados que, para ele, sempre há no mercado. "Quanto mais especialista se tornar, sem deixar de se  enxergar generalista, mais vai crescer", afirmou.

Sistema "B" agrega valor às ações desenvolvidas por empresas

Gerar impacto social e ambiental positivo ao mesmo tempo que potencializa os negócios. Esse é o cerne do chamado Sistema B, movimento global focado em unir empresas, universidades e instituições de classe, congregando a visão de que os negócios podem ser usados como uma força para o bem. Foi esse assunto que o especialista no tema Paulo Cruz Filho abordou em sua participação na Convenção.
Como exemplo de empresa que integra o Sistema B, Filho destaca a Movida, empresa de aluguel de automóveis. "Ela polui o meio ambiente com carbono, mas compensa esse carbono através de ações. Começou plantando árvores, mas agora está regenerando toda a margem do rio Araguaia", diz. Ou seja, para o especialista, as empresas começaram a perceber que conseguem inovar no seu modelo gerando um impacto positivo sem abrir mão de alavancar o próprio negócio. "O sistema é um movimento, mas também é uma certificação para quem segue esse modelo, que passam por uma auditoria e são comprovados", diz.
Segundo Filho, o sistema é democrático, pois é acessível para todas as empresas. Com uma plataforma online e gratuita, é possível preencher um formulário que analisa o impacto do negócio em cinco dimensões: governança, trabalhadores, meio ambiente, comunidade (fornecedores e distribuidores) e modelo de negócio. Para passar por auditoria e receber o selo, os negócios pagam uma taxa anual.